Plaquetopenia: o que é, causas, sintomas e mais!

Plaquetopenia: o que é, causas, sintomas e mais!

Você tem curiosidade sobre o que é plaquetopenia? Sabe identificar se o resultado do hemograma é real ou uma pseudoplaquetopenia? O Estratégia MED preparou este artigo para solucionar as suas dúvidas! Acompanhe o texto e aproveite!

O que é Plaquetopenia?

Plaquetopenia é definida como contagem de plaquetas menor que 150 mil células/mm³ no hemograma. Esse achado pode ser frequente e, algumas vezes, não significa presença de doença.

A trombocitopenia pode ser classificada como leve, quando as plaquetas estão entre 70 mil e 150 mil, e grave se a quantidade for menor do que 20 mil. Os sintomas se iniciam geralmente quando o número total de plaquetas está menor que 50 mil. 

Após o achado laboratorial de plaquetopenia, deve-se realizar um teste confirmatório, para excluir erro laboratorial ou agregação celular. Além disso, é necessário realizar uma plaquetometria, a fim de buscar e identificar alterações nessas células.

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Quais as causas da plaquetopenia?

As causas de plaquetopenia envolvem: alteração da produção de plaquetas, aumento da destruição, sequestro esplênico e hemodiluição, que decorre de transfusão maciça. Já o quadro de sequestro esplênico ocorre devido ao hiperesplenismo.

Não somente isso, as alterações da produção envolvem: lesão medular por álcool, drogas ou irradiação; anemia aplásica; metástases; leucemias; mielofibrose; anemia megaloblástica; síndrome mielodisplásica ou plaquetopenias hereditárias.

O aumento do consumo de plaquetas é consequente de: Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD); Síndrome Hemolítico-Urêmica; Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT).

Outras causas de destruição são: Púrpura Trombocitopênica Imune (PTI); trombocitopenia induzida por heparina; colagenoses; hepatite B e C; infecção por HIV, CMV ou Varicela-Zóster; linfomas e leucemia linfocítica crônica.

Quais os principais sintomas?

Os principais sintomas apresentados pelos pacientes plaquetopênicos, são:

  • Hemorragia cutâneo-mucosa;
  • Início de sangramento imediato;
  • Petéquias – manchas menores que 1 cm na pele;
  • Púrpura;
  • Equimose – manchas roxas na pele;
  • Epistaxe – sangramento pelo nariz; e
  • Menorragia ou metrorragia – aumento do sangramento durante o período menstrual.

Geralmente, um sangramento por trauma mínimo pode ocorrer quando a contagem de plaquetas é menor que 30 mil/ml. Em comparação, sangramentos espontâneos de mucosa, pele, pulmões, trato gastrointestinal, sistema nervoso central e trato geniturinário acontecem quando a contagem é menor que 10 mil/ml.

Como é feita a investigação da plaquetopenia?

Normalmente, a investigação se inicia com a queixa do paciente que apresenta sinais ou sintomas sugestivos de distúrbios que precipitam o aparecimento de sangramentos. Além disso, não se pode esquecer da necessidade de avaliação da história pessoal e familiar de sangramentos, doenças prévias, internações, cirurgias e medicações em uso.

O primeiro exame que deve ser solicitado para investigação de plaquetopenia é o hemograma completo, para análise da alteração no número total de plaquetas e nas outras séries hematopoiéticas. Em seguida, a contagem manual de plaquetas, em uso de EDTA e citrato de sódio, confirma a redução do número dessas células.

Visando encontrar a causa dessa alteração, o médico pode complementar a investigação com: hemocultura, para descobrir possível infecção; tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial, tempo de trombina, fibrinogênio e D-dímero, para identificar possível coagulação intravascular disseminada.

Outros exames de sangue que auxiliam, são: 

  • FAN (Fator Antinúcleo), para descartar doenças autoimunes; 
  • Anticorpo anticardiolipina e anticoagulante lúpico, devido à possibilidade de Síndrome Antifosfolípide;  
  • Coombs direto, para descartar anemia hemolítica autoimune; e 
  • Sorologias para HIV, Hepatite C e B e CMV, já que infecções virais podem causar supressão da medula óssea.

Por último, deve-se pensar na realização de aspirado ou biópsia de medula óssea, com o objetivo de avaliar a possibilidade de doença medular primária, como leucemia, síndrome mielodisplásica e outras alterações.

Diagnóstico

O diagnóstico de plaquetopenia se dá quando há contagem de plaquetas menor que 150 mil no hemograma. Essa alteração é confirmada por meio da contagem manual de plaquetas.

Às vezes, pode ocorrer a pseudoplaquetopenia, que decorre da aglomeração de plaquetas no preparo das lâminas de contagem, dificultando a análise em contadores eletrônicos. Para solucionar essa questão, pode-se utilizar um anticoagulante, como heparina ou citrato de sódio, separando-as.

No entanto, somente os exames complementares ao hemograma, como os citados anteriormente, auxiliam no diagnóstico diferencial de doenças que cursam com esse achado laboratorial.

Diagnóstico Diferencial

Como diagnósticos diferenciais de plaquetopenia, podemos destacar:

  • Pseudoplaquetopenia;
  • Plaquetopatia, como Síndrome de Bernard-Soulier;
  • Púrpura Trombocitopênica Imune (PTI);
  • Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT);
  • Síndrome Hemolítico-Urêmica;
  • Infecção viral ou bacteriana;
  • Leucemias Agudas ou Crônicas;
  • Mieloma Múltiplo; e
  • Mielofibrose.

Para conseguir diferenciar as causas, é necessário o uso dos exames descritos previamente.

Tratamento

O tratamento para a plaquetopenia depende da sua causa e do grau de acometimento. Vale ressaltar que a maioria dos pacientes com contagem de plaquetas menores que 20 mil, ou menor que 10 mil sem sangramentos, deve ser tratada.

No caso de um paciente crítico, com instabilidade hemodinâmica ou comprometimento respiratório, é indicada a transfusão de plaquetas. Outro tratamento possível é associar glicocorticóides ou imunoglobulina nos pacientes com PTI. Posteriormente, pode ser necessário incrementar outras terapias. 

Já em pacientes com quadro clínico severo de PTI, que apresentam menor sangramento, ou que têm contagem de plaquetas menor que 50 mil, o tratamento com glicocorticóides ou imunoglobulina endovenosa ou anti-D é o mais adequado. 

Em comparação, no caso de pacientes sem sangramento e com número de plaquetas maior que 30 mil, é indicado apenas observação clínica e acompanhamento.

Se a plaquetopenia for causada pelo uso de heparina, decorre do desenvolvimento de anticorpos contra a heparina. Esses anticorpos podem causar trombocitopenia e eventos tromboembólicos. 

O tratamento de trombocitopenia por heparina é a retirada da medicação até que se retorne aos níveis adequados de plaquetas. No entanto, é necessário estimar o risco e o benefício dessa conduta, já que o paciente provavelmente precisa fazer o uso da medicação para também prevenir eventos tromboembólicos. Dessa forma são necessários tratamentos alternativos, como fondaparinux.

Vale ressaltar que se o paciente com plaquetopenia apresentar alguma infecção associada – tanto viral, quanto bacteriana – deve-se tratar também a infecção para controle.

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Por: Caterina Germino

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