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Definição
Os linfócitos são um tipo de leucócitos, glóbulos brancos presentes no plasma e tecidos linfóides que possuem importante papel na defesa do corpo contra microrganismos patogênicos.
A grande função dessas células é reconhecer moléculas estranhas existentes em diferentes agentes infecciosos, combatendo-as por meio de resposta humoral a partir da produção de imunoglobulinas (anticorpos) ou resposta citotóxica mediada por células.
Características dos linfócitos
Constituem uma família de células esféricas, com diâmetro variável entre 6 e 8 μm, mas no sangue ocorre ainda uma pequena porcentagem de linfócitos maiores que podem alcançar 18 µm de diâmetro.
O linfócito pequeno tem núcleo esférico, às vezes com uma chanfradura. O citoplasma do linfócito pequeno é muito escasso, aparecendo nos esfregaços como um anel delgado em volta do núcleo. Apresenta basofilia discreta, corando-se em azul claro.
O tempo de sobrevivência dos linfócitos é muito variável; alguns vivem apenas alguns dias, enquanto outros vivem durante muitos anos e os linfócitos geralmente constituem 8 a 33% dos leucócitos no sangue periférico.
Apesar de apresentarem características semelhantes, Uma das populações, os linfócitos T, é a responsável pela formação de linfócitos, essas células se dividem distintivamente em duas grandes populações, linfócitos T e B.
#Ponto importante: Ao contrário dos outros leucócitos que não retornam ao sangue depois de migrarem para os tecidos, os linfócitos voltam dos tecidos para o sangue, recirculando continuamente.
Linfócitos T
Todas essas duas populações de linfócitos se originam na medula óssea, mas os linfócitos T completam sua maturação no timo, enquanto os linfócitos B saem da medula já como células maduras. No timo, os linfócitos T se diferenciam nas subpopulações das células T helper, T supressora e T citotóxica.
Os linfócitos T helper estimulam a transformação dos linfócitos B em plasmócitos, através da apresentação de antígenos. Os linfócitos T supressores inibem as respostas humoral e celular helper e T supressores são células reguladoras. Os linfócitos T citotóxicos agem diretamente sobre as células estranhas e as infectadas por vírus, graças a produção de proteínas chamadas perforinas, que causam lise nas células, ou através da indução apoptótica nas células-alvo.
Linfócitos B
Os linfócitos B representam entre 5 e 10% dos linfócitos do sangue. Elas são responsáveis pela imunidade humoral, onde no sangue ou tecido linfóide produzem imunoglobulinas de superfície (anticorpos). Esse mecanismo ocorre após as células T helper apresentar um antígeno de superfície às células B, estimulando a conversão dessas células em plasmócitos, células ativa na produção de anticorpos.
Os anticorpos são glicoproteínas plasmáticas circulantes, também chamadas de imunoglobulinas (Ig). Os antígenos que se ligam aos anticorpos IgG e IgM, ativam o complemento, que causam a lise (ruptura da membrana) dos microrganismos. Uma vez ativado, o complemento também facilita a fagocitose de bactérias e outros microrganismos patógenos.
Os neutrófilos e macrófagos têm receptores para a região Fc do complexo antígeno-IgG, e, desta maneira, IgG prende o complexo antígeno-anticorpo à superfície dessas células. As bactérias ligadas ao complexo antígeno-IgG são ditas opsonizadas. A opsonização facilita muito a fagocitose.
Contagem de linfócitos no sangue
A faixa normal de contagem de glóbulos brancos em adultos é de 4.400 a 11.000 células/microL na maioria dos laboratórios clínicos, sendo que os linfócitos representam 8 a 33% dos leucócitos no sangue periférico em condições normais. Esta contagem inclui todos os subconjuntos de linfócitos T, linfócitos B e células natural killer (NK), que apresentam as seguintes proporções:
- Células T (CD3+) – 60 a 80%
- Células B (CD20+) – 10 a 20%
- Células NK (CD56+) – 5 a 10%
Já as proporções normais de subtipos de células T no sangue periférico são:
- Células T auxiliares/indutoras (CD4+) – 60 a 70%
- Células T supressoras/citotóxicas (CD8+) – 30 a 40%
Linfócitos altos
A elevação da contagem de linfócitos no sangue periférico é chamada de linfocitose, que para adultos corresponde a >4000 linfócitos/microL na maioria dos laboratórios clínicos. Frequentemente está associado a infecções virais.
- Causas infecciosas virais
- Mononucleose infecciosa (mais comum causa entre adultos jovens)
- HIV, HTLV-I (vírus T-linfotrópico humano tipo I)
- CMV
- Rubella
- Influenza
- Hepatites
- Adenovírus
- Vírus Coxsackie
- Causas infecciosas bacterianas
- Coqueluche
- Toxoplasmose
- Tuberculose
- Sífilis
- Riquetsioses
- Causas não infecciosas
- Reações de hipersensibilidade a medicamentos
- Estresse
- Linfocitose policlonal persistente de células B
- Asplenia
- Timoma
- Processos clonais
- Leucemia linfocítica crônica (LLC)
- Linfomas não-Hodgkin
- Leucemia linfoblástica aguda (LLA)
Linfócitos baixos
O número reduzido de linfócitos denomina-se linfopenia ou linfocitopenia e corresponde a uma contagem <1000 células/microL para adultos, pode apresentar causas como:
- Infecções virais, principalmente vírus da imunodeficiência humana (HIV), mas pode ser causada por influenza, coronavírus, hepatite e sarampo.
- Infecções bacterianas, micobacterianas, fúngicas e parasitárias.
- Quimioterapia ou terapia imunossupressora, incluindo glicocorticóides.
- Estado cirúrgicos ou hemorragias
- Desnutrição protéico-energética.
- Distúrbios de imunodeficiência congênita.
Em um estudo recente com hospitalizados com contagem de linfócitos <600/microL em um hospital universitário de alta complexidade, as causas mais comuns de linfocitopenia foram sepse bacteriana ou fúngica (24%), estado pós-operatório (22%), Malignidade (17%), uso de glicocorticóides (15%), quimioterapia citotóxica e/ou radioterapia (9%), trauma ou hemorragia (8%).
Avaliação adicional
Doentes com linfocitose persistente, linfadenopatia importante, visceromegalia, massa mediastinal associados a presença de blastos ou manchas em esfregaço sanguíneo, merecem avaliação adicional. Exames adicionais incluem citometria de fluxo e exame de MO para suspeita de leucemias e biópsia de linfonodos no linfoma.
Veja também:
- Resumo de onco-hematologia: leucemias agudas
- Resumo sobre linfoma: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais
- Resumo sobre linfoma de hodgkin: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo de anemias: classificação e avaliação de hemogramas
- Resumo de HIV: o que é, transmissão e mais
- Resumo de infecção congênita por citomegalovírus: diagnóstico, tratamento e mais!
Referências bibliográficas:
- JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 13ª edição. Rio de Janeiro – RJ: Guanabara Koogan, 2017.
- Eduarda Libarino Suzuki. Linfocitoses reacionais. Academia de Ciências e Tecnologia – Instituto Naoum (outubro de 2015 a novembro de 2016). Artigo Disponível em cienciasnews
- ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Molecular. 8ᵃ Edição. Elsevier, 2015 (livro-texto).
- ARTIGOS DE HEMATOLOGIA – Alterações reacionais de leucócitos, Disponível em Ciências News
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