Resumo de sulfadiazina de prata: indicações, farmacologia e mais!

Resumo de sulfadiazina de prata: indicações, farmacologia e mais!

A sulfadiazina de prata (SP) é um um antimicrobiano tópico da classe das sulfanilamidas. Na verdade, ela associa dois agentes antibacterianos já conhecidos previamente para queimados, o nitrato de prata e a sulfadiazina. Possui amplo espectro antibacteriano e ação fungicida, além de auxiliarem no processo de reepitelização.  

Indicações e dosagem

A partir de sua aprovação, a SP rapidamente tornou-se a droga de escolha no tratamento de queimaduras devido ao espectro de ação antimicrobiana e também por resultar na aplicação indolor, sendo amplamente utilizados no tratamento de queimaduras de segundo e terceiro graus. 

O manejo das lesões por queimaduras é um grande desafio aos profissionais da saúde, sobretudo no que se refere ao elevado potencial para desenvolver infecções . Isso porque, a perda da integridade da pele e o desequilíbrio na regulação do pH cutâneo facilitam a colonização da ferida por microorganismos oportunistas.  

A sulfadiazina de prata é encontrada na forma de creme, inodoro e hidrossolúvel com concentração de 1% por grama. Deve ser utilizado apenas por via local, não ingerir o medicamento. Segundo o fabricante, esse creme deve ser aplicado de forma asséptica,  preferencialmente uma luva estéril. Aplica-se sobre a queimadura em uma grossa camada (de aproximadamente 3-5mm) e, em seguida, deve ser coberta com camada de gaze.

A frequência de aplicação deve ser uma vez ao dia ou mais frequentemente, se a ferida estiver muito secretiva ou a cada lavagem de ferida. Continua-se a aplicação até que a cicatrização tenha ocorrido ou o local da queimadura esteja pronto para o enxerto. Curativos podem ser usados ​​se necessário. 

Por mais que sua utilização principal seja no manejo de feridas nos queimados, são utilizadas em úlceras venosas, úlceras de decúbito e feridas cirúrgicas infectadas. No entanto, os benefícios são menos estudados e seu uso nestes casos devem ser selecionados. 

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Contraindicações

  • Hipersensibilidade à sulfadiazina de prata ou a qualquer componente da formulação. 
  • As gestantes se aproximando ou a termo
  • Prematuros ou recém-nascidos ≤ 2 meses de idade. 

Efeitos adversos do sulfadiazina de prata

Existe risco de reação alérgica cruzada, visto que as sulfonamidas possuem semelhanças químicas com as sulfonilureias, inibidores da anidrase carbônica, tiazidas e diuréticos de alça. 

O uso prolongado da sulfadiazina pode resultar em seleção bacteriana com consequente superinfecção fúngica ou bacteriana, incluindo infecções por agentes como C. difficile e colite pseudomembranosa. A proliferação fúngica pode ocorrer raramente dentro e abaixo da escara. As reações mais graves ocorrem devido a possibilidade de absorção sistêmica. 

Características farmacológicas da sulfadiazina de prata

Farmacodinâmica

Tem efeito bactericida devido ao íon prata que é liberado localmente por ação de enzimas bacterianas e tissulares A prata age sobre radicais sulfidrilas e aminas da célula microbiana, causando a precipitação de proteínas, e lesa a parede e a membrana citoplasmática, causando a morte celular. Este efeito não é observado nos tecidos, porque a prata é muito pouco absorvida, por isso é bem tolerada em aplicação tópica, não causando efeitos tóxicos.  

Possui uma atividade antimicrobiana de amplo espectro, com ação bactericida para Gram-positivas e Gram-negativas, bem como algumas espécies de fungos. Dentre elas, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus Aureus , algumas espécies de Proteus, Klebsiella, Enterobacter e Candida albicans. Esses patógenos também estão relacionados à colonização de feridas nos queimados. 

Farmacocinética

Estudos experimentais indicam que a absorção da sulfadiazina de prata na pele normal ou com lesões de queimaduras superficiais ou profundas é ínfima. A absorção tende a aumentar se forem removidas as bolhas.

Devido sua baixa capacidade de absorção, as características farmacocinéticas foram demonstradas a partir da injeção subcutânea de suspensão de sulfadiazina de prata, observando-se maior concentração no fígado e baço e níveis relativamente baixos no cérebro. 

O componente de Prata é excretado pela via hepatobiliar e a Sulfadiazina por eliminação renal, sendo que a eliminação da Prata acontece numa taxa bem mais lenta do que a do componente sulfadiazina. A meia-vida da Sulfadiazina é de aproximadamente 24 horas.

Paciente pediátrico

Algumas formulações podem conter propilenoglicol, substância que é tóxica em grandes quantidades para os recém-nascidos, incluindo complicações como acidose metabólica, convulsões, insuficiência renal e depressão do SNC. Em lactentes, o uso da sulfadiazina de prata também é contra-indicada. 

Gestantes

Eventos adversos não foram observados em estudos de reprodução animal. Devido ao aumento teórico do risco de hiperbilirrubinemia e kernicterus, a sulfadiazina de prata é contraindicada para uso próximo ao termo, em prematuros ou em recém-nascidos durante os primeiros 2 meses de vida. 

Não se sabe se a sulfadiazina de prata é encontrada no leite materno após aplicação tópica; entretanto, as concentrações séricas de sulfonamida podem atingir níveis terapêuticos após aplicação em áreas extensas. Devido ao potencial de reações adversas graves no lactente, o fabricante recomenda a decisão de interromper a amamentação ou descontinuar o medicamento, levando em consideração a importância do tratamento para a mãe. 

Advertências e precauções da sulfadiazina de prata

Usar com cautela em pacientes com deficiência de G6PD, pois pode pode ocorrer hemólise. Em pacientes com insuficiência hepática e renal pode haver acúmulo da sulfadiazina por diminuição da depuração.  

Por este motivo, quando do uso em áreas muito extensas de superfície corporal, a monitoração dos níveis séricos da Sulfa e da função renal tornam-se relevantes, apesar da pouca absorção do produto. 

Interações medicamentosas do sulfadiazina de prata

Na forma de apresentação do produto, não apresenta interações conhecidas com outros medicamentos. 

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Veja também:

Referências bibliográficas:

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