Resumo sobre epinefrina: indicações, farmacologia e mais!

Resumo sobre epinefrina: indicações, farmacologia e mais!

Visão geral

A epinefrina ou adrenalina é um agente simpaticomimético com múltiplas ações muito utilizado no mundo inteiro. É a droga de escolha a ser usada na ressuscitação cardiopulmonar durante uma parada cardiorrespiratória e no tratamento da anafilaxia. Além disso, é utilizada como droga alternativa nas bradicardias e choque, pelo seu estímulo inotrópico e cronotrópico positivo. 

Indicações e dosagem

Parada Cardiorrespiratória

Uma vez detectada a ausência de pulso, o protocolo do suporte avançado de vida (ACLS) indica o imediato início da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) com compressões torácicas, administração de epinefrina e desfibrilação, se ritmo chocável. A epinefrina foi associada a maior sobrevida após parada cardíaca no hospital testemunhada em todos os ritmos de PCR. 

A dose para adulto é simples, 1 mg na concentração solução de 0,1 mg/mL , a cada 3 a 5 minutos até o retorno da circulação espontânea, podendo ser realizada IV ou intra ósseo. A dose pediátrica é de 0,01 mg/kg, com dose máxima de 1 mg/dose, repetindo a cada 3 a 5 minutos até o retorno da circulação espontânea. 

Outras indicações 

  • Anafilaxia e outras reações graves de hipersensibilidade imediata: Tratamento de reações alérgicas do tipo I, incluindo reações anafiláticas. A epinefrina é o primeiro e mais importante tratamento para a anafilaxia e deve ser administrada assim que a anafilaxia for reconhecida para prevenir a progressão para sintomas potencialmente fatais, conforme descrito nas visões gerais rápidas do manejo de emergência da anafilaxia em adultos e crianças. 

A dose recomendada de epinefrina para pacientes de qualquer idade é de 0,01 mg/kg (dose máxima de 0,5 mg) por dose única, preferencialmente via intramuscular no músculo vasto lateral da coxa. Em crianças a dose pode ser baseada nas seguintes posologias: 

  • Bebês e lactentes menores de 10kg devem receber a dose exata baseada no peso. 
  • Entre 10kg e 25kg = 0,15 mg por auto injetor ou aspirando 0,15 mL da solução de 1 mg/mL. 
  • Entre 25 a 50 kg =  0,3 mg por auto injetor ou aspirando 0,3 mL da solução de 1 mg/mL. 
  • Maior que 50 kg podem receber 0,5 mg (0,5 mL da solução de 1 mg/mL. 

#Ponto importante: Além disso, para tratamento de anafilaxia por alérgenos conhecidos, a adrenalina está disponível em muitas partes do mundo na forma de auto injetores para autotratamento se contato com esses alérgenos e sinais de anafilaxia. 

  • Hipotensão ou choque: Tratamento da hipotensão associada ao choque séptico, choque pós PCR e outros estados de choque vasodilatadores para aumentar a PA arterial média. Normalmente, não é o agente inicial preferido no choque cardiogênico, sendo considerado outras opções. 

Faixa de dosagem usual baseada no peso é de 0,01 a 0,5 mcg/ kg /minuto ou 1 a 40 mcg/minuto e solução contínua. O objetivo ideal da terapia não está bem estabelecido, mas normalmente é titulado para pressão arterial média (PAM) > 65 mmHg para otimizar a perfusão cerebral e de órgãos-alvo.  

  • Bradicardia ou bloqueio atrioventricular sintomático:  O protocolo ACLS coloca a adrenalina como uma droga alternativa na bradicardia sintomática. Ela é ainda preferível como agente cronotrópico quando há hipotensão concomitante. A epinefrina é iniciada de 0,025 a 0,125 mcg/kg por minuto (2 a 10 mcg por minuto), titulada de acordo com a resposta do paciente. 

Efeitos adversos da epinefrina

Os efeitos colaterais da epinefrina administrada em doses terapêuticas estão associados a resposta adrenérgica por qualquer via. Efeitos farmacológicos transitórios leves, como ansiedade, inquietação, dor de cabeça, tontura, palpitações, palidez e tremor. Inclusive em pacientes com doença de Parkinson a adrenalina pode aumentar a rigidez e tremores. 

Contraindicações

Não há contra-indicações absolutas para o uso de epinefrina injetável, visto que seu uso geralmente é reservado para situação de risco de vida, como anafilaxia e paradas cardiorrespiratórias. 

Deve ser evitado, quando possível, se houver  hipersensibilidade às aminas simpatomiméticas, choque cardiogênico, isquemia de extremidades  uso em situações em que os vasopressores podem ser contraindicados, como tireotoxicose, em hipertensão e outros distúrbios cardiovasculares. 

Características farmacológicas do epinefrina 

Farmacodinâmica do Principal Nome Comercial

A adrenalina age estimulando os receptores alfa, beta1  e beta2 adrenérgicos resultando em alterações cardiovasculares, pulmonares e sistêmicas a depender do receptor estimulado. 

  • Efeitos agonistas alfa-1-adrenérgicos – Aumento da vasoconstrição, aumento da resistência vascular periférica e diminuição do edema da mucosa, como em vias aéreas, importante na anafilaxia.
  • Efeitos agonistas beta-1-adrenérgicos – Aumento da inotropia (aumento do trabalho e. Consumo cardíaco) e aumento da cronotropia (FC elavada).
  • Efeitos agonistas beta-2-adrenérgicos – Aumento da broncodilatação e diminuição da liberação de mediadores da inflamação de mastócitos e basófilos.

Farmacocinética

A epinefrina é bem absorvida tanto pela via intramuscular como pela via subcutânea. É metabolizada no fígado, nervos terminais simpáticos e outros tecidos. O início da ação por via endovenosa é quase imediata, enquanto pela via intramuscular e subcutânea, a ação inicia após 6 a 15 minutos da administração.

O pico de ação ocorre após cerca de 20 minutos, com duração da ação da epinefrina quando administrada por via intramuscular ou subcutânea menor do que 1 a 4 horas. Pequenas quantidades da droga são excretadas inalteradas por via renal. 

Curso Extensivo Residência Médica

Veja também:

Referências bibliográficas:

Você pode gostar também