5 questões sobre Câncer de Mama que já caíram nas provas

5 questões sobre Câncer de Mama que já caíram nas provas

O Câncer de Mama é um dos principais assuntos a serem revisados em Ginecologia e Obstetrícia por conta da sua alta presença nas provas de Residência Médica e Revalida. Pensando em te ajudar a praticar sobre o tema, o Estratégia MED selecionou 5 questões sobre Câncer de Mama que já apareceram nas provas para você testar o que vem estudando. Siga no texto e confira!

O Câncer de Mama

A neoplasia da mama é uma das principais neoplasias da atualidade, representando cerca de 25% dos novos casos de câncer em mulheres. Essa elevada incidência e importância o tornam de enorme relevância para intervenções que alterem seu curso natural. 

Dessa forma, diversos estudos são realizados a fim de descobrir formas de proporcionar às equipes médicas instrumentos para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. 

Saiba mais conferindo os resumos antes de resolver as questões:

Como o tema possui extrema prevalência nas provas de Residência Médica, o Portal de Notícias do Estratégia MED trouxe 5 questões sobre Câncer de Mama que já caíram nas provas para ajudar, na prática, a sua preparação para as próximas seleções.

Associação Médica do Paraná – AMP (2024)

Sobre o crescimento das células cancerígenas sabe-se que os tumores são caracterizados por um padrão de crescimento gompertziano. Sobre esta situação analises as assertivas abaixo.

I. – Quando um câncer é microscópico e não palpável, o crescimento é exponencial. 

PORQUE

II. – À medida que o tumor aumenta o número de suas células em fase de replicação diminui, em razão de limitações impostas por suprimento sanguíneo e aumento da pressão intersticial. 

Analisando a relação proposta entre as duas asserções acima, assinale a opção correta.

A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.

C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é falsa.

D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é verdadeira.

E) As duas asserções são proposições falsas.

Confira a resolução

Resolução: Estrategista, existem vários tipos de cânceres de mama e cada tipo apresenta um comportamento biológico diferente, sendo alguns de bom prognóstico e mais indolentes (lentos) e outros mais agressivos, apresentando crescimento rápido e mal prognóstico. 

O tempo de duplicação do câncer de mama varia muito, sendo de várias semanas para os tumores mais agressivos, a meses ou anos para lesões de crescimento lento. Se considerarmos que um tumor se originou de uma única célula e que o tempo de duplicação é de 100 dias, demoraria cerca de 8 anos para um câncer atingir 1 cm de diâmetro e ser palpável.

Chamamos de fase pré-clínica quando o tumor ainda não é palpável e só é visível através da mamografia ou ultrassom ou ressonância magnética.

Observamos que em alguns casos de câncer de mama podemos encontrar metástases à distância mesmo nestes casos pré-clínicos (não palpáveis). Por isto consideramos que o câncer de mama é uma doença sistêmica desde o seu diagnóstico. 

A capacidade de um tumor de metastatizar para os linfonodos regionais (axilares ou mamários) não é um indicativo da capacidade do tumor de metastatizar para locais distantes. Por isto, existe a chance de curar o câncer de mama mesmo nas pacientes com linfonodos comprometidos pela doença.

Agora vamos analisar as assertivas:

I. – Quando um câncer é microscópico e não palpável, o crescimento é exponencial. (Verdadeira)

O crescimento de um câncer é exponencial, na medida que este vai crescendo devido a multiplicações celulares. Ou seja, um célula se multiplica em duas, duas células se multiplicam em quatro e assim por diante…

II. – À medida que o tumor aumenta o número de suas células em fase de replicação diminui, em razão de limitações impostas por suprimento sanguíneo e aumento da pressão intersticial. (Verdadeira)

O câncer tende a crescer de forma exponencial, na medida que as suas células vão se multiplicando, mas existem forças “externas” que “freiam” o crescimento tumoral,  e fazem com que o número de células em replicação diminua. A insuficiência de suprimento sanguineo e a pressão intersticial são fatores que limitam essa replicação celular.

Assim, correta a alternativa B: as duas assertivas são corretas se analisadas de forma isolada, mas a segunda se “opõe” a primeira, na medida que a primeira assertiva diz que há multiplicação exponencial das células e a segunda assertiva diz que essa replicação diminui devido a limitações “extenas”.

Universidade Estadual de Londrina – UEL (2024)

Em relação aos inibidores da aromatase que podem ser utilizados como terapia endócrina adjuvante no câncer de mama, considere os itens a seguir.

I. Raloxifeno

II. Tamoxifeno

III. Exemestano

IV. Letrozol

Assinale a alternativa correta.

A) Somente os itens I e II são corretos.

B) Somente os itens I e IV são corretos.

C) Somente os itens III e IV são corretos.

D) Somente os itens I, II e III são corretos.

E) Somente os itens II, III e IV são corretos.

Confira a resolução

Resolução: Esta é uma questão sobre a hormonioterapia no câncer de mama. A hormonioterapia é indicada para o. tratamento do câncer de mama que apresenta receptores hormonais positivos (estrógeno e/ou progesterona).

O medicamento indicado para a hormonioterapia das mulheres com câncer de mama que apresenta receptores hormonais positivos na pré menopausa é o tamoxifeno. O tamoxifeno é um agonista parcial do estrogênio (SERM). Age antagonizando a ação do estrogênio no tecido mamário. Ou seja, ocupa o receptor de estrogênio e impede o estímulo proliferativo do estrogênio sobre as células tumorais. O tamoxifeno apresenta o efeito “colateral” de ser agonista sobre o endométrio, agindo como se fosse o próprio estrógeno e estimulando a sua proliferação. Por isto o tamoxifeno é usado para o tratamento do câncer de mama, mas aumenta o risco de câncer de endométrio.

         Estrategista, você pode estar se perguntando: por que usar uma droga que trata um tipo de câncer, mas aumenta o risco de outro tipo de câncer?

       A resposta é que o tamoxifeno apresenta um benefício de cerca de 40% na melhora de sobrevida das mulheres com câncer de mama e o risco de desenvolver o câncer de endométrio é menor que 1%. Ou seja, o benefício do seu uso é muito maior do que o seu risco.

Outros efeitos colaterais associados ao uso de tamoxifeno incluem o aumento do risco de tromboembolismo, fogachos, irregularidade menstrual e diminuição da libido.

Repare que o tamoxifeno é indicado para o tratamento das mulheres com câncer de mama, receptor hormonal positivo na pré menopausa, com o objetivo de antagonizar os efeitos do estrogênio produzido principalmente pelos ovários, mas após a menopausa os ovários param de produzir estrógeno que passa a ser produzido perifericamente na gordura, através da conversão de andrógenos em estrona, pela ação da enzima aromatase.

Por isso, após a menopausa, usamos os inibidores da aromatase na hormonioterapia das pacientes com câncer de mama com receptores hormonais positivos. Os inibidores de aromatase são os medicamentos de primeira linha para a hormonioterapia destas pacientes, inibindo a conversão de andrógenos em estrógenos (estrona) e com isso impedindo o estímulo proliferativo deste hormônio sobre as células tumorais.

Os inibidores da aromatase mais comumente utilizados são o anastrozol e o letrozol e o exemestano. 

Agora vamos analisar os seguintes itens:

I. Raloxifeno: não é um inibidor da aromatase. O raloxifeno é um agonista parcial do estrogênio (SERM), que é indicado para a prevenção da osteoporose nas mulheres após a menopausa.

II. Tamoxifeno: não é um inibidor da aromatase. O tamoxifeno é um agonista parcial do estrogênio (SERM), que é indicado para o tratamento do câncer de mama nas mulheres pré menopausa.

III. Exemestano: é um inibidor da aromatase. 

IV. Letrozol: é um inibidor da aromatase.

Assim, correta a alternativa C: somente os itens III e IV são inibidores da aromatase.

Fundação Banco de Olhos de Goiás – FUBOG (2023)

Paciente, 60 anos, com mamas indolores e sem massas, No exame de rotina, a mamografia demonstra um pequeno grupo de calcificações em torno de uma pequena massa. Neste caso:

A) A mamografia não apresentou achados mamográficos característicos que são suspeitos de câncer.

B) O achado mamográfico dispensa a obtenção de tecido para diagnóstico histológico.

C) Devido ao elevado risco de malignidade, é indicada uma biópsia central estereotáxica com agulha.

D) A mamografia não deve ser considerada para o rastreamento do câncer de mama.

Confira a resolução

Resolução: Estrategista, esta paciente apresentou um pequeno grupo de calcificações em torno de uma pequena massa em sua mamografia e esta é uma alteração suspeita de malignidade, BI-RADS 4 , que deve ser biopsiada. Vamos analisar as alternativas:

  1. Incorreta a alternativa A, porque o achado de microcalcificações agrupadas é suspeito de malignidade.
  2. Incorreta a alternativa B, porque trata-se de achado suspeito de malignidade, BI-RADS 4, com indicação de obtenção de tecido para diagnóstico histológico.
  3. Correta a alternativa C, pois o tipo de biópsia indicada para análise das microcalcificações é a biópsia por agulha grossa vácuo assistida (mamotomia), guiada por esterotaxia (mamografia), já que as calcificações somente podem ser vistas na mamografia.
  4. Incorreta a alternativa D, porque o exame indicado para o rastreamento para o câncer de mama é a mamografia.

Instituto e Hospital Oftalmológico de Anápolis – IHOA (2023)

Ao ser examinada, uma paciente apresenta rash eczematoso focal do mamilo direito. A principal hipótese diagnóstica é:

A) carcinoma lobular in situ

B) doença de Paget

C) fibroadenoma

D) tumor filoide

Confira a resolução

Resolução: Estrategista, a doença de Paget da mama é um tipo de câncer de mama que corresponde a apenas 1 a 3% dos novos casos. Acomete mais comumente mulheres entre 50 e 60 anos de idade.

O quadro clínico da doença de Paget é caracterizado por dor e prurido crônico, que evolui para ulceração e destruição do mamilo, atingindo todo o complexo areolopapilar. Devido à ulceração, pode ocorrer uma descarga papilar sanguinolenta.

Cerca de 85% dos casos de doença de Paget são acompanhados de outro tipo de câncer de mama adjacente (carcinoma ductal in situ ou invasivo).

O diagnóstico diferencial da doença de Paget deve ser feito com patologias benignas, como o eczema (alergia) de contato e a dermatite por radiação, e com outras patologias malignas, como a doença de Bowen (carcinoma escamoso da epiderme), o carcinoma basocelular e o melanoma maligno.

Estrategista, o principal diagnóstico diferencial da doença de Paget é o eczema (ou dermatite de contato). A maioria das questões sobre esse assunto aborda esse ponto. Ou seja, sempre que houver um quadro de prurido mamilar persistente, com lesão eritemato-descamativa, rash cutâneo ou ulceração, de longa duração e que não melhora com uso de corticoide, devemos lembrar da doença de Paget e prosseguir com a investigação diagnóstica, realizando uma biópsia do mamilo.

O diagnóstico da doença de Paget é feito por meio da biópsia do mamilo, que pode ser realizada com uma pequena incisão em cunha abrangendo a transição entre a lesão e a pele normal ou por meio de um punch feito com um pequeno instrumento que retira um fragmento da pele.

A doença de Paget isolada tem uma categoria de estadiamento específica, sendo classificada como doença de Tis (Paget). Nos casos em que encontramos um carcinoma invasivo ou in situ, o estadiamento é feito de acordo com esse tumor, ou seja, a presença da doença de Paget na mama não altera o estádio do câncer de mama associado.

O tratamento da doença de Paget depende da ocorrência de outro carcinoma associado ou não. Nos casos de doença de Paget “isolada” o tratamento preconizado é a quadrantectomia central, ou seja, retirada do mamilo e do tecido mamário localizado abaixo dele. Nos casos com carcinoma ductal in situ ou ductal invasivo associado, o tratamento vai depender do estadiamento desses tumores.

Assim, correta a alternativa B: a presença de rash eczematoso focal do mamilo deve levantar a hipótese de doença de Paget da mama.

Revalida INEP (2023)

Uma mulher de 59 anos é atendida em unidade de pronto-atendimento, queixando-se de dor lombar contínua, de forte intensidade, de caráter progressivo e com piora no último mês. Realizou tratamento prévio com analgésico e com anti-inflamatório, porém os sintomas persistiram. Ela refere história prévia de tratamento para câncer de mama há 3 anos. No momento, está sem queixas acerca da mama. O exame físico mostra hiperalgesia aos estímulos em coluna lombar. Radiografia da coluna lombar: lesões líticas. 

Com base no caso clínico apresentado, a principal hipótese diagnóstica é

A) metástase.

B) tuberculose.

C) hérnia discal.

D) fratura vertebral.

Confira a resolução

Resolução: Estrategista, esta paciente tem um antecedente de câncer de mama e refere dor lombar que não melhorou com uso de analgésicos. A radiografia mostrou lesões líticas, que são características de metástases ósseas do câncer de mama. Os principais locais de metástase de câncer de mama são: ossos (coluna, costelas e bacia principalmente), pulmão, fígado e cérebro. 

Assim, correta a alternativa A: trata-se de quadro clínico e de imagem de metástase óssea por câncer de mama.

Incorreta a alternativa B, porque a tuberculose não se manifesta com lesões líticas ósseas na radiografia.

Incorreta a alternativa C, porque a hérnia de disco costuma melhorar com o repouso e uso de analgésicos.

Incorreta a alternativa D, porque a paciente não tem história de trauma ou deficiência neurológica.

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