Para garantir uma boa nota nas provas de residência médica e revalidação de diplomas em medicina, sobretudo no bloco de Clínica Médica, é importante conhecer o que mais vem sendo cobrado quando o assunto é diabetes mellitus. É fundamental estudar a fundo a definição da doença, a sua epidemiologia e fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico, bem como o tratamento da diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2. Veja abaixo algumas questões que já abordaram esse assunto!
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Conceito de diabetes mellitus
O diabetes mellitus (DM) consiste em um distúrbio metabólico, decorrente da hiperglicemia persistente. A DM tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune, poligênica, decorrente de destruição das células β pancreáticas, causando a hiperglicemia devido a deficiência completa na produção de insulina.
O DM1 ainda é classificado em dois tipos: DM tipo 1A, que é a forma mais frequente de DM1, confirmada pela positividade de um ou mais autoanticorpos, enquanto o tipo 1B ou idiopático é atribuída aos casos de DM1 nos quais os autoanticorpos não são detectáveis na circulação.
Já no caso da DM tipo 2, a doença é resultante da resistência à ação da insulina no organismo. A hiperglicemia é um fator de risco contínuo para desfechos micro e macrovasculares.
Se preferir, confira o resumo antes de resolver as questões: Resumo de diabetes mellitus tipo 1: diagnóstico, tratamento e mais!
Veja também: Resumo do diabetes mellitus tipo 2: diagnóstico, tratamento e mais!
Como o tema possui extrema prevalência nas provas de Residência Médica, o Portal de Notícias do Estratégia MED trouxe 5 questões sobre Diabetes Mellitus que já caíram nas provas para ajudar, na prática, a sua preparação para as próximas seleções.
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – SCMSP (2024)
Os pacientes diabéticos submetidos a cirurgias de médio e grande porte necessitam de uma avaliação pré-operatória minuciosa, com o controle de diversos parâmetros laboratoriais e clínicos. Sobre o pré-operatório em cirurgias eletivas de pacientes diabéticos, é correto afirmar que
A) os níveis de glicose plasmática objetivados durante a cirurgia podem variar de 140 a 200 mg/dl.
B) os antidiabéticos orais da classe das biguanidas devem ser suspensos no dia anterior à cirurgia.
C) caso a cirurgia seja realizada no período vespertino o jejum deve ser suspenso pela manhã.
D) se possível, não realizar cirurgia pela manhã.
E) caso o paciente utilize insulina NPH, esta deve ser suspensa logo na internação e substituída pela insulina regular, para evitar episódios de hipoglicemia induzidos pelo jejum.
Confira a resolução
Resolução: ALTERNATIVA CORRETA: A
Fala, Estrategista! Tudo bem? Temos uma questão bastante direta sobre o manejo perioperatório de pacientes com diabetes mellitus. Devemos sempre objetivar o controle glicêmico adequado e ter em vista que são pacientes com elevado risco cardiovascular.
Trago aqui as principais recomendações publicadas pela Sociedade Brasileira de Diabetes em 2023:
R1 – É RECOMENDADO o rastreio, através da glicemia de jejum, de diabetes mellitus (DM) no pré-operatório de cirurgias eletivas, naqueles que tem indicação de avaliação de risco cirúrgico.
Classe I – Nível B
R2 – É RECOMENDADO otimizar o controle glicêmico no período pré-operatório em pacientes com DM prévio, sendo desejável uma hemoglobina glicada (HbA1c) abaixo de 8%.
Classe I – Nível B
R3 – É RECOMENDADO realizar ajuste das doses de medicamentos antidiabéticos e de insulina no perioperatório, visando HbA1c abaixo de 8%, sem hipoglicemias.
Classe I – Nível B
R4 – É RECOMENDADO a suspensão de medicamentos secretagogos de insulina (sulfonilureias e glinidas) nas 24 horas que antecedem a cirurgia.
Classe I – Nível C
R5 – DEVE SER CONSIDERADO manter o uso da metformina até o dia anterior à cirurgia e a reintrodução após o procedimento, individualizando de acordo com a evolução clínica, na ausência de complicações cirúrgicas.
Classe IIa – Nível B
R6 – É RECOMENDADA a suspensão dos iSGLT2 3 a 4 dias antes de cirurgia de grande porte ou de procedimentos invasivos planejados, para redução do risco de cetoacidose diabética euglicêmica (CAD-E).
Classe I – Nível B
R7 – É RECOMENDADO a suspensão dos análogos de GLP-1 e agonistas duais GIP/GLP-1 previamente à procedimentos que envolvam sedação anestésica ou anestesia geral, devido ao risco de aspiração gástrica.
Classe I – Nível C
R8 – É RECOMENDADO a manutenção dos inibidores de DPP-4 no período perioperatório de cirurgias eletivas.
Classe I – Nível A
R9 – PODE SER CONSIDERADO a manutenção ambulatorial das tiazolinedionas no período perioperatório de cirurgias eletivas não cardíacas.
Classe IIb – Nível C
R10 – DEVE SER CONSIDERADO a manutenção da dose convencional de insulina basal de longa ação na véspera da cirurgia, com a redução de 20-30% da dose a partir da noite anterior até o final do período de jejum. Para análogos ultralentos, esta redução deve acontecer com 72 horas de antecedência.
Classe IIa – Nível B
R11 – DEVE SER CONSIDERADO a manutenção da dose convencional de insulina intermediária (NPH) na noite anterior à cirurgia, com redução da dose habitual em 50% na manhã do procedimento.
Classe IIa – Nível C
R12 – É RECOMENDADO a suspensão das doses prandiais fixas de insulina de ação curta, no período de jejum, mantendo-as apenas para correção de eventuais hiperglicemias.
Classe I – Nível C
R13 – É RECOMENDADO um controle glicêmico moderado, com metas de glicemia de 140 a 180mg/dL, visando evitar glicemias abaixo de 70mg/dL.
Classe I – Nível A
R14 – É RECOMENDADO realizar controle glicêmico intra-operatório, com glicemia capilar, venosa ou arterial, a cada 1 hora, em cirurgias de médio e grande porte.
Classe I – Nível A
R15 – É RECOMENDADO que o controle da glicemia dos pacientes hiperglicêmicos seja realizado com insulina regular por via intravenosa no período intraoperatório e pós-operatório imediato, em cirurgias de grande porte em paciente em unidade de terapia intensiva.
Classe I – Nível A
R16 – É RECOMENDADO uso de insulina subcutânea no esquema basal, basal-plus ou basal-bolus em pacientes internados, não críticos, com hiperglicemia no período peri-operatório.
Classe I – Nível A
Observando essas recomendações vemos que a alternativa A está contemplada como correta mas com valores que estão aproximadamente equivocados. Isso pode gerar questionamento na questão.
Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro – SES RJ (2023)
Pode-se afirmar em relação ao manejo perioperatório de paciente com Diabetes Mellitus que:
A) a dose de glimepirida, habitualmente usada pelo paciente, deve ser suspensa na manhã de uma esplenectomia.
B) na manhã de uma colecistectomia videolaparoscópica, deve-se aplicar a dose de insulina NPH habitualmente usada pelo paciente.
C) a dose de metformina, habitualmente usada pelo paciente, deve ser mantida na manhã de uma tireoidectomia total.
D) durante uma colectomia subtotal, deve-se objetivar, necessariamente, um nível glicêmico ≤ 100mg/dL.
Confira a resolução
Resolução: GABARITO: LETRA A
Questão que explora conceitos do cuidado perioperatório do paciente diabético.
Tradicionalmente no pré-operatório de cirurgias eletivas, devemos assumir as seguintes condutas quanto aos fármacos antidiabéticos não-insulina:
– Metformina: Suspender 24-48h antes da cirurgia.
– Inibidores de SGLT2: Suspender 72h antes da cirurgia
– Demais fármacos antidiabéticos NÃO-insulina: Suspender na manhã da cirurgia. Uma exceção são os inibidores de DPP4, que, segundo alguns autores, podem ser feitos na manhã da cirurgia.
Já o manejo pré-operatório de cirurgias eletivas da insulinoterapia é mais complexo. As recomendações são as seguintes:
– Insulina basal (NPH, glargina, degludeca ou detemir): No dia anterior à cirurgia, administrar como usual. Na manhã da cirurgia, fazer 2/3 da dose usual matinal (se a cirurgia for escalada para a primeira da manhã) ou ½ da dose usual matinal (se a cirurgia for escalada para aquela manhã, porém sem ser a primeira) ou ⅓ da dose usual matinal (se a cirurgia for escalada para a tarde). Caso seja optado por deixar o paciente com bomba de insulina bolus, a insulina basal não deverá ser administrada no dia da cirurgia.
– Insulina bolus (regular, asparte, glulisina ou lispro): No dia anterior à cirurgia, administrar como usual. Na manhã da cirurgia, suspender e administrar se necessário conforme glicemia capilar, seguindo uma tabela diferenciada. Uma alternativa à administração conforme glicemia capilar, é a instalação de bomba de insulina com aporte de glicose.
Durante o perioperatório, devemos almejar uma meta de glicemia entre 100 e 180 mg/dL.
Assim, correta a alternativa “a”. Na manhã da cirurgia as sulfonilureias não devem ser administradas.
Santa Casa de Misericórdia de Marília – SCMMA (2023)
Após o diagnóstico e o início do tratamento de diabetes melito (DM), conhecido como o período de lua de mel, e antes da puberdade, a dose total diária de insulina geralmente é de:
A) 1 a 2 UI/Kg/dia.
B) 0,7 a 1,0 UI/Kg/dia.
C) 0,3 a 0,5 UI/Kg/dia.
D) 0,1 a 0,2 UI/Kg/dia.
Confira a resolução
Resolução: ALTERNATIVA CORRETA: B
Fala, Estrategista! Estamos diante de uma questão bem direta na qual iremos falar da dose de insulina em que submetemos nossos pacientes com DM1 em seu tratamento farmacológico.
O diabetes mellitus tipo 1 (DM tipo 1) corresponde a 5%-10% dos casos de DM e é caracterizado pela deficiência grave de insulina, ocasionada pela destruição das células beta pancreáticas. É o tipo de diabetes mellitus mais comum na infância e adolescência, representando cerca de 85% dos casos. A herança da doença é poligênica e, assim, há predisposição familiar, embora seja muito menor que a hereditariedade vista no MODY e no diabetes mellitus tipo 2. Para se ter uma ideia, indivíduos com parente de primeiro grau acometido (pais e irmãos) com DM tipo 1 têm 6% de chance de desenvolver a doença e esse risco pode chegar até 50% em gêmeos monozigóticos. A maioria dos casos tem etiologia autoimune (85%), com positividade para anticorpos contra as células beta (anti ICA) e/ou para outros anticorpos, como o anticorpo antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD 65), anti-insulina (anti IAA), anti-tirosina fosfatase (anti IA2) e antitransportador de zinco (anti ZnT8). Quando é demonstrada a presença de autoimunidade, classificamos a doença como diabetes mellitus tipo 1A. Abaixo, apresento a sensibilidade e especificidade dos anticorpos; o anti-GAD 65 é o mais solicitado, pois tende a persistir ao longo do tempo. O anti ZnT8 é o mais sensível e auxilia no diagnóstico de DM tipo 1A quando os demais estão negativos. Já o anticorpo antiinsulina não deve ser solicitado para pacientes após iniciarem o uso de insulina, uma vez que a exposição ao medicamento leva à produção de anticorpos, inviabilizando o exame nessas situações.
Em geral, pacientes recém-diagnosticados requerem uma dose diária total inicial de insulina que varia de 0,5 a 1 UI/kg, conforme
o contexto clínico envolvido. Crianças pré-púberes geralmente requerem doses mais baixas e doses mais altas podem ser necessárias na puberdade, em quadros de cetoacidose ou em pacientes em uso de medicações hiperglicemiantes (glicocorticoides, por exemplo). Uma vez calculada a dose total de insulina, devemos ter em mente que 40% a 50% desse valor deverá ser ofertado na forma de insulina basal, o restante será dividido entre as três aplicações pré-prandiais. Caso o paciente faça uso de NPH, uma opção é dividir a dose total de NPH em duas aplicações:
• 2/3 antes do café da manhã;
• 1/3 ao deitar-se
Assim, alternativa “b” correta. A dose de insulina no paciente com DM1 varia de 0,5 a 1 UI/kg em seu tratamento.
Santa Casa de Misericórdia de Campo Grande – SCMCG (2023)
Em relação à classificação do diagnóstico do diabetes melito (DM) na infância e adolescência, assinale a afirmativa correta.
A) A maioria dos casos de DM na infância e adolescência é classificada como DM tipo 2.
B) A maioria dos casos de DM na infância e adolescência é classificada como DM tipo 1.
C) A maioria dos casos de DM na infância e adolescência á classificada como outros tipos específicos de DM.
D) A maioria dos de DM na infância e adolescência é classificada como monogênica.
Confira a resolução
Resolução: ALTERNATIVA CORRETA: B
Fala, Estrategista! Tudo bem?? Estamos diante de uma questão conceitual que nos pergunta os diversos tipos de diabetes mellitus.
Diabetes mellitus (DM) é uma condição em que ocorre hiperglicemia, seja por defeito de ação e/ou secreção inadequada
de insulina. Assim, engloba diversas etiologias, em diferentes fases da vida, cuja identificação correta é fundamental para a escolha do tratamento e para a prevenção de complicações. Segundo estimativas da International Diabetes Federation (IDF), 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos apresentaram diabetes mellitus em 2021. O Brasil é o sexto país com maior número de diabéticos no mundo; são 15,7 milhões de indivíduos diagnosticados, com projeção de aumento para 23,2 milhões em 2045. Esse crescimento de forma epidêmica é devido principalmente ao diabetes mellitus tipo 2, que é a etiologia mais frequente de DM, correspondendo a 85%-90% dos casos.
O diabetes mellitus tipo 1 (DM tipo 1) corresponde a 5%-10% dos casos de DM e é caracterizado pela deficiência grave de insulina,
ocasionada pela destruição das células beta pancreáticas. É o tipo de diabetes mellitus mais comum na infância e adolescência, representando cerca de 85% dos casos. A herança da doença é poligênica e, assim, há predisposição familiar, embora seja muito menor que a hereditariedade vista no MODY e no diabetes mellitus tipo 2. Para se ter uma ideia, indivíduos com parente de primeiro grau acometido (pais e irmãos) com DM tipo 1 têm 6% de chance de desenvolver a doença e esse risco pode chegar até 50% em gêmeos monozigóticos.
A maioria dos casos tem etiologia autoimune (85%), com positividade para anticorpos contra as células beta (anti ICA) e/ou para
outros anticorpos, como o anticorpo antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD 65), anti-insulina (anti IAA), anti-tirosina fosfatase (anti IA2) e antitransportador de zinco (anti ZnT8). Quando é demonstrada a presença de autoimunidade, classificamos a doença como diabetes mellitus tipo 1A. Abaixo, apresento a sensibilidade e especificidade dos anticorpos; o anti-GAD 65 é o mais solicitado, pois tende a persistir ao longo do tempo. O anti ZnT8 é o mais sensível e auxilia no diagnóstico de DM tipo 1A quando os demais estão negativos. Já o anticorpo antiinsulina não deve ser solicitado para pacientes após iniciarem o uso de insulina, uma vez que a exposição ao medicamento leva à produção de anticorpos, inviabilizando o exame nessas situações.
Assim, a alternativa “b” está correta pois a maioria dos casos (85%) de DM na adolescência são de DM1.
Revalida INEP (2024)
Um paciente com 30 anos, portador de diabetes mellitus tipo1 há 15 anos, retorna para uma consulta com queixa de ulceração em região plantar esquerda, em extremidade distal, posterior, do 4º metatarso esquerdo, com início há cerca de 20 dias. Ao exame físico, verificam-se: pulso de 80 bpm, pressão arterial de 120 x 70 mmHg, temperatura de 36,5 °C; todos os pulsos presentes, cheios e simétricos. Observa-se, ainda, a presença de lesão ulcerada de 3 cm com discreta secreção serosa, sem hiperemia ou calor, com hiperqueratose local e com tecido de granulação central em região plantar esquerda. Nesse caso, além do controle glicêmico, qual é o tratamento adequado?
A) Simpatectomia lombar.
B) Enxerto de pele autólogo.
C) Terapia compressiva inelástica.
D) Curativo e adaptação de calçado.
Confira a resolução
Resolução: Gabarito: Letra D
Temos nessa questão um paciente com diabetes e lesão ulcerada em região de proeminência óssea. A lesão apresenta ao seu redor sinais de hiperqueratose, o que nos indica que provavelmente havia um calo naquele local que ulcerou. Trata-se, portanto, de um quadro de pé diabético. Na descrição do enunciado, os pulsos estão presentes no membro inferior, o que nos indica que provavelmente o componente vascular é menos importante que o neuropático. Além disso, esse achado nos aponta que provavelmente esse paciente não precisará de avaliação especializada pelo cirurgião vascular.
Vamos aproveitar essa questão para revisar um pouco sobre pé diabético.
O pé diabético é a principal causa de amputação não traumática em adultos brasileiros. Essa condição se dá por um misto de neuro e vasculopatias induzidas pelo diabetes, podendo um componente predominar sobre o outro.
A neuropatia periférica provoca: (1) Redução da força motora e deformidades que expõem proeminências ósseas a maiores pressões; (2) ressecamento do pé por neuropatia autonômica, o que torna a pele dos pés mais suscetível a fissuras e ulcerações e (3) redução da sensibilidade, permitindo com que o paciente traumatize os pés, e, após, não proteja a área lesada do excesso de pressão ou de novos traumas.
A doença arterial periférica também contribui para desfechos negativos no pé diabético. Em casos de vasculopatia menos grave, há uma diminuição da disponibilidade de nutrientes e células de defesa aos pés lesionados. As consequências são: cicatrização mais lenta e maior risco de infecções secundárias. Em casos de vasculopatia mais grave, a isquemia severa dos pés pode levar a gangrena (ou seja, necrose).
Quando nos deparamos com pacientes diabéticos com úlceras nos pés, temos que avaliar as seguintes condutas terapêuticas:
1. Antibioticoterapia – está indicada para aquelas situações em que há a presença de infecção, a qual pode ser suspeitada quando forem identificados halo de hiperemia significativa (geralmente > 0,5 cm além do bordo da úlcera), dor local, calor, exsudação importante (especialmente se a secreção for purulenta) e febre. Algumas opções de tratamento são: cefalexina; ciprofloxacino; clindamicina; sulfametoxazol-trimetoprim ou amoxicilina-clavulanato. Algumas opções parenterais são: ampicilina-sulbactam; oxacilina; ceftriaxona; quinolonas e piperacilina-tazobactam.
2. Avaliação do cirurgião vascular quanto a revascularização ou amputação do membro – intervenções vasculares podem ser indicadas naqueles pacientes com membro viável e nos quais o componente vascular predomina, como aqueles com assimetria ou ausência de pulsos distais de membros inferiores, sinais de má perfusão (como tempo de enchimento capilar prolongado, membro frio e pálido) e gangrena de extremidades. O tipo de intervenção vascular ficará a cargo da avaliação do cirurgião. As opções terapêuticas mais comuns são: bypass e angioplastia endovascular com balão e/ou stent.
3. Desbridamento – indicado para aqueles pacientes com tecidos desvitalizados na ferida (como uma capa necrótica, por exemplo). A ideia é que a retirada desses tecidos desvitalizados facilita a cicatrização e reduz o risco de infecções. O desbridamento poderá ser feito por meio físico (cirúrgico) ou químico (com o uso de substâncias como a papaína).
4. Curativos – indicados para todos os pacientes. Se disponível, a avaliação de enfermeiros especializados em estomaterapia pode ser útil para orientar o curativo mais apropriado. Em linhas gerais, em pacientes com feridas pouco exsudativas o uso de hidrogel no curativo pode auxiliar no fechamento da lesão. Já naquelas mais exsudativas, podemos utilizar curativos com alginato ou hidrofibra.
5. Redução da pressão local – para tanto podem ser orientados calçados adaptados, bengalas, muletas, órteses, etc. A ideia é que o paciente não realize mais traumas sobre a região lesionada, permitindo a sua melhor cicatrização.
Assim, correta a D. Conforme a explicação acima, em pacientes sem indicação de antibioticoterapia, intervenção vascular ou desbridamento, devemos centrar a nossa terapia em curativo local e medidas para redução da pressão sobre a ferida (como o uso de calçados adaptados).
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