ResuMED de anemias: classificação das anemias e avaliação de hemogramas

ResuMED de anemias: classificação das anemias e avaliação de hemogramas

Como vai, futuro Residente? O tema anemias é muito cobrado em diversas áreas nas provas de Residência Médica! Por isso, nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo, com tudo o que você precisa saber sobre o assunto. Nesse resumo vamos abordar a classificação das anemias, definição e avaliação de hemogramas. Para saber mais, continue a leitura. Bons estudos!

Introdução

Anemia é uma condição de redução da massa eritrocitária total, o que prejudica o transporte de oxigênio realizado pelas hemácias para as células e tecidos. Especificamente, a responsável pelo transporte do oxigênio é a hemoglobina, proteína presente nos glóbulos vermelhos. Portanto, o melhor parâmetro para fazer o diagnóstico de quadros de anemia é a dosagem de hemoglobina

Existem níveis de hemoglobina preconizados pela Organização Mundial da Saúde de acordo com as idades, é importante que você decore para as provas! Observe:

  • Homens acima de 15 anos: < 13
  • Mulheres acima de 15 anos: < 12
  • Gestantes: < 11
  • Crianças menores de 6 meses a 5 anos:  < 11
  • Crianças de 5 a 11 anos: < 11,5
  • Crianças de 12 a 14 anos: < 12

Mesmo que após os 15 anos os níveis de hemoglobina normais não sofram alteração, em idosos, não se deve considerar a anemia como parte normal do envelhecimento, mas sim buscar a etiologia do quadro anêmico para tratá-lo e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Na suspeita de anemia, dois exames são essenciais para a avaliação inicial: hemograma completo com índices hematimétricos e contagem de reticulócitos, pois a dosagem de hemoglobina permite diagnosticar a anemia, os índices hematimétricos permitem a análise de sua morfologia e a contagem reticulocitária, sua fisiopatogenia.

Classificação morfológica das anemias

A classificação morfológica das anemias se baseia nos níveis do VCM, que permite dividir as causas de acordo com o tamanho das hemácias em anemias microcíticas, com hemácias menores que o normal (VCM < 80 fl); anemias normocíticas, de hemácias do tamanho adequado (VCM entre 80 e 100 fl); e anemias macrocíticas, com hemácias maiores que o normal (VCM > 100 fl)

Anemias microcíticas: VCM < 80 fl

  • Anemia ferropriva; anemia inflamatória da doença crônica; talassemia; anemia sideroblástica congênita.

Anemias normocíticas: VCM entre 80 e 100 fl

  • Anemia ferropriva, anemia inflamatória de doença crônica, anemia da doença renal crônica, anemias hemolíticas, anemia aplásica, mielodisplasia.

Anemias macrocíticas: VCM > 100 fl

  • Anemia megaloblástica, anemias hemolíticas, hipotireoidismo, alcoolismo, hepatopatia crônica, anemia aplásica, mielodisplasia e anemia sideroblástica adquirida.  

Classificação funcional das anemias

Além da classificação pelo tamanho das hemácias, as anemias podem ser classificadas de acordo com a causa da queda da hemoglobina, como menor produção de hemácias ou perda periférica de hemácias. 

As anemias hipoproliferativas são quadros em que ocorre perda eritrocitária periférica por hemólise ou sangramento, que faz com que a medula óssea reaja produzindo novas hemácias, liberadas da medula em forma de reticulócitos, causando reticulocitose.

Já nas anemias hipoproliferativas, ocorre um comprometimento da eritropoiese, por defeitos dos precursores das células hematopoiéticas, como na mielodisplasia e anemia aplásica, ou por falta de substrato para hematopoiese, como na anemia ferropriva, anemia megaloblástica por carência de B12 e/ou folato. Nesse caso, como a produção das hemácias está prejudicada, a contagem de reticulócitos está normal ou reduzida.

Observe o quadro comparacional:

ANEMIAS HIPOPROLIFERATIVASANEMIAS HIPERPROLIFERATIVAS
CausaRedução da produção de hemáciasPerda periférica de hemácias, por hemorragia ou hemólise
EritropoieseComprometidaPreservada
Produção de hemáciasReduzida Aumentada em resposta à anemia
Nível de reticulócitosReticulocitopenia (< ou = 2%)Reticulocitose (> 2%)
ExemplosAnemia ferropriva, anemia megaloblástica, anemia aplásica, outrasAnemias hemolíticas; Sangramento agudo;

Assim, em uma primeira avaliação de investigação de anemias, deve ser pedido um hemograma com níveis de VCM e contagem de reticulócitos para chegar ao diagnóstico e tratar a causa a partir de então. 

Avaliação de hemograma

Agora que você sabe o que é anemia, podemos falar sobre o hemograma em si!

O hemograma é um exame que avalia os elementos figurados do sangue, de forma quantitativa e qualitativa, e é composto pelo eritrograma, parte vermelha, leucograma, parte branca, e plaquetograma, avaliação plaquetária, Os valores de referência de um hemograma são:

  • Hemoglobina (g/dL): homens – 13 a 16,5; mulheres – 12 a 16
  • Hemácias (milhões/mm³): homens – 4,5 a 6,5; mulheres – 3,9 a 5,6
  • Hematócrito (%): homens – 40 a 50; mulheres – 39 a 46
    • Mede o volume ocupado por todas as hemácias em relação ao volume total da amostra sanguínea.
  • Volume corpuscular médio (VCM): 80 a 100
  • Hemoglobina corpuscular média (HCM): 28 a 32
  • Concentração de hemoglobina corpuscular média: 32 a 35
  • Red cell distribution width (RDW) (%): 11 A 15
    • Mede a variação de tamanho entre as hemácias, ou seja, a anisocitose.
  • Leucócitos (/mm³): 5.000 a 11.000
  • Neutrófilos (/mm³): 1.500 a 8.000
  • Plaquetas (/mm³): 150.000 a 450.000

Esfregaço de sangue periférico

A hematoscopia é a avaliação qualitativa das células hematológicas pela microscopia ótica. Podem ser vistas diversas alterações nesse exame,e as condições patológicas se associam (é importante que você decore para as provas!). As mais importantes que você saiba são:

  • Drepanócitos: hemácias em foice → anemia falciforme;
  • Dacriócitos: hemácias em lágrima → típicos de hematopoiese extramedular, como nas talassemias e mielofibrose;
  • Esquizócitos: hemácias fragmentadas → anemias hemolíticas microangiopáticas, como PTT e SHU. 

Além disso, têm-se acantócitos, corpos de Heinz, Corpúsculos de Pappenheimer, microesferócitos, estomatócitos e muitas outras possíveis classificações a serem observadas. No material completo do Estratégia MED você tem acesso a imagens com exemplos de como as hemácias são vistas no microscópio, não deixe de conferir!

Chegamos ao fim do nosso resumo! Aqui no Portal do Estratégia MED você encontra diversos outros resumos exclusivos sobre tipos específicos de anemias. Confira!

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