ResuMED de gasometria arterial – acidemia e alcalemia

ResuMED de gasometria arterial – acidemia e alcalemia

Como vai, futuro Residente? Um dos temas essenciais para seu conhecimento, não só para as provas de Residência Médica, mas na prática clínica, é a gasometria arterial. Por isso, nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo com tudo o que você precisa saber sobre o assunto para garantir sua vaga, incluindo seus principais tópicos: acidose e alcalose. Para saber mais, continue a leitura. Bons estudos!

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Princípios básicos da gasometria arterial e distúrbios ácido-básicos

Na análise da gasometria arterial são analisados os seguintes parâmetros:

  • pH: representação matemática da concentração de H + em alguma solução – VR: 7,35 A 7,45.
  • pCO2: pressão parcial de CO2 no sangue, em mmHg. Correlaciona-se diretamente com a ventilação alveolar – VR: 35 a 45 mmHg.
  • HCO3: bicarbonato, principal tampão do nosso organismo – VR: 22-26 MeQ/L.
  • pO2: pressão parcial de O2 no sangue, em mmHg – VR:  > 80 mmHg.
  • Base excess: um base excess muito negativo indica sobrecarga de ácidos, e quando muito positivo indica presença de excesso de bases – VR: -2 a +2 mEq/L.

A partir disso, podemos estabelecer conceitos fundamentais sobre o equilíbrio acidobásico, que iremos discutir detalhadamente ao longo do resumo. São eles:

  • Acidemia ⇒ excesso de H + no compartimento extracelular – pH < 7,35.
  • Alcalemia ⇒ déficit de H + no compartimento extracelular – pH > 7,45.
  • Acidose ⇒ processo metabólico (queda de bicarbonato) ou respiratório (aumento de PCO2) que leva à redução do pH.
  • Alcalose ⇒ processo metabólico (aumento de bicarbonato) ou respiratório (queda de PCO2) que leva ao aumento do pH.

Dessa forma, podemos presumir que sempre que houver uma acidemia, deve existir uma acidose, da mesma maneira que uma alcalemia obriga a existência de uma alcalose, mas o mesmo não ocorre do contrário. 

Esses distúrbios podem ser primários, secundários ou mistos:

  • Primários: levam a alteração inicial do pH.
  • Secundários: alterações no bicarbonato ou pCO2 secundárias à resposta compensatória e surgem como tentativa de atenuar as variações do pH.
  • Mistos: associação entre os distúrbios primários. 

Sobre os distúrbios secundários, também podem ser chamados também de resposta compensatória,  que são uma tentativa dos rins ou pulmões em reestabelecer um pH adequado para o funcionamento correto das funções celulares. 

Quando o distúrbio primário é metabólico, uma resposta respiratória (pelos pulmões) é iniciada. Por outro lado, quando o distúrbio primário é respiratório, uma resposta metabólica (renal) é iniciada. As respostas respiratórias são rápidas e praticamente imediatas. As metabólicas são mais lentas e levam cerca de 3 a 5 dias para atingirem seu grau máximo.

Por exemplo, um paciente com pneumonia comunitária e lesão renal aguda pode apresentar alcalose respiratória pela pneumonia e acidose metabólica pela lesão renal, e, na gasometria, ter um pH entre 7,35 e 7,45.

A equação de Henderson Hasselbalch nos diz que quando o bicarbonato cai, a resposta natural para evitar que o pH caia demais é a queda da pCO2 (denominador), valendo para todas as outras situações de queda ou aumento dos níveis de pCO2 e/ou bicarbonato.

Vamos falar agora detalhadamente sobre cada distúrbio!

Acidemia

Para identificar uma acidemia, seguimos uma ordem de 4 passos. Primeiro, devemos identificar um  pH abaixo de 7,35. Após isso, devemos encontrar o distúrbio primário, respiratório ou metabólico, buscando um bicarbonato < 22 mEq/L (acidose metabólica) ou uma pCO2 > 45 mmHg (acidose respiratória), ou ambos (acidose mista). 

Como terceiro passo, deve ser identificado se existe uma resposta compensatória:

  • Acidose metabólica: aumento da ventilação alveolar, na tentativa de eliminar o CO2 pelos pulmões e atenuar a queda do pH.
  • Acidose respiratória: aumento da reabsorção de bicarbonato no túbulo proximal.
    • Nesse caso deve-se identificar se a alteração é aguda ou crônica, pois o tempo de compensação renal dura de 3 a 5 dias. 

O quarto passo é calcular o ânion gap sérico, fundamental para diferenciar as acidoses metabólicas em acidose metabólica de AG aumentado ou acidose metabólica de AG normal ou hiperclorêmica. O cálculo é feito através de fórmula: ânion gap = sódio – (cloreto + bicarbonato), e seu valor normal é de 8 a 12 mEq/L.

Uma das fórmulas mais cobradas nas questões de análise de gasometria arterial é a fórmula de Winter, utilizada para avaliar a resposta compensatória da acidose metabólica. Memorize: pCO2 esperado = [(1,5 x HCO3) + 8] ± 2 mmHg. 

Alcalemia

Para a interpretação de uma alcalemia, seguimos os mesmos passos da acidemia. 

Primeiro você deve checar o pH, que deve estar > 7,45. Depois, é necessário  encontrar o distúrbio primário: bicarbonato > 26 mEq/L (metabólica) ou uma pCO2 < 35 mmHg (respiratória). 

Por fim, deve-se calcular a resposta compensatória. Em uma alcalose metabólica, a resposta compensatória dos pulmões é a redução da frequência respiratória para reter CO2 e evitar a elevação brusca de pH. Na alcalose respiratória, deve-se determinar também se é aguda ou crônica. Nos rins, a resposta compensatória é reduzir a reabsorção de bicarbonato no túbulo proximal, favorecendo a eliminação na urina. 

Gasometria com pH normal

Ainda é possível que você se depare com uma gasometria com pH normal. Nesses casos, duas possibilidades devem ser pensadas.

A primeira possibilidade é que, se os níveis de pCO2 e HCO3 estiverem dentro da normalidade, você está diante de uma gasometria normal. Porém, a outra possibilidade é que, se os valores de pCO2 e HCO3 estiverem no mesmo sentido, ou seja, ambos reduzidos ou elevados, estamos diante de um distúrbio misto. 

No material completo do Estratégia MED você tem acesso a diversos casos clínicos com exemplos para colocar em prática e te ajudar a entender todos esses mecanismos. Não deixe de conferir!

Chegamos ao fim do nosso resumo! Neste texto você aprendeu mais sobre gasometria arterial e os distúrbios ácido-básicos: alcalemia e acidemia. Confira o Portal Estratégia MED para ter acesso a mais resumos de nefrologia!

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