ResuMED de Cardiomiopatias suas classificações, tratamentos e muito mais!

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Saudações, futuro residente! Aqui no Estratégia MED estamos juntos até o destino final, sua aprovação. Aqui o assunto são as cardiomiopatias, importante para seu concurso, mas também para não deixar passar nada nos plantões por aí! 

Definição e tipos de cardiomiopatias

As cardiomiopatias são doenças das células musculares responsáveis pela contração do coração, são divididas em vários subtipos. Aqui falaremos sobre os seguintes:

  • Cardiomiopatia dilatada;
  • Cardiomiopatia restritiva;
  • Cardiomiopatia hipertrófica. 

Cardiomiopatias dilatada

Nessa condição acontece o aumento de volume do ventrículo esquerdo, com ou sem a dilatação do ventrículo direito, associado a uma disfunção sistólica. Diversas etiologias causam essas alterações estruturais do coração, aqui listamos algumas. 

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Doença de chagas cardíaca

Trypanosoma cruzi é o protozoário causador da doença que se apresenta de forma espectral, podendo permanecer assintomático, até  causar insuficiência cardíaca fulminante. Para que haja a suspeita é imprescindível que seja feito ativamente o rastreio para permanência em regiões endêmicas, que são triângulo mineiro, norte de Minas, sul da Bahia, Distrito Federal e Goiás. A doença tem caráter fibrosante e o ciclo do parasita é  bem descrito, porém aqui focaremos no acometimento cardíaco. Para se diagnosticar o Chagas crônico são necessários dois métodos sorológicos.

O importante para se levar do tema e o que mais aparece nas bancas pelo Brasil é a apresentação da doença no eletrocardiograma, as alterações são associação de bloqueio de ramo direito (BRD) com bloqueio divisional ântero-superior esquerdo (BDASE ou HBAE) e estão demonstradas abaixo: 

Cardiomiopatias

Para ter acesso a mais imagens como essa, confira o material completo do Estratégia MED! 

Exames como ecocardiograma e ressonância magnética podem ser complementares, o achado mais específico é o aneurisma de ápice do ventrículo, que tende a ser em forma de “dedo de luva”. 

O tratamento segue a linha da insuficiência cardíaca, sendo que quando há risco de trombo por fibrilação indica-se o anticoagulante, já para alguns casos com bloqueio de ramo importante pode-se indicar a instalação de marca-passo. 

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Cardiomiopatias Induzida por Estresse (Síndrome de Takotsubo)

Também conhecida como síndrome do coração partido, atualmente vem sendo cobrada em provas importantes, por isso muita atenção! 

Fisiopatologia

  •  Liberação de catecolaminas em grande quantidade

Apresentação 

  •  Infarto do miocárdio, marcadores séricos e supra de ST também podem aparecer. (Todo o manejo do paciente é feito inicialmente como o de uma síndrome coronariana aguda);
  • Disfunção sistólica transitória;
  • Balonamento apical do ventrículo esquerdo; e
  • Sofrimento emocional

* Não há obstrução de artérias coronárias no cateterismo

Fatores de risco 

  • Mulheres; 
  • Meia idade ou pós-menopausa;
  • Etnia asiática ou caucasiana; e
  • Antecedente de doença neurológica.

Miocardite aguda 

Doença muito prevalente no mundo e nas provas, importante não deixar passar nada. 

Fisiopatologia

  • Infiltrado inflamatório no miocárdio levando à necrose dos cardiomiócitos;
  • O gatilho é um agente que gera uma resposta inflamatória exacerbada; e
  • Microorganismos, auto-imunidade, fármacos podem ser o gatilho. 

Apresentação 

*Ficar atento à presença de sintomas articulares, eles podem ser indicativos de febre reumática. 

Fatores de risco 

  • Homem; e
  • Idade por volta dos 40 anos. 

Principal causa de morte súbita em adultos menores de 40 anos. 

Exames solicitados 

  • Ressonância magnética.
  • Cintilografia com gálio-67; e
  • Biópsia para confirmação, porém muito invasiva. 

Tratamento 

  • Restrição salina; 
  • Vacinação (fora da atividade da doença);
  • Controle de peso; 
  • Não realizar atividade física por 6 meses após fase aguda; e 
  • Não utilizar anti-inflamatórios não hormonais.

Cardiomiopatias no periparto

Aparecendo cada vez mais em provas, essa condição tem uma fisiopatologia ainda pouco descrita. Pode acometer gestantes entre o último mês da gestação até 5 meses pós parto. 

Fatores de risco 

Aqui temos um mnemônico que deixa fácil lembrar de todos os fatores de risco: 

G – Gemelares 
A – Age, do inglês idade > 30 anos 
N – Negros tem maior risco
H – Hipertensão arterial sistêmica 
EEclâmpsia ou pré- eclâmpsia 
Portanto GANHE conhecimento e lembre deste mnemônico!

Apresentação típica de insuficiência cardíaca com: 

  • Ortopnéia;
  • Dispnéia paroxística noturna;  
  • Edema de membros inferiores;
  • Choque cardiogênico;
  • Edema agudo de pulmão; e 
  • Morte súbita. 

Exames solicitados

Nesse caso a escolha é o ecocardiograma, que mostra disfunção ventricular e fração de ejeção menor que 45%

Tratamento 

Durante a gestação podemos usar drogas que têm efeito na redução da mortalidade, como  succinato de metoprolol, hidralazina e nitrato, digitálicos e furosemida. Já durante a amamentação pode-se introduzir os medicamentos da classe dos IECA (inibidores da enzima conversora de angiotensina).  É altamente recomendável que a gestante não engravide novamente, principalmente se a fração de ejeção menor que 50%, ou menor que 25% em fase aguda. 

Cardiomiopatias restritivas 

Aqui veremos a amiloidose cardíaca como exemplo, ela é a que mais aparece nas provas por todo o país. 

Fisiopatologia

Depósito de fibrilas amiloides por todo o organismo, com predileção pelo rim e pelo coração

Apresentação

As variantes que acometem o tecido cardíaco são a de cadeias leves (AL) e a amiloidose transtirretina (ATTR).

Na AL ocorre acometimento cardíaco em 50%-75% das vezes, em há uma associação com mieloma múltiplo em 15% dos pacientes com este diagnóstico. 

Na ATTR há um acometimento cardíaco e de nervos periféricos, com aparecimento de disautonomia e neuropatia, insuficiência cardíaca, distúrbios de condução elétrica, hipotensão ortostática e eventos tromboembólicos. 

Exames solicitados

No caso de suspeita de AL é importante pedir eletroforese de proteínas, havendo um pico monoclonal é bem provável o diagnóstico. 

Já no caso de ATTR o diagnóstico é feito com biópsia, porém devido à dificuldade de se biopsiar o coração o procedimento pode ser feito em outros sítios, como as glândulas salivares labiais, com a técnica do corante vermelho do Congo.

O ecocardiograma pode vir com as seguintes alterações: hipertrofia ventricular*, disfunção diastólica, função sistólica normal ou levemente deprimida, derrame pericárdico e grande dilatação dos átrios além de hiperrefringência. O eletrocardiograma pode vir com algumas alterações entre elas vale ressaltar a baixa voltagem difusa*

Ressonância magnética cardíaca pode ser solicitada, o padrão-ouro é a cintilografia

*Achados contraditórios que nos fazem pensar em amiloidose 

Tratamento 

Para AL o tratamento é a resolução da gamopatia de base, seja por quimioterapia, anticorpos monoclonais, ou transplante de medula óssea

Já para a ATTR existem os fármacos que são estabilizadores de transtirretina.

Cardiomiopatias hipertróficas 

Preste muita atenção nesse tema, futuro residente, ele despenca nas provas, mas junto com o Estratégia MED você não perde nada!

Fisiopatologia

Cardiomiopatia com hipertrofia de VE.

Para ter acesso a mais imagens como essa, confira o material completo do Estratégia MED!

Essa é uma doença genética autossômica dominante com penetrância variável, podendo  haver várias manifestações sistêmicas. Essa a principal causa de morte súbita em jovens e atletas em todo o mundo. Nas fases iniciais da doença é evidenciado uma hipertrofia difusa do miocárdio, a hipertrofia do septo assimétrica é a principal forma de acometimento, a imagem mostra bem esta situação. Nas fases iniciais a função sistólica normalmente é preservada, porém, há um comprometimento do relaxamento ventricular, pois o coração tem  baixa complacência

Apresentação 

Foco total no exame físico e na história do paciente, são essenciais para fechar o diagnóstico. Dispneia, precordialgia, síncope/pré-síncope, palpitações e até morte súbita, podem ser indicativos da doença. Ao exame físico temos um sinal importante que é o sopro sistólico ejetivo, aquele que na ausculta tem o padrão que cresce e decresce (diamante), a peculiaridade aqui é que o sopro será maior no caso da diminuição do retorno venoso, portanto na manobra de valsalva há um aumento de sua intensidade, ao contrário do que ocorre na estenose aórtica, onde o sopro diminui com a manobra. Lembrando que o melhor local para auscultar este sopro é no rebordo esternal. Nas provas há um padrão muito recorrente de apresentar esta condição que é o indivíduo jovem com síncopes e o sopro descrito acima, fique ligado nisso!

Exames solicitados

O padrão-ouro é a ressonância magnética cardíaca, porém é um exame de difícil acesso, por isso outros exames mais presentes nos serviços pelo país são mais utilizados, como exemplo o eletrocardiograma que tem algumas alterações que nos sugerem a condição, são elas: 

  • Alterações inespecíficas de ST e da repolarização ventricular com inversão da onda T e sobrecarga ventricular esquerda;
  • Ondas T patológicas também aparecem muito em questões de prova; e
  • Fibrilação atrial devido à sobrecarga imposta pela disfunção diastólica.

O ecocardiograma é o mais usado pois pode mostrar:

  • Local e magnitude da dilatação do miocárdio;
  • Obstrução de via de saída do VE; 
  • Movimentação sistólica anterior da valva mitral; e
  • Aumento do átrio esquerdo.

Prognóstico e fatores de risco

A maioria dos pacientes é assintomático e em, no máximo 10%, há uma evolução ruim. O principal aqui é avaliar o risco do paciente apresentar uma morte súbita por taquicardia ventricular. Como fatores de risco podemos elencar os principais: 

  • Histórico familiar de morte súbita abaixo dos 50 anos;
  • Síncope inexplicada de repetição; 
  • Espessura da parede miocárdica maior que 30mm; 
  • Taquicardia ventricular não sustentada (TVNS) documentada; e
  • Queda de mais de 20 mmHg na pressão sistólica ao esforço e associada a outros FR.

Tratamento 

Em caso de alto risco de morte súbita está indicado o implante do cardiodesfibrilador implantável (CDI), que é um dispositivo que reconhece e trata por meio de choque as arritmias ventriculares potencialmente graves. O tratamento medicamentoso também é possível para a condição, sendo utilizados betabloqueadores e verapamil (bloqueador de canal de cálcio não diidropiridínico). Também existem as terapêuticas cirúrgicas, que consiste em remover ou alcoolizar parte do músculo hipertrofiado, melhorando assim a obstrução da via de saída. 

É isso, Estrategista, aqui mostramos um pouco sobre essas condições que são muito prevalentes nas bancas pelo país, venha conosco para garantir sua aprovação, estamos lado a lado nessa jornada!

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