ResuMED de doença renal crônica: anemia, complicações, tratamento e mais!

ResuMED de doença renal crônica: anemia, complicações, tratamento e mais!

Como vai, futuro Residente? A doença renal crônica é um assunto muito cobrado nas provas de Residência Médica, principalmente de Nefrologia. Por isso, nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo sobre suas principais complicações. No portal do Estratégia MED você encontra mais detalhes sobre o assunto e te ajudar a garantir sua vaga nos melhores concursos! Não deixe de conferir, para saber mais, continue a leitura. Bons estudos!

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Introdução

As principais complicações da doença renal crônica (DRC) são: anemia, doença mineral e óssea e síndrome urêmica. Vamos falar detalhadamente sobre cada uma delas a seguir!

Anemia

Na doença renal crônica a anemia é multifatorial e muito prevalente, seus sintomas podem iniciar a partir do estágio 3 da DRC. Decorre tanto pela redução da sobrevida das hemácias quanto pela queda da taxa de produção delas. 

Nessa patologia, a anemia é tipicamente normocrômica e normocítica isolada, sem leucopenia ou plaquetopenia.

Fisiopatologia da anemia na DRC

Seu fator mais importante é a deficiência relativa de eritropoietina, um hormônio estimulador da eritropoiese produzido pelas células do parênquima renal. Assim, com a substituição das células renais por tecido fibroso, decorrentes da evolução da DRC, há uma redução de eritropoietina e, consequentemente, menor estímulo para formação de hemácias.

A deficiência de ferro também é uma condição importante na DRC, ocorre tanto por meio de perdas (via gastrointestinal, coleta repetida de exames ou retenção do sistema de hemodiálise), quanto por redução na absorção intestinal. 

Pacientes renais crônicos são naturalmente inflamados pela uremia, fazendo com que haja um estímulo para a produção de hepcidina pelo fígado, um peptídeo que se liga à ferroportina, importante para a produção de eritrócitos. A ligação da hepcidina com a ferroportina impede a saída do ferro para o meio intracelular, dificultando a utilização dos estoques de ferro, fazendo com que diminua a absorção de ferro no trato gastrointestinal e liberação ferro intracelular para ser utilizado como matéria-prima para a fabricação de novas hemácias.

Com o aumento do ferro intracelular, ocorre um aumento nos níveis de ferritina, que também está elevada pela inflamação característica do ambiente urêmico, mas com baixo índice de saturação de transferrina. A deficiência de folato e vitamina B12 também podem contribuir para a anemia na DPOC.

Tratamento

Seu tratamento inclui a reposição de ferro, quando os estoques estiverem reduzidos, e reposição de eritropoetina, com uso de agentes estimuladores de eritropoiese.

Doença mineral óssea

Na DRC os distúrbios do metabolismo mineral e ósseo são alterações do metabolismo do fósforo, cálcio, vitamina D e paratormônio, que se manifestam com alterações esqueléticas que levam a deformidades ósseas e aumentam o risco de fraturas, assim como calcificações vasculares que aumentam o risco cardiovascular.

Fisiopatologia

É decorrente de uma redução da eliminação de fósforo pelos rins, que causa hiperfosfatemia. O fósforo alto se liga ao cálcio e causa deposição de cristais de fosfato de cálcio na parede dos vasos, ocasionando a calcificação vascular e hipocalcemia. A perda do parênquima renal na DRC é associada à redução da conversão da vitamina D em sua forma inativa para sua forma ativa, devido à menor produção da enzima 1-alfa-hidroxilase, diminuindo a absorção de cálcio e fósforo pelo intestino.

Todos esses mecanismos em conjunto (hipofosfatemia, hipocalcemia e hipovitaminose D) contribuem para a produção e secreção de PTH pelas glândulas paratireoides, causando hiperparatireoidismo.

Clínica e tratamento

Clinicamente manifesta-se com: hiperparatireoidismo secundário ou terciário, caracterizado por osteíte fibrosa, doença óssea adinâmica e osteomalácia e doença mista, com características dos dois processos.

Sua principal medida de tratamento é a redução da ingesta de fósforo na dieta, através da limitação da ingestão de proteínas e produtos ultraprocessados. Além disso, deve-se reduzir sua absorção intestinal, com uso de quelantes de fósforo durante as refeições, e aumentar a disponibilidade de vitamina D com sua reposição. Casos refratários ou sem resposta à terapia medicamentosa possuem indicação para tratamento cirúrgico, com remoção das glândulas por uma paratireoidectomia.

Síndrome urêmica

Sinais e sintomas

A síndrome urêmica é secundária ao acúmulo de toxinas urêmicas que alteram todo o metabolismo celular. Seus sintomas gerais são:  cansaço, fraqueza, inapetência, soluços, náuseas e vômitos, mas também apresenta sintomas específicos, como: risco de sangramentos volumosos, pericardite urêmica e alterações neurológicas.

As alterações neurológicas, mais especificamente encefalopatia urêmica, caracterizam-se por uma ampla gama de sintomas neurológicos variados, desde alterações no ciclo sono-vigília e tremor de extremidades até casos graves, como coma ou convulsões. A pericardite urêmica é uma complicação rara, mas potencialmente fatal, com indicação de diálise de urgência em pacientes sintomáticos, que apresentam: dor torácica pleurítica ventilatório-dependente e presença de atrito pericárdico que pioram em decúbito dorsal e melhoram na posição sentada ou genupeitoral.

O padrão eletrocardiográfico da síndrome urêmica apresenta: elevação do segmento ST em diversas derivações e que não respeita o território de irrigação coronariana e infradesnivelamento do segmento PR.

Diagnóstico e tratamento

Seu diagnóstico é clínico com auxílio de exames complementares, como o eletrocardiograma, e para tratamento efetivo deve ser prescrita hemodiálise

Outras complicações

Existem outras complicações menos cobradas em provas da doença renal crônica, vamos falar brevemente sobre. São elas:

  • Coagulopatia: maior risco de sangramento atribuído à disfunção plaquetária que causa redução da aderência de plaquetas ao endotélio vascular e prejuízo da hemostasia.
  • Doença cardiovascular: ocorre pela presença de fatores de risco tradicionais e não tradicionais relacionados à DRC e terapia dialítica.
  • Dislipidemia: os níveis aumentados de colesterol favorecem a formação de placas de ateroma.
  • Déficit de crescimento: ocorre por suporte nutricional inadequado, acidose metabólica, doença mineral óssea e insensibilidade à ação do hormônio do crescimento.

Chegamos ao fim do nosso resumo! Neste texto você aprendeu mais sobre as principais complicações da doença renal crônica. Confira o portal do Estratégia MED para ter acesso a mais resumos de nefrologia!

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