ResuMED de rastreamento do câncer de mama

ResuMED de rastreamento do câncer de mama

A medicina atual contempla ações que vão desde prevenção primária, prevenção secundária e prevenção terciária. Na prevenção secundária temos como principal medida o rastreamento, um conjunto de ações e medidas que visam ao diagnóstico precoce de doenças de forma a intervir e alterar o curso natural da doença!  Venha conosco em mais uma viagem pelo conhecimento e iremos descobrir tudo a respeito do rastreamento do câncer de mama!

O que é rastreamento? 

O rastreamento é o nome dado ao conjunto de ações e medidas de prevenção secundária pelo qual realizamos testes diagnósticos e acabamos descobrindo a presença de uma doença em seu estágio inicial. É importante dizer que para de fato realizarmos uma política de saúde pública com medidas de rastreamento, nós devemos preencher alguns critérios importantes. São eles: 

  • Diagnostique a doença em fase pré-clínica;
  • Teste socialmente aceito; 
  • Haja intervenção possível que altere o curso natural da doença; e
  • Elevado valor preditivo negativo

Nesse contexto, vemos que as medidas de rastreamento são importantes para induzir a redução de mortalidade por certa patologia. Uma das principais situações em que é importante o rastreamento é no câncer de mama. 

O câncer de mama

A neoplasia da mama é uma das principais neoplasias da atualidade, representando cerca de 25% dos novos casos de câncer em mulheres. Essa elevada incidência e importância o tornam de enorme relevância para intervenções que alterem seu curso natural. 

Dessa forma, diversos estudos são realizados a fim de descobrir formas de proporcionar às equipes médicas instrumentos para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. 

Indicações de rastreamento

O rastreamento do câncer de mama apresenta indicações precisas em diversos grupos da população. Há certa divergência entre algumas instituições, porém aqui em nosso texto iremos abordar as recomendações do Ministério da Saúde e também da FEBRASGO/Sociedade Brasileira de Mastologia. 

Na maioria dos processos seletivos, contudo, você irá observar que o recomendado pelo Ministério da Saúde será cobrado já que é a recomendação nacional. 

Vejamos agora as indicações: 

  • Ministério da Saúde/INCA:
    – Mamografia
    – 50 a 69 anos
    – A cada dois anos
  • FEBRASGO/SBM:
    – Mamografia
    – 40 a 69 anos
    – Anualmente

Devemos ressaltar que as indicações acima são para a população geral. Em pacientes com alto risco para desenvolvimento de câncer de mama devemos ser mais vigilantes e as indicações diferem. A seguir citaremos as principais condições que elevam consideravelmente o risco desta neoplasia e a seguir como é realizado o rastreamento. 

  • História familiar (parente de primeiro grau, antes da menopausa) de câncer de mama: nesse grupo, realizamos mamografia anual a partir dos 30 anos ou 10 anos antes do diagnóstico do parente.
  • Presença da mutação BRCA1/BRCA2 ou em parente do primeiro grau: nesse grupo, realizamos mamografia anual a partir dos 30 anos.
  • Mulheres submetidas a radioterapia torácica entre os 10 e 30 anos: nesse grupo, realizamos mamografia anual passados 8 anos da radioterapia.
  • Presença de Síndrome de Li Fraumeni, Cowden ou em parentes de primeiro grau: nesse grupo, realizamos mamografia anual a partir do diagnóstico da síndrome.
  • Presença de lesões benignas precursoras de neoplasia: nesse grupo, mamografia anual a partir dos diagnósticos das lesões. 

Exames realizados no rastreamento do câncer de mama

Como observamos até agora, o único exame validado para o rastreamento do câncer de mama é a mamografia. 

Na avaliação desses pacientes, nós usamos a ressonância magnética e a ultrassonografia também como auxílio, contudo devemos ter em mente que o exame que serve de alicerce ao rastreamento do câncer de mama é a mamografia. 

Iremos nesse mesmo texto mostrar quando devemos utilizar a ressonância magnética e ultrassonografia. 

Resultados do rastreamento de câncer de mama

Os laudos de exames feitos para o rastreamento do câncer de mama sofreram uma importante padronização após a criação do BI-RADS (Breast Imaging – Reporting and Data System). 

Além de cada categoria estar associada a um achado radiográfico, ela vem acompanhada de uma conduta. A seguir iremos apresentar todas as categorias e condutas referentes ao BI-RADS. Esse tema é bastante importante e é o principal assunto quando se cobra o rastreamento do câncer de mama!

  • BI-RADS 0: resultado inconclusivo
    – Necessita de novo exame complementar
  • BI-RADS 1: exame normal
    – Seguimento de rotina
  • BI-RADS 2: alterações benignas
    – Seguimento de rotina
  • BI-RADS 3: alterações provavelmente benignas
    – Repetir exame em 6 meses
  • BI-RADS 4: alterações suspeitas para neoplasia
    – Indica-se biópsia e análise anatomopatológica
  • BI-RADS 5: alterações provavelmente malignas
    – Indica-se biópsia e análise anatomopatológica
  • BI-RADS 6: malignidade comprovada
    – Acompanhamento durante o tratamento de lesões já sabidamente malignas 

Exames complementares ao rastreamento do câncer de mama

Como falamos anteriormente, a mamografia é o exame de escolha na avaliação durante o rastreamento do câncer de mama. Porém, em casos selecionados, devemos utilizar a ressonância magnética e a ultrassonografia da mama. 

As situações mais importantes nesses casos são: 

  • Ultrassonografia: diagnóstico diferencial entre lesões sólidas ou císticas, alterações no exame físico, doença inflamatória com suspeita de abscesso e no complemento à mamografia com BI-RADS 0.
  • Ressonância magnética: em todas as pacientes que se configuram como de alto risco ao câncer de mama. A lista completa está acima em nosso texto. 

Biópsias da mama

Após o diagnóstico radiográfico por intermédio da mamografia, nós devemos avaliar o conteúdo das possíveis lesões por meio de uma biópsia do tecido. Quando falamos do tecido mamário, temos três principais modalidades de avaliar histopatologicamente a mama:

1- PAAF: a punção por agulha fina  é a modalidade de escolha quando estamos diante de lesões císticas. Trata-se de um exame citológico o que apenas avalia células e não o tecido

2- Core biopsy: trata-se da modalidade de escolha na grande maioria das lesões suspeitas (BI-RADS 4 e BI-RADS 5).

3- Mamotomia: trata-se da modalidade de escolha quando estamos diante de lesões suspeitas com microcalcificações ou lesões pequenas, tendo em vista sua maior sensibilidade e precisão 

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Veja também: 

Referências Bibliográficas 

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