Tuba uterina: entenda o Sistema Reprodutor Feminino!

Tuba uterina: entenda o Sistema Reprodutor Feminino!

O que é tuba uterina? 

As tubas uterinas, também conhecidas como trompas de falópio, é uma porção do sistema reprodutor feminino. Elas estão localizadas entre cada ovário até o útero, apresentando algumas funções importantes no Ciclo Reprodutivo da mulher. 

Qual a função da tuba uterina? 

A tuba uterina tem duas funções importantes. A primeira, transportar o óvulo dos ovários até o útero, sendo de fundamental importância o seu funcionamento correto para o sucesso do ciclo reprodutivo. Além disso, as tubas uterinas são os locais que ocorrerão a fecundação do óvulo pelo espermatozóide

Por isso, saber a função e as possíveis patologias relacionadas à tuba uterina é primordial para o entendimento da saúde reprodutiva feminina. 

Partes da tuba uterina 

Tuba uterina: O Sistema Reprodutor Feminino! | Blog do Estratégia MED

Do ponto de vista anatômico, a tuba uterina é um tubo que irá se implantar em ambos os lados no respectivo ângulo látero-superior do útero, e irá se projetar lateralmente, representando os ramos horizontais do tubo. 

A anatomia da tuba uterina, apresenta-se irregular quanto ao calibre, possuindo 10 cm de comprimento em média. Ela vai se dilatando à medida que se afasta do útero, tendo a abertura semelhante a um funil com uma borda franjada. 

A tuba uterina foi dividida em 4 partes ou regiões: Infundíbulo, Ampola, Istmo e Parte Uterina

Infundíbulo

O Infundíbulo é a parte mais distal, mais próxima ao ovário. Ele pode ser comparado a um funil cuja boca apresenta um limite muito irregular, apresentando-se com o aspecto de franjas. Além disso, ele abre-se livremente na cavidade do peritônio por intermédio de um forame conhecido por óstio abdominal da tuba uterina. O infundíbulo, comumente se ajusta sobre o ovário, com as fímbrias participando desta comunicação final. 

Ampola

A Ampola, localizada entre o Infundíbulo e o Istmo, é o local onde normalmente se processa a fecundação do óvulo pelo espermatozóide. É a parte com maior comprimento, aproximadamente 7cm, também é a parte mais calibrosa, curvando-se sobre o ovário. 

Istmo

O Istmo é a região onde apresenta o menor calibre, situado entre a Ampola e a parte uterina. Tem o comprimento em média de 3 a 4 cm, é retilínea, de parede espessas e menos móvel.   

Parte Uterina

A parte uterina da tuba uterina é a parte intramural, contida na parede do útero. Está presente em sua porção final o óstio uterino da tuba, com um diâmetro muito pequeno (1mm), com a função de possibilitar a comunicação entre a tuba e o útero. O comprimento da parte uterina da tuba é de aproximadamente 1 cm, em mulheres adultas jovens e não grávidas.  

Como as tubas uterinas podem ser abordadas na prova?

O tema sobre tubas uterinas pode ser abordado na área de Ginecologia e Obstetrícia na sua prova. Por isso, a estratégia abordou essa temática no simulado.

Comentários dos professores do Estratégia Med:

O que o examinador quer saber: Se você sabe qual é a localização mais frequente da gestação ectópica.

A tuba uterina é a principal localização da gestação ectópica, sendo que a região ampolar é o local em que a maioria das gestações ectópicas se localizam na tuba.

Incorretas as alternativas A, C, D e E. Isso se deve porque as regiões istímica, infundibular e das fímbrias não são os locais mais frequentes de gestação ectópica tubária. Quanto à alternativa E, note que se relaciona às gestações tópicas, uma vez que indica a porção corporal da cavidade uterina.

Tuba uterina: histologia 

No estudo da histologia da tuba uterina, podemos encontrar a seguinte composição: camada mucosa, camada muscular, camada subserosa e o revestimento de peritônio sobre a camada subserosa

Na camada mais interior, a mucosa costuma ter pregas em quantidade diversa, pregas paralelas longitudinais, denominadas pregas tubais. 

Na camada muscular, a composição é feita por fibras musculares contínuas com a do útero, sendo uma camada externa longitudinal e outra interna circular. A camada muscular, é composta por fibras musculares lisas, permitindo movimentos peristálticos à tuba, auxiliando a migração do óvulo em direção ao útero.  

Tuba uterina: irrigação, drenagem e inervação

As tubas uterinas são irrigadas por meio de ramos das artérias ovarianas e uterinas. As artérias ováricas se originam da parte abdominal da aorta e descem na parede posterior do abdome, uma vez na margem pélvica, cruzam os vasos ilíacos externos e entram nos ligamentos suspensores, aproximando das faces laterais das tubas. 

As artérias uterinas, que são ramos das artérias ilíacas internas, seguem pelas faces laterais do útero e se aproximam medialmente as tubas.

a drenagem das tubas uterinas é feita pelas veias tubárias, que irão conduzir para as veias ováricas e para o plexo venoso uterino. A drenagem linfática é feita para os vasos sanguíneos ováricos até os linfonodos lombares direitos e esquerdos. 

Por fim, a inervação é derivada dos plexos ovarianos e uterinos que descendem com os vasos sanguíneos.

Doenças e situações relacionadas à tuba uterina.

Nas provas de residência, algumas patologias e situações podem ser abordadas, principalmente as listadas abaixo:

Câncer de tuba uterina 

O câncer de tuba uterina geralmente é um adenocarcinoma (adenocarcinomas papilíferos, poucos são sarcomas) que se manifesta como uma massa anexial ou com sintomas vagos. Ele é um câncer raro, atingindo principalmente as pacientes que estão na menopausa. Os principais fatores de risco são a idade, salpingite crônica e infertilidade. 

Por fim, o diagnóstico, estadiamento e tratamento primário são cirúrgicos.

Gestação ectópica

A gestação ectópica consiste na implantação do saco gestacional em outro local que não o endométrio da cavidade uterina, podendo ser nas tubas uterinas, nos cornos uterinos, na cérvice, no ovário ou na cavidade pélvica ou abdominal. Esse tipo de gestação não pode chegar até o termo, podendo romper-se ou involuir durante o período gestacional. 

O paciente geralmente apresenta dor pélvica, sangramento vaginal e dor à movimentação do colo do útero como os principais sintomas. Além disso, síncope ou choque hemorrágico podem ocorrer com a ruptura. 

Para o diagnóstico é feita uma mensuração da subunidade beta da gonadotropina coriônica humana e através do exame de ultrassom. Por fim, o tratamento é feito com ressecção por laparoscopia ou cirurgia aberta, podendo também utilizar algumas drogas.

Doença Inflamatória pélvica

A Doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção polimicrobiana do trato genital feminino superior, incluindo as tubas uterinas. É importante saber que ele pode ser transmitido sexualmente. 

A sintomatologia comum é a dor abdominal baixa, o corrimento cervical e  o sangramento vaginal irregular. A longo prazo, ela pode ocasionar infertilidade, dor pélvica crônica e gestação ectópica. 

Para o diagnóstico, é utilizado o PCR da amostra cervical para pesquisa de Neisseria gonorrhoeae e chlamydia, também pode ser utilizado o exame microscópico da secreção vaginal e o exame de ultrassom, em algumas vezes pode ser utilizado a laparoscopia. Por fim, o tratamento é feito com antibióticos.

Salpingooforite

Dentre as formas de apresentação da tuberculose extrapulmonar, a geniturinária está presente. Neste tipo de apresentação, a salpingooforite pode ocorrer após a menarca, quando as tubas uterinas ficam vascularizadas. Com isso alguns sintomas podem aparecer, como a dor pélvica crônica e esterilidade, ou  gestação ectópica na cicatriz tubária.

Gonorréia

A gonorreia é uma doença provocada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Pode infectar o epitélio da uretra, a cérvice, o reto, a faringe ou conjuntiva. Com isso, pode apresentar-se em caráter sistêmico. 

O diagnóstico é feito através da microscopia, cultura ou teste do ácido nucleico. Para o tratamento, vários esquemas de antibióticos orais ou parenterais podem ser usados, mas a resistência farmacológica é um problema em ascensão. 

As tubas uterinas são um caminho para a infecção e podem evoluir para uma doença inflamatória pélvica, já citada.

Disfunções tubárias e lesões pélvicas

A disfunção tubária é descrita como a obstrução da tuba uterina ou a disfunção epitelial que prejudicam a motilidade dos oócitos, zigotos e/ou espermatozóides. Ela pode ser resultado da DIP, uso de dispositivo intrauterino (DIU), ruptura de apêndice, cirurgias no região abdominal inferior (causando aderências), doenças inflamatórias e gestação ectópica. 

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Por: Pedro Miranda

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