No mês de julho, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou duas mortes em consequência da febre oropouche. As vítimas, ambas mulheres e jovens, com 21 e 24 anos de idade, não apresentavam comorbidades e faleceram nos meses de março e maio, respectivamente, deste ano.
Além dos sintomas comuns, como febre, dores musculares e de cabeça, náuseas e vômitos, as duas vítimas tiveram evolução no quadro e apresentaram sinais mais graves, como: sangramento nasal, gengival e vaginal, queda abrupta de hemoglobina e plaquetas no sangue, manchas vermelhas e roxas pelo corpo, bem como sonolência e vômito com hipotensão.
Agora, na última sexta-feira, 2 de agosto, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de óbito fetal causado por transmissão vertical da doença. O caso foi registrado no estado de Pernambuco e a gestante, de 28 anos de idade, estava na 30ª semana de gestação.
A pasta também investiga um caso de óbito suspeito no estado de Santa Catarina, bem como outros oito casos de transmissão vertical, sendo quatro em Pernambuco, três no Acre e um na Bahia.
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Aumento de casos de Febre Oropouche
O Brasil tem apresentado um aumento desproporcional de notificações da doença em seu território. Endêmica na região Norte do país, a febre oropouche passou a ser encontrada em outros locais e, apenas no ano de 2024, soma mais de 7 mil casos em 16 estados brasileiros. A título de comparação, em 2023 foram confirmados 832 casos, ou seja, este ano já contabiliza um aumento de mais de 700%.
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Recomendações do Ministério da Saúde
Com base em novos achados sobre a transmissão vertical da febre oropouche, o Ministério da Saúde tornou público no último dia 11 de julho a Nota Técnica Nº 15/2024-SVSA/MS, com diretrizes importantes para intensificar a vigilância realizada por equipes de estados e municípios.
Dentre as medidas, a pasta sugere que as ações de monitoramento das gestantes com suspeita de arboviroses e dos desfechos das gestações sejam fortalecidas a partir da coleta de amostras, além do preenchimento de fichas de notificação para acompanhamento detalhado. Medidas de proteção, como uso de repelentes e roupas que cubram a maior parte do corpo, bem como manter a limpeza de áreas residências e evitar áreas com alta presença de insetos, também são recomendadas.
Sintomas e prevenção
O vírus Oropouche é transmitido por mosquitos infectados, principalmente do gênero Culicoides — comumente conhecidos como maruins e borrachudos, e até mesmo por pernilongos comuns. Seu quadro clínico é caracterizado por uma manifestação súbita, com sintomas surgindo de três a oito dias após a picada e, embora a maioria das pessoas tenha uma evolução benigna e sem sequelas, parte dos pacientes pode apresentar recorrência dos sintomas após 1 a 2 semanas.
Dentre os sintomas apresentados, temos: febre, dor de cabeça, dor retro-orbital, mialgia e artralgia, fotofobia, náuseas e vômitos.
Atualmente, não existem terapias específicas ou vacinas para a doença. Seu tratamento é focado no alívio dos sintomas e na prevenção através da redução das populações de vetores e uso de repelentes.
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