A Ecocardiografia é uma das áreas mais importantes da Cardiologia, responsável por revelar em detalhes como o coração funciona por meio da ultrassonografia. Com esse exame, é possível diagnosticar e acompanhar desde doenças comuns, como as valvopatias, até cardiopatias congênitas complexas, além de auxiliar no cuidado de pacientes críticos.
Quer saber como é a atuação do especialista, o que se aprende na residência médica e quais competências fazem parte da formação nessa área essencial? Continue no texto e descubra tudo sobre a Ecocardiografia!
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O que é Ecocardiografia?
A Ecocardiografia é uma área da medicina responsável pela avaliação do coração por meio de imagens obtidas com ultrassonografia. Trata-se de um método não invasivo que permite analisar, em tempo real, as estruturas cardíacas, o fluxo sanguíneo e o funcionamento global do órgão.
O exame é fundamental tanto para o diagnóstico quanto para o acompanhamento de diversas doenças, como valvopatias, miocardiopatias, síndromes restritivas e doenças pericárdicas. Além disso, tem papel essencial na investigação de cardiopatias congênitas, podendo ser realizado em pacientes pediátricos, adultos e até mesmo durante a vida fetal.
A representante da especialidade é o Departamento de Imagem Cardiovascular (DIC) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), responsável por organizar e regulamentar as atividades relacionadas à Ecocardiografia em todo o país, em consonância com a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).
Qual é a atuação do médico em Ecocardiografia?
O especialista em Ecocardiografia tem como principal atuação a realização e interpretação de diferentes modalidades do exame, que podem incluir ecocardiograma transtorácico, transesofágico, sob estresse, tridimensional e com contraste. Também está apto a realizar ecografia das artérias carótidas e vertebrais, importante para a triagem de avaliação cardiovascular.
Esse profissional participa de forma ativa no diagnóstico e no seguimento de pacientes com doenças cardíacas adquiridas e congênitas, contribuindo em decisões terapêuticas e no acompanhamento de procedimentos cirúrgicos. Além disso, está presente no cuidado de pacientes críticos e em ambientes que exigem monitorização hemodinâmica em tempo real.
Como é a residência médica em Ecocardiografia?
Para se tornar um especialista em Ecocardiografia, o médico precisa, além de realizar a residência médica em Cardiologia, concluir o programa de residência médica na Área de Atuação em Ecocardiografia, que tem duração de dois anos.
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O processo seletivo para a residência médica em Ecocardiografia se assemelha aos demais programas de Áreas de Atuação. Geralmente, é composto por prova objetiva, com cobrança de conteúdos referentes ao pré-requisito (Cardiologia), além de análise curricular, a depender da instituição que oferece a vaga.
A residência em Ecocardiografia é estruturada em dois anos de formação, com progressão das competências adquiridas em cada etapa.
Primeiro ano (R1)
Durante o primeiro ano, o treinamento é voltado principalmente para a ecocardiografia transtorácica. O residente aprende a utilizar técnicas como a ecocardiografia unidimensional, bidimensional, Doppler espectral e tecidual, além do mapeamento de fluxo em cores. Também tem contato inicial com técnicas mais avançadas, como o Strain e o ecocardiograma tridimensional.
Nesse período, o médico em formação desenvolve a habilidade de manusear adequadamente os equipamentos, compreender os princípios físicos da formação da imagem e reconhecer a anatomia cardíaca normal. Ele aprende ainda a diferenciar exames adequados de inadequados, interpretar medidas funcionais e diagnosticar diferentes condições, como valvopatias, miocardiopatias, doenças pericárdicas e tumores cardíacos. Além disso, passa a ter contato com a ecocardiografia em pacientes críticos e no diagnóstico de cardiopatias congênitas, incluindo defeitos septais, anomalias valvares e malformações complexas.
Segundo ano (R2)
No segundo ano, o foco se amplia para modalidades mais complexas do exame. O residente passa a dominar o ecocardiograma transesofágico, fundamental no planejamento cirúrgico de doenças valvares, na investigação de endocardite e na avaliação de eventos embólicos. Também aprende a realizar o ecocardiograma sob estresse, tanto farmacológico quanto com exercício, aplicável em doenças coronarianas e não coronarianas.
Outra parte importante do treinamento inclui noções de ecocardiografia fetal, com ênfase na avaliação da circulação fetal, no diagnóstico de malformações cardíacas e arritmias, além da conduta frente a achados alterados. O residente ainda se aprofunda em técnicas como o ecocardiograma tridimensional, o Strain e o contraste ecocardiográfico, essenciais para a análise detalhada da função e da perfusão cardíaca. É também nesse momento que o médico aprende a realizar exames das artérias carótidas e vertebrais, contribuindo para a triagem cardiovascular.
Atualmente, 265 vagas para Ecocardiografia estão autorizadas pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) no Brasil. Entre as instituições que ofertam o programa estão a Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, Faculdade de Medicina da USP, Faculdade de Ciência Médicas de Pernambuco (SES-PE) e Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Confira a matriz de competência do programa de Residência Médica em Ecocardiografia no Brasil:
Após cumprir a carga horária da residência médica em Ecocardiografia – considerada o padrão-ouro de formação –, o profissional pode realizar o Exame para obtenção do Certificado de Área de Atuação em Ecocardiografia, sob responsabilidade conjunta do Departamento de Imagem Cardiovascular (DIC) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Associação Médica Brasileira (AMB).
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