O Ministério da Saúde, em nota oficial publicada hoje (26) informou que está em fase final de negociações para lançar um novo tratamento contra a malária, especificamente direcionado a crianças, com foco nos indígenas Yanomami. O tratamento inovador contra a malária falciparum, baseado na combinação de artesunato e mefloquina (ASMQ), será administrado em forma oral durante três dias em doses únicas diárias.
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O ASMQ
O medicamento ASMQ, produzido pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), uma afiliada da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), já é parte do protocolo de tratamento para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) e tem mostrado eficácia acentuada no combate aos casos agudos de malária. No último ano, foram produzidas mais de 254 mil unidades do medicamento.
Comparado às terapias convencionais que podem exigir até 24 cápsulas diariamente para um adulto, a formulação ASMQ, totalmente desenvolvida pelo Instituto Farmanguinhos, oferece uma dose fixa de apenas seis comprimidos, reduzindo significativamente a carga de medicamento e os efeitos colaterais associados, além de facilitar uma recuperação mais rápida. No caso das crianças, os principais acometidos pela malária, a fabricação do ASMQ acontece na forma líquida.
O tratamento foi introduzido pela primeira vez em 2008, fruto de um esforço internacional, e tem sido amplamente bem-sucedido em países africanos. A inclusão no protocolo brasileiro veio após intensa colaboração e regulamentação pelo Ministério da Saúde.
A Malária
A malária é uma doença infecciosa causada pelo protozoário do gênero Plasmodium spp, transmitida através da picada da fêmea do mosquito Anopheles. Cada espécie do plasmódio possui suas características (muito cobradas em provas).
A espécie P. vivax é muito comum no Brasil, causa febre a cada 48 horas e forma hipnozoítos (com riscos de recaída). A espécie P. falciparum é a segunda mais comum no Brasil e causa a malária grave, também com febre a cada 48 horas.
Outra espécie é a P. malariae, encontrada no Brasil, mas menos comum que as outras espécies, essa causa febre a cada 72 horas. Por fim, a P. ovale não é uma causadora da malária no Brasil, mas sua febre periódica também é a cada 48 horas, formando hipnozoítos.
Assim, é possível entender que o caso clínico da malária possui características inespecíficas, sendo o quadro de febre aguda elevada, associada a sintomas como cefaleia, mal-estar, sudorese, astenia e mialgia, além de hepatomegalia, esplenomegalia e icterícia em alguns casos. Nas provas, atente-se à informação da procedência do paciente, como seu local de moradia ou se visitou áreas endêmicas recentemente.
Cerca de 99% dos casos de transmissão da malária no Brasil ocorrem na Amazônia Legal, mas além dela, o continente africano também pode ser considerado como área endêmica para as provas.
Os pacientes que uma vez adquiriram malária, podem atingir um estado de imunidade parcial, com poucos ou até mesmo nenhum sintoma em casos de reinfecção. O Brasil registrou este ano, 2024, 7,5 mil casos de malária, que continua sendo uma emergência de saúde pública nacional.
Até abril de 2024, o Ministério da Saúde já capacitou 230 profissionais para administrar o medicamento tafenoquina no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami. A iniciativa, por sua vez, tem como foco os adultos e é considerada inovadora no tratamento contra a malária.
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