Resumo de Rivotril: indicações, farmacologia e mais!

Resumo de Rivotril: indicações, farmacologia e mais!

Visão geral

O Rivotril, nome comercial do Clonazepam, é uma droga da classe dos ansiolíticos, ele é muito usado em situações psiquiátricas e neurológicas, quando bem indicado é importantíssimo porém, infelizmente,  é comum seu uso sem indicação, gerando abuso da substância e até dependência. 

Indicações e dosagem do Rivotril

As indicações são diversas, sendo as principais as a seguir: 

  • Ansiedade; 
  • Mioclonia; 
  • O transtorno comportamental do sono REM; 
  • Epilepsia refratária; 
  • Discinesia tardia; e
  • Vertigem aguda. 

As dosagens variam numa faixa de 0,5 mg até 4mg por dia, tudo sendo progredido de acordo com a tolerância do paciente juntamente com o manejo de colaterais e eficácia da medicação. 

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Contraindicações

As principais contraindicações são: 

  • Hipersensibilidade a medicação, ou a qualquer um dos componentes da apresentação medicamentosa; 
  • Pacientes com insuficiência respiratória grave; e
  • Pacientes com hepatopatia não devem usar pois a medicação pode deflagrar a encefalopatia hepática. 

Efeitos adversos do Rivotril

Vários são os efeitos adversos da medicação, os principais deles são: 

  • Amnésia retrógrada ou anterógrada; 
  • Síndrome de abstinência ao se retirar a medicação; 
  • Ataxia; 
  • Problemas comportamentais; 
  • Tontura; 
  • Sonolência; 
  • Dismenorreia; e 
  • Mialgia. 

Características farmacológicas do Rivotril

Farmacodinâmica do Principal Nome Comercial

O clonazepam assim como sua classe de benzodiazepínicos age como modulador alostérico positivo, agindo no receptor GABA a, aumentando seu efeito, isso gera um influxo de cloreto para a célula, com isso hiperpolarizando-a. Dessa forma a célula fica menos apta a após um estímulo excitatório disparar uma resposta. Assim “baixando” a capacidade do cérebro de responder a estímulos de maneira global. 

Farmacocinética

  • Início da ação: 20 a 40 minutos; 
  • Duração: no máximo 12 horas; 
  • Metabolização hepática; 
  • Tempo até concentração de pico é de 1 a 4 horas; e
  • Excreção urinária. 

Paciente adulto

A recomendação é que seja tomada a medicação antes de dormir à noite, pois assim há a redução na sonolência. Também reduzir a dose ou evitar a medicação em pacientes com desordens respiratórias ou usuários crônicos de opióides. 

Paciente pediátrico

Para o paciente pediátrico a dosagem deve ser feita pelo peso, sendo o corte 30Kg, até o corte deve-se usar de 0.01 até 0.03 mg/kg divididos em 2 a 3 doses. 

Paciente idoso

Sempre iniciar em mais baixa dose e ir progredindo aos poucos, pois o risco é maior. 

Gestantes

O fármaco atravessa a placenta, ainda não existem evidências sólidas dos efeitos no neonato, mas pode causar prematuridade além de baixo peso ao nascer. Inclusive ocorrendo em alguns casos a síndrome de abstinência no recém-nascido. Além disso, a medicação também é encontrada no leite materno. 

Advertências e precauções do Rivotril

Deve-se ter precaução ao ingerir tais medicações e realizar atividades como dirigir, cozinhar. Também deve-se evitar o uso em pacientes depressivos com o risco de aumentar os sintomas de hipotimia além de prejudicar o paciente que já se encontra com ideações suicidas. Contraindicado em pacientes com glaucoma de ângulo fechado. Pode causar hiper secreção de saliva. 

Interações medicamentosas do Rivotril

A medicação de maneira geral não se dá bem com outras substâncias que deprimem o sistema nervoso central. 

Sobredosagem ou intoxicação

Mesmo em altas doses a medicação dificilmente causa morte, deve-se na maioria dos casos oferecer suporte ao paciente com vigilância principalmente da parte respiratória. Caso haja certeza que a intoxicação ocorreu há no máximo 2 horas atrás pode-se fazer a lavagem com carvão ativado. Em caso de depressão profunda do sistema nervoso central considerar o uso do antídoto FLumazenil. 

Hora de praticar

Nem sempre é de maneira direta que vemos esse tipo de conhecimento aparecendo nas provas, mas de qualquer forma é muito relevante para conquistar a sua vaga. 

2020 ES – HOSPITAL RIO DOCE DE LINHARES – HRD 

Um homem de 45 anos é levado ao pronto atendimento pelos familiares com o relato de ter apresentado um episódio de hematêmese. É portador de cirrose hepática e possui varizes de esôfago. Faz uso diário de furosemida, espironolactona, propranolol e clonazepam há 1 semana. Ao exame físico, apresenta-se letárgico, com fala arrastada, desorientado no tempo e no espaço; as mucosas estão coradas, ictéricas e hidratadas. Os dados vitais são PA: 120 X 70mmHg, FC: 61bpm, FR: 13ipm, SpO₂ em ar ambiente 98%. Apresenta aranhas vasculares no tronco. O exame neurológico revela força muscular simétrica e normal; há mioclonias nos membros superiores ao ficarem estendidos. O restante do exame físico não apresenta anormalidades. Exames de laboratório: hemoglobina 13,9g/dL; leucócitos 5.560/mm³; neutrófilos segmentados 4.310/mm³; plaquetas 102.000/mm³; proteína C reativa 3mg/L; creatinina 0,5mg/dL; ureia 12mg/dL; bilirrubina total 1,5mg/dL; bilirrubina direta 0,9mg/dL; bilirrubina indireta 0,6mg/dL; potássio 2,6mEq/L; sódio 131mEq/L. Considerando o caso descrito, assinale a alternativa que apresenta uma condição que NÃO deve ter desencadeado a encefalopatia nesse paciente.

  • A) Hemorragia digestiva; 
  • B) Hipocalemia; 
  • C) Uso do clonazepam; 
  • D) Uso do propranolol. 

Lembrando que nosso fármaco em questão pode sim deflagrar a encefalopatia em pacientes já hepatopatas. Portanto gabarito: Letra D. 

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Referências bibliográficas:

Autor(es), orientador(es), revisor(es) 

  • Autores: Rafael Franco Ignácio, graduando de medicina.
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