Resumo de Tendinopatia do Supraespinhal: tratamento e mais!
Pexels

Resumo de Tendinopatia do Supraespinhal: tratamento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A tendinopatia do supraespinhal é uma condição musculoesquelética comum, especialmente em indivíduos que realizam atividades repetitivas ou de sobrecarga nos ombros. Ela é caracterizada por dor e limitação funcional, afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Este texto aborda desde os aspectos fisiopatológicos até o diagnóstico e as opções terapêuticas, com foco na recuperação funcional e na prevenção de recorrências.

Conceito de Tendinopatia do Supraespinhal

A tendinopatia do supraespinhal é uma condição que afeta o tendão do músculo supraespinhal, localizado no ombro, sendo parte do manguito rotador. Essa condição ocorre devido a processos inflamatórios ou degenerativos, frequentemente associados a atividades repetitivas ou sobrecarga funcional. Pode manifestar-se isoladamente ou como parte de síndromes do impacto, caracterizando-se por dor e limitação de movimentos, especialmente em atividades que exigem elevação do braço.

Fisiopatologia da Tendinopatia do Supraespinhal

A tendinopatia do supraespinhal resulta de uma interação complexa entre fatores mecânicos, vasculares e biológicos. O tendão do supraespinhal, localizado no espaço subacromial, está sujeito a forças compressivas durante movimentos de abdução e elevação do braço. Esse ambiente pode levar ao impacto repetitivo contra estruturas adjacentes, como o acrômio e o ligamento coracoacromial, favorecendo microlesões e inflamação.

Com o tempo, a diminuição do suprimento sanguíneo para o tendão, especialmente na sua porção mais crítica próxima à inserção no tubérculo maior do úmero, pode comprometer a capacidade de reparação tecidual, contribuindo para a degeneração. Além disso, fatores intrínsecos, como alterações na morfologia acromial (tipos ganchoso ou curvado), e extrínsecos, como sobrecarga mecânica e desequilíbrios musculares, agravam o quadro clínico.

Epidemiologia e Fatores de Risco da Tendinopatia do Supraespinhal

A tendinopatia do supraespinhal é uma das causas mais frequentes de dor no ombro, particularmente em indivíduos ativos e em populações que realizam movimentos repetitivos ou atividades acima da cabeça. Estudos apontam que a prevalência aumenta com a idade, sendo mais comum em indivíduos acima de 40 anos. Em pessoas com mais de 60 anos, as alterações degenerativas no manguito rotador, incluindo o tendão supraespinhal, são encontradas em até 50% dos casos, mesmo que assintomáticas.

Entre os fatores de risco conhecidos estão: 

  • Atividades repetitivas ou de sobrecarga: profissões ou esportes que exigem movimentos acima da cabeça, como pintores, nadadores, jogadores de vôlei e tenistas. 
  • Alterações anatômicas: morfologia acromial (tipos curvado ou ganchoso), presença de esporões ósseos ou ligamento coracoacromial espessado. 
  • Desequilíbrios musculares: fraqueza ou instabilidade nos músculos do manguito rotador, escápula ou ombro, levando ao impacto secundário. 
  • Idade avançada: processos degenerativos naturais do tendão aumentam a suscetibilidade a lesões. 
  • Fatores genéticos: predisposição familiar para alterações no manguito rotador foi relatada em estudos recentes. 
  • Traumas: quedas ou lesões agudas podem iniciar o processo inflamatório ou degenerativo.

Quadro Clínico da Tendinopatia do Supraespinhal

A tendinopatia do supraespinhal apresenta-se, predominantemente, com dor localizada no ombro, geralmente na região anterolateral ou superior. Em alguns casos, a dor pode irradiar para a face lateral do braço, sendo mais perceptível durante atividades acima da cabeça ou ao deitar sobre o lado afetado.

Os principais sinais e sintomas incluem: 

  • Dor: frequentemente descrita como incômoda e de intensidade variável, podendo ser exacerbada por movimentos de elevação do braço ou rotação externa. 
  • Fraqueza muscular: dificuldade em levantar objetos ou realizar tarefas que exigem força do ombro, mesmo sem dor intensa. 
  • Redução da amplitude de movimento: movimentos como abdução e elevação do braço podem estar limitados pela dor ou rigidez. 
  • Distúrbios do sono: dor noturna é comum, especialmente ao se deitar sobre o lado afetado. 
  • Arco doloroso: dor acentuada entre 60° e 120° de abdução do braço, característica de impacto subacromial.

Diagnóstico da Tendinopatia do Supraespinhal

O exame físico do ombro deve focar em identificar sinais típicos da tendinopatia: 

  • Inspeção: pode revelar atrofia muscular em casos avançados. 
  • Palpação: dor localizada na região do supraespinhal ou subacromial. 
  • Movimentos ativos e passivos: presença de dor no arco doloroso (60° a 120° de abdução). 
  • Teste de Neer: elevação passiva do braço em rotação interna, reproduzindo dor por impacto subacromial. 
  • Teste de Hawkins-Kennedy: dor provocada pela rotação interna do braço em flexão de 90°, indicando impacto. 
  • Teste do “copo vazio” (Jobe): fraqueza ou dor ao resistir à força descendente com o braço em 90° de abdução e rotação interna.

Exames de Imagem 

  • Radiografia: útil para excluir alterações ósseas, como esporões acromiais ou artrite acromioclavicular. 
  • Ultrassonografia: avaliação dinâmica do tendão, permitindo identificar inflamação, rupturas parciais ou alterações estruturais. 
  • Ressonância Magnética (RM): exame de escolha para detalhar lesões do tendão e avaliar o grau de inflamação ou degeneração.

Diagnóstico Diferencial 

A tendinopatia do supraespinhal pode ser confundida com diversas condições que causam dor no ombro. Entre elas, destacam-se o impacto subacromial, a capsulite adesiva, a bursite subacromial, a tendinopatia bicipital e as rupturas do manguito rotador. Além disso, doenças articulares, como artrite glenoumeral ou acromioclavicular, e condições extrínsecas, como radiculopatias cervicais, também devem ser consideradas. 

Tratamento da Tendinopatia do Supraespinhal

Tratamento Conservador 

O manejo inicial da tendinopatia do supraespinhal geralmente é conservador, visando o alívio da dor, a redução da inflamação e a recuperação funcional. O repouso relativo é essencial, evitando atividades que agravem os sintomas, especialmente aquelas que envolvam movimentos acima da cabeça. Medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) são frequentemente utilizados para controlar os sintomas dolorosos. Em casos refratários, injeções subacromiais de corticosteroides podem ser consideradas, proporcionando alívio temporário, embora devam ser usadas com cautela devido ao risco de degeneração tendínea.

Fisioterapia e Reabilitação 

A fisioterapia desempenha um papel central na recuperação, envolvendo exercícios progressivos que visam restaurar a amplitude de movimento, fortalecer o manguito rotador e os músculos estabilizadores da escápula, além de melhorar a postura. Técnicas manuais, como mobilização articular, podem ser combinadas com modalidades terapêuticas, incluindo crioterapia, ultrassom e estimulação elétrica, para acelerar a recuperação. A adesão do paciente a um programa domiciliar de exercícios é igualmente importante para manter os ganhos obtidos na reabilitação.

Tratamentos Inovadores 

Terapias avançadas, como injeções de ácido hialurônico ou plasma rico em plaquetas (PRP), estão sendo exploradas como alternativas promissoras em casos resistentes. Estudos sugerem que essas abordagens podem auxiliar na recuperação tecidual, embora os resultados ainda sejam inconsistentes.

Intervenção Cirúrgica 

Nos casos em que o tratamento conservador falha após 3 a 6 meses, ou em pacientes com lesões mais graves, a intervenção cirúrgica pode ser necessária. A descompressão subacromial, realizada por artroscopia, é uma abordagem comum para aliviar o impacto. Para lesões tendíneas significativas, o reparo do tendão é indicado, podendo ser realizado por técnicas artroscópicas ou abertas. Após a cirurgia, a reabilitação pós-operatória é essencial para restaurar a força e a funcionalidade do ombro.

Venha fazer parte da maior plataforma de Medicina do Brasil! O Estratégia MED possui os materiais mais atualizados e cursos ministrados por especialistas na área. Não perca a oportunidade de elevar seus estudos, inscreva-se agora e comece a construir um caminho de excelência na medicina! 

Veja Também

Canal do YouTube 

Referências Bibliográficas 

  1. TAPSCOTT, D. C.; VARACALLO, M. A. Supraspinatus Tendonitis: Treatment & Management. StatPearls, 2023. Disponível em: https://www.statpearls.com/point-of-care/29752. Acesso em: 28 dez. 2024. 
  1. DEBERARDINO, T. M. Supraspinatus Tendonitis. eMedicine Medscape, 2023. Disponível em: https://emedicine.medscape.com/article/93095-overview. Acesso em: 28 dez. 2024.
Você pode gostar também