Resumo de transtorno de personalidade histriônica: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de transtorno de personalidade histriônica: diagnóstico, tratamento e mais!

O transtorno de personalidade histriônica era conhecido como histeria até a atualização do DSM-3. Atualmente, esse transtorno se encaixa dentro dos distúrbios de personalidade. Confira agora os principais aspectos referentes a este transtorno de personalidade, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

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Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes ao transtorno de personalidade histriônica.

  • O transtorno histriônico é marcado por um padrão de emocionalidade excessiva e busca de atenção em excesso. 
  • A etiologia exata do transtorno é desconhecida, mas há diversas teorias, como traumas na infância, educação passiva ou comportamentos inapropriados dos pais e susceptibilidade genética.
  • O diagnóstico é clínico e baseado nos critérios clínicos do DSM-V.
  • A psicoterapia é geralmente considerada a primeira linha de tratamento para pacientes com transtornos de personalidade. 
  • Antidepressivos, estabilizadores de humor e antipsicóticos em baixas doses podem ser utilizados como adjuvantes no tratamento da desregulação afetiva. 

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Definição da doença

O transtorno de personalidade histriônica, também chamado de transtorno de personalidade dramática, é um transtorno psiquiátrico caracterizado por um padrão de emotividade exagerada e comportamentos de busca de atenção. Esse transtorno se enquadra no “Cluster B” dos transtornos de personalidade. 

A personalidade é o conjunto de padrões estabelecidos de comportamento pelos quais uma pessoa se relaciona e compreende o mundo ao seu redor. Logo, um transtorno de personalidade surge quando a pessoa desenvolve um padrão inflexível e intransigente de pensamento e comportamento desadaptativos, que prejudica significativamente o funcionamento social ou ocupacional e pode causar sofrimento interpessoal. 

Epidemiologia e fisiopatologia do transtorno histriônico

A prevalência internacional média estimada de transtornos de personalidade na comunidade é de 11%, com ou sem sobreposição dos subtipos. Especificamente a prevalência do subtipo histriônico na população em geral gira em torno de 2 a 3%. 

Acomete mais individuos do sexo feminino, com proporção de 4 mulheres para cada homem diagnosticado, mas parece ser inviesado pelos homens relatarem menos seus sintomas. 

A etiologia exata do transtorno é desconhecida, mas há diversas teorias sobre a sua gênese.  Uma hipótese é que ocorra por um trauma vivenciado durante a infância. Além disso, acredita-se que uma paternidade excessivamente indulgente ou inconsistente ou pais que modelam comportamentos sexuais dramáticos, erráticos, voláteis ou inapropriados colocam seus filhos em alto risco de desenvolver esse transtorno de personalidade. 

É um tipo de transtorno que tende a se agrupar nas famílias, por isso há também uma teria de suscetibilidade genética, além de histórico familiar de outros transtornos de personalidade, doença psiquiátrica ou transtornos por uso de substâncias ser fator de risco para transtorno de personalidade histriônica.

Manifestações clínicas de histrionismo 

O transtorno histriônico é marcado por um padrão de emocionalidade excessiva e busca de atenção em excesso que surge no início da vida adulta e continua a evoluir ao longo do desenvolvimento. A desregulação afetiva e a impulsividade são comumente observadas em pacientes com esse transtorno. 

O indivíduo tende a ser ego-sintônico, o que significa que as pessoas com esse transtorno normalmente consideram seu comportamento normal, está em consonância com seu ego. Por este motivo, somente quando a personalidade histriônica começa a afetar significativamente nos relacionamentos, no trabalho ou no bem-estar interpessoal é que o diagnóstico é suspeitado. 

Esses indivíduos podem ter dificuldades em alcançar intimidade emocional em relacionamentos românticos ou sexuais. Frequentemente utilizam da manipulação emocional e sedução, ao mesmo tempo que aparentam dependência emocional em seus relacionamentos. Esses indivíduos podem também afastar os amigos com exigências de atenção constante. 

O risco de suicidio não é conhecido, mas esses indivíduos estão sob risco de colocarem suas vidas em risco com tentativas simuladas de automutilação ou ameaças suicidas no intuito de provocar atenção e cuidados. 

Diagnóstico do transtorno histriônico

O diagnóstico é clínico e baseado nos critérios do DSM-V, conforme indicado por cinco ou mais dos seguintes critérios:

  1. Desconforto em situações em que não é o centro das atenções.
  2. A interação com os outros é frequentemente caracterizada por comportamento sexualmente sedutor inadequado ou provocativo.
  3. Exibe mudanças rápidas e expressão superficial das emoções.
  4. Usa reiteradamente a aparência física para atrair a atenção para si.
  5. Tem um estilo de discurso que é excessivamente impressionista e carente de detalhes.
  6. Mostra autodramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções.
  7. É sugestionável (i.e., facilmente influenciado pelos outros ou pelas circunstâncias).
  8. Considera as relações pessoais mais íntimas do que na realidade são. 

Tratamento do transtorno histriônico

O padrão-ouro para o tratamento de transtornos de personalidade é a psicoterapia. Dentre as modalidades, a psicoterapia de apoio é a recomendada, pois essa abordagem é encorajadora, tranquilizadora e não ameaçadora. Outras abordagens que possuem algum grau de eficácia incluem a psicoterapia psicodinâmica e a terapia cognitiva comportamental. 

A medicação pode ser usada como um tratamento adjuvante, principalmente para os pacientes com transtorno de personalidade histriônica profundamente sintomáticos. Como desregulação afetiva é comumente observada em pacientes com esse transtorno, pode ser usados antidepressivos (desipramina, fluoxetina, amitriptilina e fluvoxamina), estabilizadores de humor (lamotrigina, valproato e lítio), ou antipsicóticos de baixa dosagem (risperidona, aripiprazol, olanzapina e haloperidol).  Os estabilizadores de humor também são usados para indivíduos que apresentam impulsividade e descontrole comportamental.

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • French JH, Shrestha S. Transtorno da Personalidade Histriônica. [Atualizado em 26 de setembro de 2022]. In: StatPearls [Internet]. Ilha do Tesouro (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan-. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK542325/
  • Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
  • Skol, Andrew. Overview of personality disorders. Uptodate
  • Crédito da imagem em destaque: Pexels
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