Resumo sobre Hipogonadismo Masculino: características clínicas, diagnósticos e mais!
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Resumo sobre Hipogonadismo Masculino: características clínicas, diagnósticos e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre o Hipogonadismo Masculino, uma condição que afeta a produção de testosterona e pode causar complicações significativas na saúde.

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Então vamos lá!

Definição de Hipogonadismo Masculino

O hipogonadismo masculino é uma condição que se refere à diminuição em uma das principais funções dos testículos: a produção de esperma ou a produção de testosterona. Esse distúrbio pode ser dividido em duas categorias: o hipogonadismo primário, que ocorre quando há um problema nos próprios testículos, e o hipogonadismo secundário, quando o problema está relacionado à hipófise ou ao hipotálamo, estruturas responsáveis pelo controle da produção hormonal.

A testosterona, principal hormônio sexual masculino, exerce uma série de efeitos no corpo através de diferentes mecanismos. Ela pode atuar diretamente ao se ligar ao receptor de andrógeno em várias células do corpo. 

Além disso, em tecidos específicos, como a genitália externa e os pelos sexuais, a testosterona é convertida em di-hidrotestosterona (DHT) pela enzima 5-alfa-redutase, o que aumenta sua afinidade com o receptor de andrógeno e intensifica sua ação. Esse processo é a base para o uso de medicamentos, como a finasterida, no tratamento da hiperplasia prostática benigna e da calvície de padrão masculino.

Outro mecanismo importante envolve a conversão da testosterona em estradiol, um tipo de estrogênio, pela enzima aromatase. O estradiol desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde óssea, prevenindo problemas como osteoporose, além de influenciar a função sexual e a distribuição da gordura corporal. 

Estudos indicam que a inibição da aromatase pode reduzir o impacto da testosterona na libido e na função erétil, além de aumentar a gordura corporal, sem afetar significativamente a massa muscular.

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Características clínicas do Hipogonadismo Masculino

As características clínicas do hipogonadismo masculino variam de acordo com a idade de início, a gravidade da deficiência de testosterona e se há comprometimento da produção de esperma, de testosterona ou de ambos. Essas manifestações são influenciadas pelo momento em que a deficiência hormonal ocorre no desenvolvimento reprodutivo.

No primeiro trimestre da gestação, uma deficiência significativa de testosterona ou de ação androgênica pode resultar em genitália ambígua ou em genitália externa feminina, enquanto uma deficiência parcial pode levar à virilização incompleta, como micropênis ou hipospádia. Já no terceiro trimestre, uma produção insuficiente de testosterona pode resultar em micropênis e criptorquidia bilateral, que está associada à espermatogênese prejudicada e, em alguns casos, à deficiência de testosterona na vida adulta.

Quando a deficiência de testosterona ocorre durante a infância ou adolescência, os indivíduos podem não atingir ou completar a puberdade, apresentando características como a falta de desenvolvimento muscular, ausência de pelos corporais e genitália subdesenvolvida. 

Em homens adultos, o início da deficiência hormonal pode levar a sintomas como diminuição da energia, redução da libido e mudanças de humor. Com o tempo, a falta de testosterona pode causar uma diminuição na massa muscular, pelos corporais e densidade óssea, além de sintomas mais graves como infertilidade.

A ginecomastia também é uma manifestação clínica, sendo mais comum no hipogonadismo primário. Em casos graves ou de evolução rápida, os homens podem experimentar fogachos e, a longo prazo, perda das características sexuais secundárias, como a barba e os pelos corporais.

Diagnóstico de Hipogonadismo Masculino

O diagnóstico de hipogonadismo masculino baseia-se na presença de sinais e sintomas da condição, juntamente com níveis séricos baixos de testosterona medidos em pelo menos duas ocasiões distintas, preferencialmente entre 8h e 10h da manhã. 

Não é recomendável realizar rastreamento populacional, mas é indicado testar indivíduos em situações de maior prevalência, como em casos de doenças da região selar, uso de medicamentos que afetam a produção de testosterona (como glicocorticoides e opioides), perda de peso associada ao HIV, insuficiência renal, DPOC grave, infertilidade, osteoporose, fraturas por trauma leve e diabetes tipo 2.

A avaliação inicial envolve exames laboratoriais que medem testosterona total sérica, hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH), os quais regulam a produção de testosterona e esperma. A testosterona total é o principal marcador e, variações em seus níveis podem ser influenciadas por fatores como obesidade e idade, que afetam a globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG). 

Além disso, a testosterona livre é avaliada em casos específicos, principalmente quando há suspeita de anormalidades na SHBG. A repetição do teste de testosterona pode ser necessária em casos de resultados ambíguos. Se a testosterona estiver baixa, o LH e o FSH devem ser medidos para diferenciar entre hipogonadismo primário e secundário.

Testes adicionais para o Hipogonadismo Masculino

Para determinar a etiologia do hipogonadismo masculino, é fundamental realizar uma avaliação detalhada que inclua o exame físico e o histórico médico do paciente. Algumas características clínicas podem fornecer pistas valiosas. 

A presença de ginecomastia, testículos pequenos e firmes, além de anomalias comportamentais ou de aprendizagem, pode indicar a síndrome de Klinefelter. Já o histórico de quimioterapia, radioterapia, consumo excessivo de álcool ou traumas testiculares, como torção ou inchaço doloroso, pode apontar para uma insuficiência testicular primária.

Outros sinais podem sugerir causas específicas. A anosmia ou hiposmia, por exemplo, é um indicativo da síndrome de Kallmann. Anomalias visuais periféricas e deficiências hormonais da hipófise sugerem a presença de uma lesão de massa na glândula pituitária ou no hipotálamo. Além disso, medicamentos como cetoconazol e opioides podem estar relacionados ao desenvolvimento de hipogonadismo, seja primário ou secundário.

No caso do hipogonadismo primário, a realização de um cariótipo pode ser recomendada, especialmente em homens com hipogonadismo não relacionado a causas adquiridas, para confirmar a presença da síndrome de Klinefelter. Para homens com hipogonadismo secundário, testes de função hipofisária, como a medição de cortisol e tiroxina, são importantes. 

Exames de ressonância magnética são indicados se houver anormalidades hormonais ou neurológicas. Além disso, testes genéticos podem ser considerados, especialmente se a indução de fertilidade estiver nos planos de tratamento.

Tratamento de Hipogonadismo Masculino

O tratamento do hipogonadismo masculino envolve, principalmente, a terapia de reposição de testosterona, indicada para homens com sinais e sintomas típicos da deficiência de testosterona, como baixa libido, perda de pelos corporais, ginecomastia e baixa densidade mineral óssea. 

Para confirmar a necessidade do tratamento é fundamental medir os níveis de testosterona em amostras coletadas pela manhã, entre 8h e 10h, em duas a três ocasiões distintas.

Há diversas opções de preparações de testosterona disponíveis, como géis e formulações parenterais (injeções), sendo que a escolha do tipo de tratamento depende de fatores como a preferência do paciente, custo e conveniência. Os géis costumam ser a primeira escolha devido à sua capacidade de manter níveis estáveis de testosterona no sangue, porém, alguns pacientes podem preferir as injeções.

Embora a reposição de testosterona seja eficaz, ela pode estar associada a efeitos adversos. A eritrocitose — aumento do hematócrito, é uma das complicações mais comuns, principalmente nas terapias injetáveis. Por isso, o hematócrito deve ser monitorado regularmente e, caso atinja valores acima de 54%, a terapia deve ser interrompida ou ajustada. Outros possíveis riscos incluem impacto no câncer de próstata, hiperplasia prostática benigna e eventos cardiovasculares, embora esses efeitos ainda não sejam totalmente esclarecidos.

O monitoramento da terapia é essencial para garantir a eficácia e a segurança do tratamento. As concentrações séricas de testosterona devem ser avaliadas dois a três meses após o início da terapia e após qualquer ajuste na dose. 

Depois que os níveis se estabilizam, o acompanhamento pode ser feito a cada seis a doze meses. Nos pacientes que recebem injeções de testosterona, é recomendável que o teste de testosterona seja feito no meio do intervalo entre as aplicações para garantir que os níveis hormonais estejam dentro da faixa normal.

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Referências

Peter J Snyder, MD. Testosterone treatment of male hypogonadism. UpToDate, 2022. Disponível em: UpToDate

Peter J Snyder, MD. Clinical features and diagnosis of male hypogonadism. UpToDate, 2024. Disponível em: UpToDate

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