Resumo do Sistema Urinário: anatomia, funções e mais!

Resumo do Sistema Urinário: anatomia, funções e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre o Sistema Urinário, que possui uma série de funções além de excreção da urina.

O Estratégia MED está pronto para te apresentar mais um conceito, que será valioso para a sua formação médica.

Anatomia do Sistema Urinário

O sistema urinário humano é composto por diversos órgãos que trabalham em conjunto para eliminar resíduos metabólicos do corpo, regular o equilíbrio de água e eletrólitos, e desempenhar funções vitais na manutenção da homeostase.

Os rins, situados na região lombar, são órgãos retroperitoneais, posicionados atrás da cavidade peritoneal. Recebendo cerca de 20 a 25% do débito cardíaco, os rins desempenham um papel crucial na filtragem do sangue, removendo produtos de resíduos e regulando a composição química do fluido corporal. 

Cada rim possui uma superfície côncava voltada para a coluna vertebral, de onde emergem os vasos sanguíneos renais, nervos, vasos linfáticos e ureteres. Enquanto as artérias renais fornecem sangue para os rins, as veias renais transportam o sangue dos rins para a veia cava inferior.

Os ureteres são tubos que conectam os rins à bexiga urinária, sendo dois ureteres presentes, um para cada rim. Essas estruturas desempenham o papel de transportar a urina dos rins para a bexiga urinária através de contrações musculares peristálticas ao longo de seu comprimento. 

A bexiga urinária, por sua vez, é um órgão oco responsável por armazenar a urina produzida pelos rins até que seja eliminada do corpo. Quando a bexiga atinge sua capacidade máxima, ela se expande, e o músculo detrusor, que forma sua parede, se contrai durante o processo de micção, permitindo que a urina seja eliminada pela uretra.

Finalmente, a uretra é o tubo responsável por transportar a urina da bexiga para fora do corpo. Nas mulheres, a uretra é mais curta e está localizada anteriormente às aberturas da vagina e do ânus, enquanto nos homens, ela passa pelo pênis, saindo do corpo pela extremidade distal do órgão.

Anatomia do trato urinário

Fonte: Guyton Hall – Tratado de Fisiologia Médica – 16ª Edição

Funções do Sistema Urinário

Excreção de restos metabólicos e outras substâncias 

Os rins desempenham um papel crucial na remoção de substâncias indesejáveis do corpo, que são produtos do metabolismo, toxinas ou substâncias estranhas ingeridas. 

Essas substâncias incluem ureia, creatinina, ácido úrico, metabólitos hormonais e outros resíduos do processo metabólico. É essencial que esses produtos sejam eliminados tão rapidamente quanto são produzidos para manter o equilíbrio interno do organismo. 

Além disso, os rins também filtram a maioria das toxinas e outras substâncias estranhas presentes no corpo, como pesticidas, medicamentos e aditivos alimentares, contribuindo para a saúde geral do corpo.

Manutenção do equilíbrio de água e eletrólitos

A regulação do equilíbrio de água e eletrólitos é fundamental para manter a estabilidade interna do corpo, conhecida como homeostasia. Se houver um excesso de entrada em relação à saída, os níveis dessas substâncias no corpo aumentarão, e se houver uma saída maior do que a entrada, os níveis diminuirão. 

A entrada de água e eletrólitos é principalmente influenciada pelos hábitos alimentares, exigindo que os rins ajustem sua taxa de excreção para corresponder à ingestão. Por exemplo, quando há um aumento repentino na ingestão de sódio, os rins respondem aumentando a excreção desse eletrólito para restaurar o equilíbrio entre a ingestão e a excreção. 

Embora esse ajuste ocorra rapidamente, durante os primeiros dias de adaptação pode ocorrer um modesto acúmulo de sódio, levando a alterações hormonais e outras respostas compensatórias que sinalizam os rins para aumentar ainda mais a excreção de sódio.

Os rins têm uma capacidade significativa de alterar a excreção de sódio em resposta a mudanças na ingestão, como demonstrado por estudos experimentais. Isso também se aplica a outros eletrólitos, como cloreto, potássio, cálcio, hidrogênio, magnésio e íons fosfato, permitindo que o corpo mantenha sua estabilidade interna mesmo diante de variações na dieta ou nas condições ambientais.

Regulação da pressão arterial

A regulação da pressão arterial é uma função crucial dos rins. A longo prazo, os rins controlam a pressão arterial ajustando a quantidade de sódio e água excretada pelo corpo. Além disso, os rins também desempenham um papel na regulação da pressão arterial a curto prazo, secretando hormônios e substâncias vasoativas, como a renina, que contribuem para a formação de produtos que afetam os vasos sanguíneos, como a angiotensina II. 

Equilíbrio ácido-base

Os rins desempenham um papel essencial na regulação do equilíbrio ácido-base do corpo, trabalhando em conjunto com os pulmões e os tampões presentes nos líquidos corporais. Eles contribuem para isso excretando ácidos e controlando os estoques de tampões no organismo. 

Os rins são responsáveis também por eliminar certos tipos de ácidos, como os ácidos sulfúrico e fosfórico, que são produtos do metabolismo das proteínas e não podem ser removidos por outros meios. Essa função renal é crucial para manter o pH dos fluidos corporais dentro de limites saudáveis, garantindo o funcionamento adequado das células e dos sistemas do corpo.

Produção de hemácias

Os rins desempenham um papel crucial na regulação da produção de glóbulos vermelhos no corpo. Eles secretam um hormônio chamado eritropoetina, que estimula a medula óssea a produzir células vermelhas do sangue. A produção e liberação de eritropoetina pelos rins são influenciadas pela presença de baixos níveis de oxigênio, um estado conhecido como hipóxia. 

Em condições normais, a maior parte da eritropoetina na circulação é produzida pelos rins. No entanto, indivíduos com doença renal grave ou que passaram por remoção dos rins e necessitam de hemodiálise podem desenvolver anemia severa devido à redução na produção de eritropoetina. Essa diminuição na produção de eritropoetina resulta em uma diminuição na produção de glóbulos vermelhos, levando à anemia.

Regulação da produção da 1,25-di-hidroxivitamina D3 (calcitriol) 

Os rins têm a capacidade de converter a vitamina D em sua forma ativa, conhecida como 1,25-di-hidroxivitamina D3 ou calcitriol. Essa conversão ocorre pela hidroxilação da vitamina D na posição “número 1”. O calcitriol desempenha um papel crucial na absorção de cálcio pelo trato gastrointestinal e na deposição adequada de cálcio nos ossos. Além disso, ele é essencial na regulação dos níveis de cálcio e fosfato no organismo.

Síntese de glicose durante o jejum prolongado

Durante períodos de jejum prolongado, os rins têm a capacidade de sintetizar glicose a partir de aminoácidos e outros precursores, em um processo conhecido como gliconeogênese. Essa capacidade permite que os rins adicionem glicose à corrente sanguínea para manter os níveis de glicose necessários para o funcionamento adequado do organismo, mesmo durante períodos de escassez de alimentos. A capacidade dos rins de realizar a gliconeogênese é comparável à do fígado.

Trajeto da Urina

O transporte da urina do rim para a bexiga ocorre de forma contínua e eficiente, mantendo uma composição semelhante ao longo do trajeto. A urina flui dos ductos coletores para os cálices renais e ureteres através de contrações peristálticas, impulsionando-a em direção à bexiga. 

Os ureteres, com cerca de 25 a 35 centímetros de comprimento, possuem paredes musculares revestidas por fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas, além de plexos neurais intramurais. As contrações peristálticas são aumentadas pela estimulação parassimpática e inibidas pela estimulação simpática.

Ao penetrar na bexiga, os ureteres atravessam o músculo detrusor na região do trígono vesical. Normalmente, percorrem um caminho oblíquo na parede vesical e o tônus do músculo detrusor comprime a parte do ureter na parede, prevenindo o refluxo da urina durante a micção ou compressão vesical. Cada onda peristáltica no ureter aumenta a pressão interna, abrindo a passagem na parede vesical para o fluxo de urina.

Em algumas pessoas, a distância percorrida pelo ureter dentro da parede vesical pode ser menor que o normal, o que pode resultar em refluxo vesicoureteral. Isso ocorre quando parte da urina na bexiga retorna para o ureter devido à falha na oclusão completa durante a micção. Esse refluxo pode causar dilatação dos ureteres e, em casos graves, aumentar a pressão nos cálices renais e na medula renal, resultando em danos nessas regiões.

De olho na prova!

Não pense que esse assunto fica fora das provas, seja da faculdade, concurso ou residência. Veja um exemplo logo abaixo:

S.F., um homem de 65 anos, vem ao seu consultório reclamando de incontinência urinária. Após uma avaliação inicial, você suspeita de um problema na bexiga. Antes de encaminhá-lo para um exame de imagem, você decide revisar a anatomia da bexiga para melhor interpretar os resultados. Considerando a anatomia da bexiga, qual das seguintes afirmações é a mais correta?

A) A bexiga é um órgão completamente muscular.

B) A bexiga é drenada por dois ureteres e uma única uretra.

C) A bexiga é um órgão fixo e não muda de posição conforme enche ou esvazia.

D) A bexiga é suprida principalmente pela artéria renal.

Opção correta: Alternativa “B

Comentário da questão:

A) Incorreta. A bexiga não é um órgão completamente muscular. Ela possui uma camada interna de mucosa além da camada muscular.

B) Correta. A bexiga é drenada por dois ureteres e uma única uretra.

C) Incorreta. A bexiga é um órgão móvel e pode mudar de posição conforme enche ou esvazia.

D) Incorreta. O suprimento sanguíneo da bexiga vem principalmente das artérias vesicais superiores e inferiores, não da artéria renal.

Veja também!

Referências

GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier.13ª ed., 2017. -MENAKER, L

BERNE e LEVY – Fisiologia – Tradução da 7ª Edição. Editores Bruce M. Koeppen e Bruce A. Stanton. Editora Elsevier, Rio de Janeiro, 2018.

SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017. 

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