Resumo de transtorno do pânico: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de transtorno do pânico: diagnóstico, tratamento e mais!

O transtorno do pânico é uma das condições mais graves dentro do grupo das distúrbios de ansiedade. Por isso, confira os principais aspectos referentes à esta condição, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes ao transtorno do pânico.

  • O transtorno do pânico é caracterizado por ataques de pânico recorrentes.
  • A abordagem psicoterápica que tem mostrado melhores resultados no TP é a cognitivo-comportamental. 
  • Os antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina são as drogas de primeira escolha no tratamento. 
  • O uso de antidepressivos estão associados a um agravamento inicial da ansiedade. 
  • O uso de benzodiazepínicos no início por curto período de tempo pode auxiliar na adesão ao tratamento aliviando os sintomas.  

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Definição da doença

O transtorno do pânico (TP) é uma forma grave de transtorno de ansiedade. Ele é caracterizado por ataques de pânico recorrentes, que consistem em uma sensação de medo ou mal-estar intenso acompanhada de sintomas físicos e cognitivos e que se iniciam de forma brusca, alcançando intensidade máxima em até 10 minutos e há uma preocupação permanente com sua recorrência. 

É uma condição que acarreta consequências negativas, como preocupações persistentes ou modificações importantes de comportamento a  longo prazo, que gera perda de produtividade, bem-estar, contato social e auto realização, além de levar a um grande consumo de recursos médicos.  

Epidemiologia do transtorno do pânico

Segundo DSM-V a estimativa de prevalência para o transtorno de pânico nos Estados Unidos e em vários países europeus é de 2 a 3% em adultos e adolescentes, sendo mais baixas para países asiáticos, africanos e latino-americanos. 

Indivíduos do sexo feminino são afetados mais frequentemente, com prevalência ao longo da vida é de aproximadamente 5% nas mulheres e 2% nos homens. A doença tem uma idade média de início de 24 anos, com declínio em indivíduos mais velhos, acima de 60 anos. 

Patogênese do transtorno do pânico

A patogênese do transtorno do pânico não é totalmente conhecida. Atualmente é melhor explicada usando o modelo estresse-diátese, onde a combinação de um ou mais fatores de vulnerabilidade interagem com estressores da vida que precipitam os sintomas.

A pesquisa sobre os fatores neurobiológicos subjacentes mudou de um foco nos neurotransmissores (serotonina, norepinefrina e ácido gama-aminobutírico [GABA]) ligados a medicamentos anti pânicos comumente prescritos, para circuitos neurais propostos intimamente ligados a modelos animais básicos de desenvolvimento do medo. O modelo neuroanatômico proposto para transtorno do pânico se concentra em áreas específicas da amígdala ou hipotálamo que são hiperexcitáveis ​​e tornam o indivíduo suscetível a sintomas de pânico não provocados.

Os transtornos de ansiedade geralmente se agregam em famílias, com hereditariedade em familiares de primeiro grau em torno de 11% e entre gêmeos monozigóticos em torno de 30 a 40%. Dos estressores sociais, perda de um ente querido, ameaças físicas e doenças são particularmente de risco para TP. 

A sensibilidade à ansiedade, que é o medo e preocupações acerca de interpretações distorcidas de reações corporais normais, parece ser um fenótipo específico do TP. Além disso, alguns temperamentos específicos como a evitação de danos, que representa a tendência a evitar situações com algum tipo de risco ou que possam causar danos, são fatores de risco importantes.

Manifestações clínicas e diagnóstico do transtorno do pânico 

O transtorno do pânico é caracterizado por ataques de pânico (AP) recorrentes. Um AP é um sintoma e não um transtorno mental e pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso. 

Segundo o DSM-V, um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos (geralmente 1 a 15 minutos, com média de 5min) e durante o qual ocorrem quatro ou mais dos seguintes sintomas: surto abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso.

  • 1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia.
  • 2. Sudorese.
  • 3. Tremores ou abalos.
  • 4. Sensações de falta de ar ou sufocamento.
  • 5. Sensações de asfixia.
  • 6. Dor ou desconforto torácico.
  • 7. Náusea ou desconforto abdominal.
  • 8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.
  • 9. Calafrios ou ondas de calor.
  • 10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).
  • 11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo).
  • 12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”.
  • 13. Medo de morrer

Como critérios diagnósticos para transtorno de pânico, o primeiro é a presença de ataques de pânico recorrentes e inesperados, associado a: 

B. Pelo menos um dos ataques foi seguido por um mês ou mais de um ou ambos os seguintes: 

  1. Preocupação persistente ou preocupação com ataques de pânico adicionais ou suas consequências (por exemplo, perder o controle, ter um ataque cardíaco, “enlouquecer”).
  2. Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionado aos ataques (por exemplo, comportamentos projetados para evitar ataques de pânico, como evitar exercícios ou situações desconhecidas).

C. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (por exemplo, medicamento ou droga ilícita) ou outra condição médica (por exemplo, hipertireoidismo, distúrbios cardiopulmonares).

D. A perturbação não é melhor explicada por outro transtorno mental. Como exemplos, os ataques de pânico não ocorrem apenas em resposta a:

  • Situações sociais temidas, como no transtorno de ansiedade social
  • Objetos ou situações fóbicas circunscritas, como na fobia específica
  • Obsessões, como no transtorno obsessivo-compulsivo
  • Lembretes de eventos traumáticos, como no transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)
  • Separação de figuras de apego, como no transtorno de ansiedade de separação

O transtorno do pânico é frequentemente associado à evitação agorafóbica, uso de substâncias, aumento da utilização de serviços médicos e redução da qualidade de vida. A agorafobia é caracterizada pelo medo, ansiedade ou evitação de situações em que a fuga pode ser difícil no caso de desenvolver sintomas semelhantes ao pânico ou outros sintomas embaraçosos.

Tratamento de transtorno do pânico 

As principais opções para tratamento são a farmacoterapia e psicoterapia com base na preferência do paciente e na disponibilidade de tratamento.

Os antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina são as drogas de primeira escolha no tratamento do Transtorno do Pânico, como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ex., fluoxetina, sertralina) ou inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina (ex., desvenlafaxina, duloxetina, venlafaxina), que em baixas doses predomina a inibição de serotonina. 

O uso de antidepressivos estão associados a um agravamento inicial da ansiedade e a uma latência para a melhora dos sintomas, que se não forem devidamente esclarecidos podem implicar na interrupção do tratamento. 

#Ponto importante: uma possibilidade terapêutica nas duas primeiras semanas é associar um benzodiazepínico ou gabapentina ao tratamento com o antidepressivo, objetivando evitar o agravamento inicial da ansiedade e garantir a adesão ao tratamento. Essa estratégia também pode ser utilizada em pacientes com sofrimento ou disfunção acentuada.   

A abordagem psicoterápica, que tem mostrado melhores resultados no Transtorno do Pânico é a Cognitivo-Comportamental. Ela é especialmente indicada, em associação com a terapia farmacológica nos pacientes que apresentam Agorafobia. 

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Referências bibliográficas:

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