Como é a Residência Médica de Cirurgia Plástica na UNIFESP
Créditos: Estratégia MED

Como é a Residência Médica de Cirurgia Plástica na UNIFESP

A Unifesp é uma das instituições mais buscadas e renomadas no âmbito do ensino médico no país. Tal título do HU-Unifesp é justificado, por exemplo, pelos vastos elogios tecidos pela Capes e por outras agências de fomento, que elegem a instituição como uma das melhores do Brasil. E a qualidade não poderia deixar de refletir no processo seletivo para ingresso nos programas de residência médica da Unifesp: ele é um dos mais aguardados e concorridos atualmente. 

Dentre as especialidades oferecidas pela instituição, vale o destaque à Cirurgia Plástica, uma das áreas que mais cresce no país. Com 8 vagas ofertadas para o ano de 2023, a especialidade contou com 123 candidatos interessados no programa, resultando em uma relação de 15 candidatos por vaga

Com tamanho renome e concorrência, conhecer um pouco mais sobre a instituição e o programa escolhido, saber o que te espera e se é o ideal para você também faz parte do preparo. Por isso, o Estratégia MED convidou a Dr.ª Rebeca Granja, atual residente de Cirurgia Plástica da Unifesp, para um bate-papo sobre “Como é o programa de Residência Médica de Cirurgia Plástica na Unifesp”. Confira!

Conheça a UNIFESP

A Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) foi fundada em 1933 e começou como uma instituição voltada apenas para as ciências da saúde. A UNIFESP era a Escola Paulista da Medicina e foi sustentada por meio de recursos privados e subsídios do governo, até sua federalização, em 1956.

Só em 1994 que a instituição tornou-se uma universidade federal, oferecendo cursos nas áreas de Medicina, Enfermagem, Ciências Biológicas, Fonoaudiologia e Tecnologia Oftálmica.

Já o Hospital São Paulo (HSP), o Hospital Universitário da UNIFESP – cenário prático dos programas de residência – foi inaugurado em 1940, justamente para o ensino de clínicas dos alunos da Escola Paulista de Medicina. Com o passar dos anos, o HSP se tornou o maior hospital federal de ensino do país, além de ser um dos melhores centros formadores de médicos e profissionais de saúde há mais de 50 anos

Atualmente, o hospital abriga 92 programas de residência médica e de residência multiprofissional, frequentados por mais de 1.400 residentes. A instituição atende a todas as especialidades médicas, principalmente aquelas que contam com procedimentos de alta complexidade

Na Grande São Paulo, o Hospital Universitário da UNIFESP faz cobertura de uma área que abrange mais de 5 milhões de habitantes, mas também atende pacientes vindos de outros estados. Juntamente à intensa atividade assistencial, pode-se encontrar também uma vasta produção científica e de pesquisa na instituição

Inscreva-se em nossa newsletter!

Receba notícias sobre residência médica e revalidação de diplomas, além de materiais de estudo gratuitos e informações relevantes do mundo da Medicina.

Como é a Residência Médica em Cirurgia Plástica na UNIFESP

Seguindo as orientações da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o programa de Residência Médica em Cirurgia Plástica da UNIFESP tem a carga horária de 60h semanais prevista em lei e conta com 8 residentes por ano, ou seja, 24 residentes trabalhando juntos no total. 

O programa de Cirurgia Plástica é dividido em 3 anos, com atividades teóricas e práticas em nível ambulatorial, enfermaria e centro cirúrgico, específicas para cada ano. No total do programa, estão previstas 1.728 horas teóricas e 6.912 horas práticas.

Saiba mais: Residência Médica em Cirurgia Plástica: rotina, remuneração, estudos e mais!

Na UNIFESP, as atividades teóricas envolvem aulas semanais ministradas pelos alunos de residência-especialização, discussão de casos clínicos, cursos, reuniões mensais de discussão de artigos de revistas, aulas semanais com professores convidados e com alunos da pós-graduação stricto sensu.

Segundo a instituição, durante toda a realização do programa de Cirurgia Plástica, os alunos realizam estágios nos seguintes setores:

  • Queimaduras;
  • Cirurgia de Mão;
  • Cirurgia Ambulatorial na Casa da Plástica;
  • Cirurgias Estéticas, Reconstrutivas Mamária e Órbito Palpebrais;
  • Cosmiatria;
  • Deformidades Congênitas da Face;
  • Cirurgias Estéticas da Face e Orelhas;
  • Trauma Craniomaxilofacial;
  • Rinologia;
  • Reconstrução Urogenital;
  • Cirurgias Estéticas e Reconstrutivas do Abdome;
  • Microcirurgia;
  • Reconstrução de Membros Inferiores;
  • Feridas;
  • Tumores;
  • Cicatrizes Patológicas;
  • Cirurgia Bariátrica;
  • Cirurgia de Transgêneros; e
  • Cirurgia Estética e Reconstrução de Cabeça e Pescoço.

Já as atividades acontecem nos diversos hospitais filiados e parceiros da UNIFESP, são eles: Hospitais São Paulo, Diadema, Pirajussara, AME Maria Zélia, Hospital Vila Maria, Hospital Jabaquara, Hospital Pedreira, Hospital GRAAC, Hospital Pérola Byington, bem como o Hospital Universitário II.

Dia a dia na UNIFESP

Em entrevista para o Estratégia MED, a Dr.ª Rebeca compartilha que os rodízios da residência de Cirurgia Plástica da UNIFESP costumam se repetir bastante durante R3, R4 e R5, porém com funções diferentes em cada ano. Em grande parte, os estágios mais particulares são divididos em 45 dias cada e 3 meses para as grandes áreas do programa. 

“A residência de Cirurgia Plástica possui um clima muito diferente da Cirurgia Geral. Eu só tenho palavras boas para falar acerca dos colegas e dos chefes, todos são muito solícitos e o clima é zero pesado.”

Ao começar, o residente desempenha uma função de auxílio e organização, como em qualquer residência, em que você deve subir na “cadeia hierárquica”. Ou seja, você começa com cirurgias mais simples e evolui para cirurgias mais complicadas até o R5, como rinoplastia e outras envolvendo face. Segundo ela, o ano mais proveitoso é o R4, em que você possui uma gama maior de atividades envolvendo cirurgias de média à alta complexidade

Por ser um hospital público, a atuação no que tange enxertos da área cosmiátrica e estética acaba sendo um pouco limitada. O foco na Unifesp são os atendimentos pautados no dia a dia da profissão, mas sem deixar de lado alguns casos mais complexos, necessários para a formação de qualidade dos médicos da área.

No que diz respeito à quantidade de cirurgias, a maioria fica sob responsabilidade dos programas de R+, ou seja, segundo Rebeca, cirurgias não faltam. Mas, mesmo assim, a carga horária é tranquila e raramente passa o estipulado de 60 horas semanais, o que torna possível fazer uma renda extra com plantões fora da residência.

De acordo com ela, a Escola Paulista de Medicina realmente prima muito pela produção científica e pelo serviço de pós-graduação, mestrado e doutorado na área, e oferece o apoio didático e acadêmico necessário para tal. O programa de residência já te prepara para saber ofertar o conhecimento adquirido na prática – a didática, bem como prepara para apresentações em congressos e testa os alunos mensalmente por meio de provas, o que já ajuda a preparar para a prova de título

Mercado de trabalho

Para Rebeca, por ser uma área muito ampla, a Cirurgia Plástica permite que o profissional trabalhe nos mais diversos campos e serviços do mercado de trabalho da cirurgia. Para isso, a UNIFESP ajuda, já que a possibilidade de criar networking “na casa” é grande. Além disso, os residentes acabam recebendo indicações de trabalho dos chefes, que são reconhecidos na área. 

A experiência da UNIFESP mimetiza muito bem a rotina do profissional de Cirurgia Plástica fora da residência, já que aborda desde o serviço ambulatorial – a consulta, até a cirurgia e seus respectivos retornos. Na área, a rotina acaba sendo mais tranquila já que não existem muitas urgências e o cotidiano do médico se pauta pela sua programação de atendimentos pessoal, sem muita necessidade de plantões. Porém, a Dra. Rebeca destaca que os pacientes são bem mais exigentes, já que na grande maioria das vezes a cirurgia é eletiva. 

Para mais detalhes sobre o programa de residência médica em Cirurgia Plástica da UNIFESP, não deixe de conferir a entrevista completa com a Dr.ª Rebeca Granja:

O processo seletivo de Residência Médica da UNIFESP

O processo seletivo para ingresso na residência médica da UNIFESP é composto por duas etapas para todas as especialidades ofertadas.

Na primeira delas, os candidatos inscritos são avaliados a partir de uma prova teórica. Para as especialidades de Acesso Direto, a prova é composta por 100 questões objetivas baseadas nas grandes áreas da medicina. Já para as especialidades com Pré-Requisitos, são 50 questões referentes aos conteúdos do pré-requisito definido para ingresso no programa de Residência Médica.

Para driblar a concorrência já nesta 1ª etapa, deve-se focar no estudo direcionado. A dica da Dra Rebeca nesta fase é usar a engenharia reversa e se preparar com muitas questões. Assim, você consegue identificar quais são suas falhas e quais são os assuntos que você precisa aprofundar. 

Já os candidatos classificados e convocados para a segunda etapa participarão de duas avaliações: prova prática e entrevista. O processo da entrevista nos seletivos de residência médica acaba gerando ansiedade no candidato, sobretudo ao futuro R1, que não sabe muito bem como funciona o encontro e nem como a banca age nesses momentos. Porém, a entrevista também pode assustar os candidatos às especialidades cirúrgicas, já que esta se torna agora bem mais rigorosa.  

Muito parecidas com as entrevistas de emprego, nesta etapa, os examinadores dos processos seletivos de Residência Médica podem perguntar sobre suas qualidades e defeitos, seus problemas no ambiente de trabalho, como se baseou a sua escolha pela instituição e pela especialidade, entre outras questões. De forma também similar à entrevista de emprego, é recomendado que o candidato se apresente com roupas, maquiagem e acessórios adequados, bem como tenha cuidado com a sua forma de agir.

Ao compartilhar como foi sua entrevista para a UNIFESP, a Dr.ª Rebeca explica que a etapa acontece com todos os chefes dos departamentos de Cirurgia Plástica reunidos. Seu currículo impresso será praticamente deixado de lado no momento da entrevista, ou seja, o foco será em você e nas suas respostas durante a reunião. 

As perguntas mais frequentes são:

  • Por que decidiu fazer Cirurgia Plástica?
  • Qual área da Cirurgia Plástica mais te encanta?
  • Está ciente que a residência em Cirurgia Plástica é em período integral? Está disponível?
  • Quais valores considera essenciais em um indivíduo?
  • Quais valores considera essenciais a um médico?

Porém, a entrevista em si acontece de maneira muito heterogênea, focando em fatores muito particulares. De acordo com Rebeca, como a UNIFESP preza muito pela pesquisa e produção científica, este foi um dos pontos de interesse dos examinadores durante a conversa. Porém, mesmo não tendo nenhuma produção até o momento, ela conseguiu contornar a situação e conquistar a vaga. Então, esse não se trata de um fator excludente. 

Por ser uma especialidade de R+, a sua experiência no programa anterior também pode virar pauta. Pense no seu aprendizado na residência médica de Cirurgia Geral, por exemplo, e tente explicar situações proveitosas que você vivenciou. Saber comentar o seu currículo de forma geral, bem como os trabalhos que você realizou e participou também é algo que irá te destacar dentre os demais candidatos. 

Uma dica importante é não mentir no seu currículo, os entrevistadores irão te questionar ou pôr à prova aquilo que você mencionou: fluência em idiomas, participação em produções científicas e realização de cursos devem ser colocadas com muita parcimônia. 

“Seja honesto com o aquilo que você tem para oferecer ali e seja confiante com o seu currículo como um todo”

Outro ponto importante é buscar conhecer a banca. Faça uma pesquisa acerca dos seus entrevistadores, nem que seja para se policiar ao dar sua opinião sobre certas áreas que, provavelmente, são as áreas focais dos principais chefes do programa ou serviços de referência da instituição. Segundo Rebeca, isso também demonstra o seu prestígio pela banca e que você está feliz pela oportunidade de estar sendo selecionado no processo daquela instituição.

Estudando para a Residência Médica com o Estratégia MED

Os processos seletivos para a Residência Médica tendem a ser muito concorridos, principalmente em grandes instituições como UNIFESP e seleções unificadas como o ENARE. Por isso, para garantir a sua vaga, é essencial estudar por um conteúdo otimizado e focado no que as bancas cobram.

A partir da Engenharia Reversa, método usado pelo time de professores especialistas do Estratégia MED, nosso conteúdo é pensado e elaborado  exclusivamente com base na análise de provas anteriores, estilos de banca, prevalência de temas cobrados, atualizações na área médica e muitos mais. Vem ser coruja!

Banco de questões Medicina
Você pode gostar também