Como é a Residência Médica de Ortopedia e Traumatologia no Instituto Dr. José Frota
Créditos: Estratégia MED

Como é a Residência Médica de Ortopedia e Traumatologia no Instituto Dr. José Frota

Conheça a rotina, os desafios e os diferenciais da residência em Ortopedia e Traumatologia no IJF, referência em trauma no Nordeste

A residência médica em Ortopedia e Traumatologia no Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza, é uma das mais tradicionais do Nordeste e referência no manejo de trauma de alta complexidade. O programa atrai residentes de todo o Brasil por oferecer uma formação prática, intensa e sólida. Para entender melhor a rotina e os diferenciais dessa residência, o Estratégia MED conversou com Luiz Eduardo Sampaio, residente do terceiro ano da instituição. Continue lendo para conhecer todos os detalhes!

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Estrutura do hospital

O Instituto Dr. José Frota é um hospital terciário de referência em trauma e considerado o maior pronto-socorro do Norte e Nordeste. Por isso, recebe casos ortopédicos de alta complexidade, oferecendo uma vivência intensa e enriquecedora para os residentes.

A estrutura hospitalar inclui dois centros cirúrgicos: um tradicional, voltado para emergências, e um prédio novo, onde são realizadas cirurgias eletivas de trauma. A maioria das salas desse novo centro é destinada à Ortopedia, com rodízios bem definidos por subespecialidades como quadril, mão, coluna, pé e tornozelo. O hospital conta com várias salas operando simultaneamente todos os dias, além de enfermarias segmentadas por áreas anatômicas, incluindo uma dedicada exclusivamente ao método de Ilizarov.

Rotina do R1

No primeiro ano de residência, o foco está no aprendizado dos fundamentos da ortopedia e do atendimento ao trauma ortopédico. O residente já tem contato direto com pacientes desde o início, atuando no pronto-socorro, enfermarias e centro cirúrgico.

A rotina inclui plantões presenciais com frequência alta, acompanhando fraturas expostas, politraumatismos e outras urgências. Nessa fase, o residente aprende os princípios da redução, imobilização, prescrição e indicações cirúrgicas. Há também rodízios nas áreas básicas, como ortopedia geral e trauma, com orientação próxima dos preceptores e residentes mais experientes.

Rotina do R2

O segundo ano é o período de transição entre a formação básica e o aprofundamento em subespecialidades. Nesse estágio, o residente ganha mais autonomia nas cirurgias e passa a assumir maior responsabilidade na condução dos casos.

Os rodízios incluem áreas como ortopedia pediátrica, cirurgia do quadril, joelho, ombro e cotovelo. O residente participa de cirurgias mais complexas como osteossínteses, artroscopias e correções de deformidades. Também é comum a discussão de casos ambulatoriais e de enfermaria para desenvolver o raciocínio clínico-cirúrgico.

Há um equilíbrio maior entre os atendimentos ambulatoriais e o centro cirúrgico, e o residente também começa a se destacar como orientador dos R1s, ajudando na formação dos colegas mais novos.

Rotina do R3

O terceiro ano representa o auge da residência, com grande autonomia e protagonismo nos procedimentos. O foco agora está nas subespecialidades e cirurgias de maior complexidade. O residente participa como cirurgião principal em muitos procedimentos e tem liberdade para conduzir casos ambulatoriais com supervisão à distância.

Nessa fase, os rodízios se aprofundam em áreas como ortopedia oncológica, cirurgia da mão, coluna e reconstruções complexas. O R3 também participa de discussões clínicas mais refinadas, revisão de literatura e preparação para a prova de título da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

Parte teórica da residência

A formação teórica é sólida e integrada à prática. Os residentes participam de aulas semanais, discussões de casos clínicos, sessões de revisão para a prova de título e clubes de revista. Há também atividades organizadas pelos próprios residentes, o que reforça o espírito colaborativo e o envolvimento no aprendizado.

O serviço incentiva a participação em congressos, cursos e produções científicas, com apoio dos preceptores. A preparação para a prova da SBOT é contínua ao longo dos três anos.

Carga horária, plantões e rodízios

A residência no IJF é conhecida por sua alta carga horária, considerada a mais intensa entre os serviços de Ortopedia do Ceará. O R1, especialmente, tem uma rotina exigente, com poucas possibilidades de trabalho externo. No entanto, ao longo do R2 e principalmente no R3, muitos residentes conseguem conciliar plantões ou atividades remuneradas, como atuação em cooperativas dentro do próprio hospital.

Os plantões regulares fazem parte da rotina semanal e incluem turnos noturnos e finais de semana, com uma divisão entre os residentes para cobrir as demandas. Além disso, procedimentos cirúrgicos — como os de Ilizarov — também podem acontecer aos fins de semana, exigindo acompanhamento dos residentes, especialmente os do primeiro ano.

Embora o IJF concentre grande parte do aprendizado prático, os residentes também passam por rodízios externos ao longo da residência. O objetivo é complementar a formação em áreas que o IJF, por ser voltado ao trauma, não cobre tão amplamente. Os principais serviços complementares incluem os Hospitais Universitários (HUs) e o Hospital Geral de Fortaleza (HGF).

Subespecialidades e oportunidades futuras

O programa de residência no IJF oferece ampla exposição às subespecialidades da Ortopedia. Ao longo dos anos, o residente passa por todas as grandes áreas: trauma, pediatria, coluna, mão, ombro, joelho, quadril, ortopedia oncológica e pé.

Ao final da residência, muitos optam por fazer fellowships dentro ou fora do estado, e o IJF mantém contato com centros de excelência em São Paulo, Recife e outras capitais. A formação prática forte também permite que muitos recém-formados ingressem diretamente no mercado de trabalho.

Clima entre residentes e preceptores

A rotina puxada é compensada pela camaradagem e apoio mútuo. A relação entre os anos é próxima e colaborativa, com um espírito de equipe que ajuda a lidar com os desafios diários. Os preceptores são acessíveis e envolvidos, acompanhando de perto o desenvolvimento dos residentes.

Mercado de trabalho

O mercado para ortopedistas formados no IJF é muito favorável. A alta carga prática e o volume de trauma enfrentado durante a residência tornam os profissionais preparados para atuar em diferentes contextos.

Muitos ex-residentes seguem carreira acadêmica, fazem subespecializações ou ingressam diretamente em hospitais públicos e privados. O prestígio do nome IJF também contribui para uma boa aceitação no mercado local e nacional.

Descubra mais sobre o programa de residência médica em Ortopedia e Traumatologia no Instituto Dr. José Frota com o bate-papo “Vida de Residente” entre o Dr. Guilherme Cardoso e o Dr. Luiz Eduardo Sampaio, atual residente dessa especialidade na instituição, no vídeo abaixo:

O último processo seletivo para ingresso na residência médica do Instituto Dr. José Frota foi realizado por meio do ENARE (Exame Nacional de Residência Médica), organizado pela Ebserh. Quer entender melhor como funciona a seleção pelo ENARE e como se preparar? Clique no botão abaixo:

Por fim, se você quer ficar por dentro de mais conteúdos relevantes sobre a área médica, continue acompanhando o material preparado pelo Portal de Notícias do Estratégia MED. Aqui, você encontrará informações atualizadas sobre residências, carreira médica e muito mais.

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