A residência médica em Anestesiologia no Instituto Dr José Frota (IJF) apresenta uma série de experiências e desafios que ajudam o médico a moldar sua formação na especialidade. Para conhecer melhor a residência, confira junto ao Estratégia MED como é a estrutura do IJF, a rotina através dos anos, a parte teórica do programa bem como a distribuição dos plantões. Continue no texto para saber mais!
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A residência em Anestesiologia no IJF
Para conhecer melhor a rotina dos residentes de Anestesiologia no IJF, o Estratégia MED conversou com Angeline Holanda, residente do terceiro ano do programa na instituição. Angeline compartilhou sua experiência desde a aprovação até a rotina na residência no IJF, em Fortaleza, Ceará.
Considerado o principal centro de trauma do Ceará, o Instituto Dr. José Frota destaca-se pela sua estrutura robusta. Com dois blocos cirúrgicos e 20 salas, o bloco 1 concentra-se em urgências, traumas e Neurologia, enquanto o bloco 2 atende a cirurgias eletivas, com algumas salas também disponíveis no bloco 1. As Unidades de Terapia Intensiva (UTI), distribuídas entre os blocos 1 e 2, incluem UTI Clínica, UTI de queimados e UTI pós-operatória, esta última sendo o principal desafio logístico para a alocação de pacientes.
No primeiro ano, os residentes passam por um ciclo rotativo no IJF, envolvendo Cirurgia Plástica, Bucomaxilo, Cirurgia Geral e Ortopedia, com períodos dedicados a pareceres e avaliação pré-anestésica (VPA). O R1 não inclui cirurgias eletivas, reservadas para o terceiro ano.
Os meses seguintes são marcados por períodos de bloqueio, nos quais os residentes se dedicam a áreas específicas, como Ortopedia no Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC) e Obstetrícia na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC), intercalados com períodos de férias e experiência em Dor, que se intensifica no R2. Um mês na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pós-operatória no Hospital de Messejana também é parte da jornada do R2, com enfoque em acompanhamento cardíaco. No R3, o foco está em cirurgias de grande porte, como Neurologia, Cardiologia e Pediatria, com um mês de eletivo em qualquer área e um mês de Dor.
Rotina de plantões e carga horária
Os plantões na residência médica seguem uma programação fixa ao longo dos anos. Os residentes realizam um plantão por semana, com variações nos dias conforme o ano de residência. Por exemplo, os residentes do R1 assumem plantões na sexta à noite, enquanto os do R2 cobrem terça, quinta e sábado à noite, e os do R3 assumem nas noites de segunda, quarta e domingo. Em média, são três plantões por mês, com uma semana de folga sem plantão.
Quanto à carga horária, há variações de acordo com o mês e a complexidade das cirurgias. No primeiro ano, geralmente as saídas são entre 17h e 19h. No segundo ano, a carga horária pode variar consideravelmente devido a diferentes tipos de cirurgias e locais de atuação, como o IJF e o Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC). No terceiro ano, as cirurgias de maior porte, como as neurocirurgias e cardíacas, tornam a carga horária imprevisível, podendo se estender por até 10 horas diárias.
Parte teórica
O aspecto teórico da residência médica é estruturado e segue um cronograma organizado pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA). Os residentes participam de aulas semanais distribuídas ao longo dos anos de residência. No primeiro ano, as matérias abordam principalmente Farmacologia e Fisiologia, enquanto no segundo ano são incluídos cursos de ultrassonografia. No terceiro ano, há um foco em cirurgias de grande porte, como neurocirurgias e cardíacas. As aulas seguem um cronograma alinhado com as provas trimestrais da SBA, cobrindo os assuntos pertinentes ao longo do ano.
Diferenciais e desafios do IJF
O IJF destaca-se por sua ênfase na Ortopedia, proporcionando aos residentes um contato precoce e extensivo com ultrassonografia intraoperatória. Embora a tendência esteja se disseminando para outras instituições, o IJF oferece um curso completo de ultrassonografia durante o segundo ano de residência, enfatizando sua importância na prática anestésica.
Em relação aos recursos materiais, o IJF apresenta uma diversidade que reflete a realidade clínica, com salas de equipamentos variados, desde carrinhos de anestesia mais modernos em salas de Neurologia até modelos mais antigos em cirurgias de menor porte. Essa diversidade prepara os residentes para situações diversas após a conclusão da residência.
Embora os recursos como monitores de Índice Bispectral (BIS) possam ser limitados em alguns momentos, o foco é garantir a disponibilidade para procedimentos de grande porte, com ajustes sendo feitos conforme necessário. Contudo, a demanda imprevisível de casos de trauma pode afetar a programação de cirurgias eletivas, embora esforços sejam feitos para minimizar esses impactos.
No que diz respeito às melhorias, a principal área de foco reside na garantia de uma oferta contínua de materiais, uma vez que as faltas são uma realidade em um ambiente hospitalar público como o IJF. A consistência na disponibilidade de recursos é essencial para manter a qualidade do atendimento.
Serviço de Dor e Oportunidades de Crescimento Profissional
O serviço de Dor do IJF oferece uma oportunidade única para os residentes, permitindo um contato precoce e extenso com bloqueios de dor que normalmente são realizados apenas em estágios avançados de formação. Esse enfoque na gestão da dor proporciona uma base sólida para os residentes interessados em seguir carreira nessa área em crescimento.
Descubra mais sobre o programa de residência médica em Anestesiologia no IJF com o bate-papo “Vida de Residente” entre a professora Ana Luiza Viana e Angeline Holanda, atual residente dessa especialidade na instituição, no vídeo abaixo:
Por fim, se você quer ficar por dentro de mais conteúdos relevantes sobre a área médica, continue acompanhando o material preparado pelo Portal de Notícias do Estratégia MED. Aqui, você encontrará informações atualizadas sobre residências, carreira médica e muito mais.