Como é a Residência Médica de Cirurgia Geral no Hospital Geral Dr. Waldemar de Alcântara
Estratégia MED

Como é a Residência Médica de Cirurgia Geral no Hospital Geral Dr. Waldemar de Alcântara

Para saber mais sobre a especialidade o Estratégia MED conversou com Lettícia Palloma, residente do primeiro ano do programa na instituição

A residência médica em Cirurgia Geral no Hospital Geral Dr. Waldemar de Alcântara (HGWA) apresenta uma série de experiências e desafios que ajudam o médico a moldar sua formação na especialidade. Para conhecer melhor a residência, a rotina dos residentes de Cirurgia Geral através dos anos, os procedimentos do programa, bem como a distribuição dos plantões e rodízios, o Estratégia MED conversou com Lettícia Palloma, residente do programa. Continue no texto para saber mais!

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A residência em Cirurgia Geral no HGWA

A residência em Cirurgia Geral no Hospital Geral Dr. Waldemar de Alcântara (HGWA) é um programa abrangente e desafiador, que se destaca pelo alto volume de procedimentos cirúrgicos e pela oportunidade de aprendizado prático em diversas subespecialidades. Lettícia Palloma, residente do primeiro ano na instituição, compartilhou sua experiência no programa, destacando aspectos importantes da rotina, estrutura hospitalar e o processo de aprendizado.

Estrutura hospital

O HGWA, localizado em Fortaleza, é um hospital terciário de alta complexidade, com 360 leitos, incluindo 21 destinados especificamente para cirurgias. O hospital não possui emergência própria, mas recebe muitas transferências do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), especialmente para procedimentos cirúrgicos de alta complexidade. A instituição também é referência em Pediatria e oferece suporte em diversas áreas, como Cirurgia Pediátrica, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Cirurgia Vascular e Urologia, em que os residentes têm a oportunidade de participar ativamente.

Rotina através dos anos

A rotina dos residentes é organizada de forma a garantir uma progressão no aprendizado e na complexidade dos procedimentos ao longo dos anos. No primeiro ano (R1), os residentes vivenciam uma imersão intensa no ambiente hospitalar, sendo introduzidos gradualmente às diversas áreas que compõem a rotina de um cirurgião geral. Durante esse ano, o residente é frequentemente envolvido em atividades na enfermaria, quando se responsabiliza pelo acompanhamento clínico dos pacientes, e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde aprende a manejar casos críticos que requerem uma intervenção cirúrgica. 

Outra parte fundamental do R1 é a participação em pareceres, em que o residente avalia pacientes de outras especialidades que podem necessitar de cirurgia.O centro cirúrgico, apesar de ter um papel crescente ao longo da residência, já começa a fazer parte da rotina do R1, quando o residente participa de cirurgias menores e se familiariza com o ambiente operatório. Ainda, um destaque do R1 é o rodízio obrigatório de Cirurgia Torácica no Hospital de Messejana, uma experiência importante pela oportunidade de trabalhar com uma equipe especializada em procedimentos complexos como toracocentese e drenagem de tórax.

R2

No segundo ano (R2), o foco se volta ainda mais para o centro cirúrgico. Os residentes começam a ganhar mais autonomia e assumem um papel mais ativo na realização de cirurgias de porte moderado, como colecistectomias e hernioplastias. Durante esse período, os residentes também têm a oportunidade de rodar em outros serviços do HGWA e em hospitais parceiros, como o Instituto do Câncer do Ceará (ICC), onde participam de procedimentos ginecológicos.

Ainda, os residentes rodam no Hospital Frotinha, onde expandem sua experiência em Cirurgia Geral. Um aspecto notável do segundo ano é o mês eletivo, que pode ser customizado pelo residente de acordo com seus interesses específicos. No entanto, há uma expectativa de que, no futuro, esse mês eletivo seja substituído por um estágio obrigatório em Cirurgia Pediátrica, refletindo a necessidade de uma formação cada vez mais ampla e diversificada.

R3

O terceiro ano (R3) representa o ápice da residência, em que os residentes assumem um papel de liderança dentro do centro cirúrgico. Neste estágio, eles são responsáveis por realizar cirurgias de grande porte, como gastrectomias e colectomias. O R3 também inclui rodízios em serviços altamente especializados, como Cirurgia Bariátrica, transplantes e Cirurgia Oncológica, permitindo que os residentes desenvolvam habilidades em áreas críticas e de alta complexidade. 

Nesse último ano, a ênfase está não apenas na execução técnica das cirurgias, mas também na capacidade de tomar decisões clínicas complexas, gerir equipes e lidar com situações de emergência.

Procedimentos e principais cirurgias realizadas

Durante a residência no HGWA, os procedimentos mais frequentemente realizados incluem colecistectomias e hernioplastias, que são considerados os “carros-chefes” do serviço de Cirurgia Geral. Esses procedimentos são geralmente realizados por videolaparoscopia, utilizando tecnologia de ponta que é um dos destaques do hospital. Além dessas cirurgias de rotina, os residentes têm a oportunidade de realizar procedimentos de alta complexidade, como gastrectomias, colectomias, retossigmoidectomias e, até mesmo, cirurgias oncológicas.

Uma característica distintiva do HGWA é o fato de não abrigar residências em subespecialidades cirúrgicas, como Urologia ou Cirurgia Pediátrica, o que significa que os residentes de Cirurgia Geral acabam por realizar procedimentos nessas áreas também. Assim, a diversidade de procedimentos realizados pelos residentes é ampliada pela participação em cirurgias de subespecialidades, como prostatectomias e cirurgias pediátricas, o que contribui para uma formação cirúrgica completa e versátil.

Carga horária e desafios

A carga horária é exigente, com os residentes trabalhando geralmente de 7h às 19h, com plantões frequentes, que podem somar cerca de 10 plantões por mês para cada residente. Lettícia enfatiza que, apesar do cansaço, o contexto e a intensidade da residência são vistos como necessários para garantir a competência profissional ao final do programa.

Formação teórica e científica

A residência em Cirurgia Geral no HGWA não se limita à prática cirúrgica; a formação teórica é um componente essencial do programa. Os residentes participam de sessões clínicas semanais, em que discutem casos clínicos e revisam a literatura científica pertinente. Essas sessões são conduzidas por staffs experientes, que compartilham seu conhecimento e orientam os residentes na interpretação de artigos científicos e na aplicação prática dos conhecimentos adquiridos. Além disso, os residentes participam de apresentações de casos, quando têm a oportunidade de discutir suas abordagens e decisões clínicas com os colegas e supervisores, promovendo um ambiente de aprendizado colaborativo.

Clima entre os residentes e staffs

A residência é marcada por um ambiente de aprendizado intenso e respeito à hierarquia, que é uma característica comum nas residências cirúrgicas. Lettícia destaca a boa relação entre residentes e staffs, havendo espaço para aprendizado e feedback constante. Os residentes têm autonomia crescente ao longo do programa, com os R3 assumindo cirurgias mais complexas, enquanto os R1 se concentram em procedimentos menores e no suporte aos cirurgiões mais experientes.

Descubra mais sobre o programa de residência médica em Cirurgia Geral no Hospital Geral Dr. Waldemar de Alcântara com o bate-papo “Vida de Residente” entre o Dr. Guilherme Cardoso e a Dra. Lettícia Palloma, atual residente dessa especialidade na instituição, no vídeo abaixo:

Por fim, se você quer ficar por dentro de mais conteúdos relevantes sobre a área médica, continue acompanhando o material preparado pelo Portal de Notícias do Estratégia MED. Aqui, você encontrará informações atualizadas sobre residências, carreira médica e muito mais.

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