Como é a Residência Médica de MFC na UFMG
Créditos: Estratégia MED

Como é a Residência Médica de MFC na UFMG

Para te ajudar a compreender a dinâmica da Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade (MFC) na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Portal do Estratégia MED explorou neste texto diversos aspectos desse programa. Abordamos a diversidade de estágios, os desafios e muito mais acerca da trajetória dentro dessa especialidade em ascensão. Confira os principais pontos abaixo!

A residência em MFC na UFMG

Para conhecer melhor a rotina dos residentes de MFC da UFMG, o Estratégia MED conversou com Nathalia Luisa Carlos Ferreira, ex-residente da especialidade na instituição. Nathalia destacou a peculiaridade da estrutura do programa, que inclui a atuação em diversos serviços de saúde ligados à prefeitura.

A residência de MFC na UFMG se diferencia por oferecer a oportunidade de atuar em postos de saúde conveniados, proporcionando uma visão abrangente da Medicina de Família e Comunidade. Embora não haja incentivos financeiros significativos, Nathalia ressalta a importância da formação acadêmica na área e a possibilidade de ganhar 10% de bonificação no processo seletivo de uma futura residência.

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Dinâmica da residência em MFC na UFMG

Ao longo dos dois anos de residência, os médicos passam por estágios externos diversificados, incluindo em saúde mental, Cardiologia, Pediatria, Cuidados Paliativos, Pneumologia e saúde do trabalhador, bem como transitam em variados ambulatórios, que abordam temas como Ginecologia, cuidados com idosos, entre outros.

Natália descreve a rotação em ambulatórios específicos, como o de tuberculose no Hospital das Clínicas, e menciona a imersão nos cuidados paliativos, destacando a demanda significativa nessa área. Além disso, a residente ressalta a carga de trabalho, que pode ser intensa a depender dos estágios. 

Ainda, ao compartilhar detalhes sobre a dinâmica da residência na UFMG, Nathalia destaca a possibilidade de trocas entre as várias unidades básicas de saúde conveniadas à prefeitura, onde os residentes realizam os estágios. 

Os residentes têm aulas teóricas semanais, organizadas pelos próprios colegas ou por preceptores e a flexibilidade para complementação externa é enfatizada, com a possibilidade de trabalhar por fora durante a residência.

Principais casos e rotina

Nathalia frisa também o estágio em saúde do trabalhador, em que aprendem a emitir laudos e relatórios de forma precisa. Além disso, a residente aborda a experiência de acompanhar cirurgias ambulatoriais na atenção secundária, realizando procedimentos como a remoção de nódulos e lesões suspeitas

Além disso, a residência inclui Ginecologia e Obstetrícia, com acompanhamento no Centro de Saúde e plantões no Hospital Risoleta Tolentino Neves. Ainda, a MFC acompanha o ambulatório de saúde do idoso, fortalecido pela Geriatria do Hospital das Clínicas da UFMG. A diversidade de experiências é ressaltada, com rodízio em diversos serviços ao longo do ano

Pontos positivos e negativos

Apesar dos benefícios, alguns pontos a serem considerados incluem o perfil do hospital, que é quaternário, ou seja, este pode não ser ideal para quem prefere uma abordagem mais centrada no médico de família

Além disso, a segmentação da rede de saúde em Belo Horizonte é mencionada como um desafio, com a necessidade frequente de referenciar pacientes para serviços especializados, o que pode limitar a autonomia do médico de família. Além disso, há a sobrecarga e a falta de recursos, citadas como desafios para quem busca uma prática mais vasta na Medicina de Família e Comunidade.

Nathalia ainda destaca a ausência de ajuda de custo por parte da UFMG, mas enfatiza a vantagem de, após o programa, receber 10% de bonificação nos processos seletivos de residência médica para buscar uma formação mais abrangente no futuro.

A especialista ainda expõe situações particulares vivenciadas na residência, em que ouviu relatos de incompreensão em relação à presença de médicos de família em serviços como Dermatologia, evidenciando a falta de reconhecimento dentro do hospital. A ex-residente de MFC ressalta a necessidade de refletir sobre o desejo de seguir na área, destacando, apesar dos desafios, a relevância do médico de família na saúde do Brasil.

Dicas para escolha do programa

A falta de valorização do profissional pode ser um ponto fraco para alguns, especialmente para aqueles mais sensíveis a essas questões. Nathalia sugere que, se a pessoa não souber superar esse desafio e não conseguir convencer os colegas da importância do médico de família, talvez seja melhor optar por um serviço em outra localidade, como uma prefeitura do interior.

Nos serviços do interior, a concorrência é menor, e há a vantagem de ter provas não tão específicas para esses locais, como no caso do ENARE, com mais vagas disponíveis. Além disso, muitas prefeituras oferecem ajuda de custo, considerando o médico de família como uma mão de obra essencial para o atendimento local.

É importante ponderar entre buscar apenas a remuneração ou optar por um serviço que proporcione aprendizado e suporte, caso da UFMG, com preceptores sempre ao lado. A escolha dependerá do objetivo de cada um. No entanto, a residência em MFC segue, claramente, como uma carreira em ascensão.

Descubra mais sobre o programa de residência médica em MFC na UFMG com o bate-papo “Vida de Residente” entre a professora Ana Luiza Viana e Nathalia Luisa Carlos Ferreira, ex-residente dessa especialidade na instituição, no vídeo abaixo:

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