Na data de 19 de maio é comemorado o Dia Mundial do Médico de Família e Comunidade. Porém, mesmo com essa comemoração, a SBMFC alerta que o Brasil ainda está muito longe de ter o número ideal de profissionais de Medicina de Família e Comunidade.
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Dia Mundial do Médico de Família e Comunidade
Essa data comemorativa foi criada em 2010 pela World Organization of Family Doctors (WONCA), a fim de mostrar a importância dessa especialidade médica na atuação de todas as áreas de atenção primária dos sistemas de saúde do mundo.
Para o ano de 2022, foi definido o seguinte tema: “Médica e Médico de Família e Comunidade, Sempre Perto para Cuidar!”. Além disso, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) separou também os 3 pilares desse dia, são eles:
- Sempre – esse pilar corresponde à continuidade, uma vez que os profissionais dessa especialidade prestam cuidados contínuos aos membros daquela sociedade. Fora isso, é necessário que os MFC estejam sempre estudando, dando sequência a sua preparação e conhecimento.
- Perto – esses médicos estão sempre nos locais em que são necessários, independentemente do horário e local, eles são a linha de frente para diversos problemas, fazendo parte da comunidade em que trabalham.
- Cuidado – prestar cuidado é o ponto principal do Médico de Família e Comunidade, o profissional sempre prezará por um atendimento acessível, de qualidade e sustentável para o seu paciente.
Demografia Médica e MFC
Em 2020 o Conselho Federal de Medicina em conjunto com a Faculdade de Medicina da USP lançaram a nova Demografia Médica, o estudo mostrou que no Brasil existem atualmente 7.149 médicos de família e comunidade, tendo um aumento de mais de 30% nos últimos dois anos.
Os mais de 7 mil médicos correspondem a apenas 1,7% de todos os especialistas cadastrados, realçando que a procura da especialidade, mesmo crescente, ainda é pouca se comparada às demais especialidades.
Déficit de Profissionais na Área
A SBMFC também analisou a Demografia Médica de 2020 e deu seu parecer: realmente, há um crescimento da especialidade no país, afinal, quando o primeiro estudo foi realizado, existiam apenas um pouco mais de 2 mil profissionais no Brasil, ou seja, em 10 anos houve um aumento de 171%.
Porém, esse ainda não é o número ideal e nem o necessário para um país como o Brasil, segundo a Diretora Científica da instituição, Inez Padula. Considerando que os profissionais de MFC atuam nas áreas de assistência, ensino, pesquisa, gestão em saúde e gestão em educação, seriam necessários, aproximadamente, 70 mil médicos de família e comunidade para dar conta de todo o trabalho.
Ou seja, o Brasil precisa aumentar em 10 vezes o número atual de profissionais para sanar o déficit de quase 70 mil médicos e, assim, atender as recomendações da OMS, que estabelece que cerca de 40% a 50% de profissionais médicos sejam especialistas em Família e Comunidade. Para isso, a SBMFC aponta ser imprescindível que a Comissão Nacional de Residência Médica e Ministério da Saúde e da Educação regulamentem o percentual de vagas para programas de Residência Médica.