Fazer residência médica em outro estado ou na cidade natal: qual escolher?

Fazer residência médica em outro estado ou na cidade natal: qual escolher?

Decidir se permanecerá em sua cidade natal ou se irá se arriscar em, até mesmo, outro estado para realizar o sonho da residência médica não é fácil. Para ajudar os futuros residentes em uma das principais dúvidas que os aflige durante o período de preparação, o Estratégia MED separou esse texto para comparar os prós e contras de cada opção, levando ainda em consideração depoimentos reais. Vamos conferir?

Permanecer na cidade natal ou mudar de estado?

Por ter mais programas que a região Nordeste e Norte do Brasil, diversos médicos migram para as regiões Centro-Oeste, Sul e principalmente Sudeste para realizar a sua residência médica. Este cenário pode influenciar negativamente os profissionais que não estavam preparados para tal mudança, bem como prejudicar o estudo na residência médica. Ou, pode simplesmente acontecer o contrário.

Assim, para discutir os prós e contras e abordar melhor esse tema tão relevante para os médicos já em preparação para ingressar na residência médica, Ana Luiza Viana, professora do Estratégia MED e que realizou a residência fora de seu estado natal, convidou Sofia Martins, nossa aluna aprovada em várias instituições renomadas, mas que acabou permanecendo em sua cidade de origem. Ou seja, ambas tiveram justamente que escolher entre uma das opções: fazer residência na cidade natal ou em outro estado.

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A escolha por permanecer na cidade natal

Sofia foi aprovada em diversas instituições e processos seletivos, como SURCE, Enare, USP-RP e USP-SP. Apesar das aprovações em diversas instituições, ao final, Sofia escolheu realizar a residência médica no Hospital Geral de Fortaleza, localizado em sua cidade natal. “Desde o início da faculdade, eu pensava em fazer residência fora, principalmente em São Paulo, mas com o tempo, e após a experiência no internato, percebi que seria mais feliz e bem formada aqui, perto da minha família”, conta Sofia.

“Eu não gosto de me sentir sozinha, e a saudade pesou na minha decisão. Muitas pessoas se mudam para São Paulo e percebem que não é tão fácil estar sozinho, longe da família e amigos”

Sofia complementa que, para especialidades como Anestesiologia, a rede de contatos no local de formação pode influenciar significativamente na carreira, dado que o trabalho é altamente colaborativo. “O cirurgião, que frequentemente escolhe o anestesista, já me conhece e confia em mim”, explica. Para ela, especialidades clínicas geralmente oferecem mais facilidade de inserção no mercado, enquanto especialidades como a sua escolhida podem depender muito, de fato, das relações com equipes cirúrgicas locais.

Outro ponto crucial mencionado por Sofia é o custo de vida. “Sair de casa para uma cidade como São Paulo pode ser muito caro. Eu precisaria trabalhar mais para me sustentar, o que poderia afetar minha dedicação à residência”, diz ela. A questão financeira é um fator importante, especialmente para quem não tem economias suficientes.

Para tomar uma decisão informada, Sofia conversou antes com residentes de várias instituições e acompanhou plantões durante a graduação. “Conhecer o serviço onde você pretende fazer residência é essencial. Durante meu internato no Hospital Geral de Fortaleza, percebi que era um excelente lugar para minha formação em Anestesiologia. Os residentes eram bem formados e o hospital estava bem equipado”, relata. 

A decisão de arriscar em outro estado

A mesma incerteza também tomou conta da professora Ana Luiza Viana à época em que estava prestando as provas de residência médica. Ao compartilhar sua experiência, Ana Luiza  também explica que acabou optando por sair de sua cidade natal e se mudar para São Paulo. Para ela, a decisão acabou considerando vida pessoal, formação profissional e mercado de trabalho

“A vida pessoal, como a proximidade da família e relacionamentos, pesa muito na decisão. Mas, no meu caso, decidi buscar oportunidades em São Paulo, o que me trouxe grande crescimento profissional”

Para Ana Luiza, era um desejo a experiência de viver em uma grande cidade, o que influenciou na sua escolha de desapegar da cidade natal. Mas, um ponto importante e que facilitou a sua decisão foi o fato de seu namorado já residir em São Paulo, o que não deixaria Ana complemente sem uma rede de apoio

Concordando com a opinião de Sofia, Ana Luiza acrescenta que conhecer os recursos tecnológicos e a estrutura dos hospitais é vital. “Escolher um serviço sem conhecê-lo bem pode ser arriscado. Por isso, é realmente importante conversar com residentes e assistir vídeos sobre a rotina de residência para tomar uma decisão informada”, aconselha.

A professora ainda destaca que o mercado de trabalho é uma das maiores preocupações. Para Ana, decidir se vai voltar para a cidade natal ou permanecer na nova cidade é crucial. A inserção pode ser mais fácil para quem faz residência onde pretende morar, já que o residente cria uma rede de contatos locais. 

Qual a melhor decisão?

Ambas concordam que a decisão é altamente individualizada. Sofia relata que, apesar das opiniões divergentes, está muito feliz com sua escolha. “Os preceptores são receptivos, os recursos são bons, e estou perto da minha família […] estou muito realizada!”.

Ana Luiza também está satisfeita com sua decisão de se mudar para São Paulo. “Não há certo ou errado. A decisão deve ser baseada no que é melhor para cada um. E se a escolha inicial não for satisfatória, sempre é possível tentar de novo”, conclui.

Assim, para aqueles que ainda não chegaram no veredito, é importante avaliar cuidadosamente as opções, considerando fatores pessoais e profissionais, para tomar uma decisão informada sobre esse traço tão importante capaz de moldar seu futuro profissional. A decisão entre permanecer na cidade natal ou mudar de estado é altamente pessoal e multifatorial. Cada médico deve avaliar suas prioridades e circunstâncias individuais para fazer a escolha mais acertada.

Confira a conversa completa entre Ana Luiza Viana e Sofia Martins no vídeo abaixo:

Dicas do Estratégia MED

Para saber se a mudança de estado é para você, leve em consideração as seguintes perguntas:

  • O serviço é melhor em outro local?
  • Há possibilidade de crescimento em outro local?
  • É possível se sustentar neste novo local durante a residência?
  • Está disposto a morar sozinho durante a residência, mesmo sem rede de apoio próxima?
  • Fazer a residência em outro local impactará positivamente sua atuação futura na cidade natal?
  • O custo de oportunidade do tempo fora compensa?

Se a maioria das respostas às perguntas acima for sim, então realizar a residência médica fora do seu estado ou cidade natal pode ser bom para você. Porém, caso a maior parte das respostas tenha sido não, a melhor opção talvez seja permanecer, pelo menos por enquanto, na sua região natal

O segundo cenário não se trata de uma opção conformista ou limitante, pelo contrário, muitos médicos prezam por permanecer em sua cidade para ajudar a sua comunidade de origem, enquanto priorizam pelo tempo de qualidade, principalmente na época de estudo e aprofundamento que é o período de residência. 

Além disso, muitos são os incentivos – principalmente financeiros – ao desempenho da medicina em áreas remotas, serviços públicos de saúde ou apenas fora dos centros urbanos. Isso ocorre por conta da disparidade dentro das especialidades na medicina, bem como a concentração de médicos em determinadas regiões e cidades do Brasil. 

Ou seja, a experiência de vida, a proximidade da família, o custo de vida e o conhecimento profundo do serviço onde se pretende fazer residência são elementos fundamentais que devem ser ponderados para uma decisão que trará o sentimento de realização que você merece! Gostou do conteúdo? Com o Estratégia MED você pode escolher a melhor maneira de estudar e garantir a sua vaga na residência médica em 2025. Confira nossos combos e continue acompanhando o Portal EMED para mais atualizações e dados úteis na medicina!

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