A tão sonhada aprovação chegou e agora você quer ter mais informações sobre como funciona a Residência Médica em Clínica Médica na UNICAMP? Esse texto é para você!
O programa de Clínica Médica na UNICAMP foi o programa com o maior número de candidatos inscritos e com o maior número de vagas no último processo seletivo. Com 28 vagas ofertadas para o ano de 2023, a especialidade contou com 782 candidatos interessados no programa, resultando em uma relação de 27,93 candidatos por vaga.
Se você tem dúvidas se o programa da instituição é o ideal para você, o Estratégia MED te explica tudo que você precisa saber antes de começar o seu R1 ou colocar a UNICAMP na sua listinha de opções. Nosso convidado foi o Dr. Ricardo Siufi, professor e ex-residente de Clínica Médica da UNICAMP, para um bate-papo sobre “Como é o programa de Residência Médica de Clínica Médica na UNICAMP”. Confira!
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Conheça a UNICAMP
Não é à toa que a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) é uma das instituições mais concorridas de São Paulo – e do Brasil: sua fama é reconhecida, inclusive, por toda a América Latina. Em 2015, o Ministério da Educação a classificou como a universidade com mais cursos bem avaliados pelo país e, em 2017, a instituição ultrapassou a USP e tornou-se a melhor universidade da América Latina em ranking da revista britânica Times Higher Education (THE).
Atualmente, a UNICAMP oferece 47 especialidades, 36 áreas de atuação e 6 programas de anos adicionais. Para realizar um deles, após a aprovação no processo seletivo, o candidato precisa ter o diploma de Medicina, bem como estar inscrito no Conselho Regional de Medicina. Além disso, médicos formados no exterior também podem cursar sua especialização na UNICAMP, desde que tenham o seu diploma de Medicina revalidado no Brasil.
Como é a Residência em Clínica Médica na UNICAMP
No treinamento em serviço da UNICAMP, independente do programa, os residentes estarão sob a orientação de profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional. Da carga horária prevista, até 90% é dedicada ao atendimento ambulatorial e, no máximo, 20% destinada às aulas teóricas, realizadas em instituições de saúde, universitárias ou não, como:
- Hospital de Clínicas (HC)
- Hospital da Mulher “Professor Doutor José Aristodemo Pinotti” – Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism)
- Hospital Estadual Sumaré (HES)
- Hemocentro
- Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação “Prof. Dr. Gabriel O.S. Porto” (Cepre)
- Centro de Diagnóstico de Doenças do Aparelho Digestivo (Gastrocentro)
Os campos de atuação estão inseridos na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e promovem atividades de ensino, pesquisa, assistência e extensão. Os centros de referência chegam a atender cerca de 500 mil pacientes por ano.
O programa de Clínica Médica possui 2 anos de duração e, segundo o Catálogo dos Programas de Residência Médica da UNICAMP, para o residente finalmente obter o título de Especialista, ele deve ser aprovado em todas as disciplinas obrigatórias do PRM. O CR mínimo estabelecido deve ser obtido por meio das diversas avaliações, especialmente práticas aplicadas.
As disciplinas obrigatórias da especialidade de Clínica Médica são:
- Medicina Interna I
- Medicina de Urgência I
- Especialidades Clínicas I
- Clínica Médica/Plantões I
- Medicina Interna II
- Medicina de Urgência II
- Unidade Básica de Saúde
- Hospital Estadual de Sumaré
- Especialidades Clínicas II
- Clínica Médica/Plantões II
- Clínica Médica – Estágio Complementar
Para completar, o médico residente deverá elaborar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ao final do programa para a conclusão da carga horária exigida pela instituição. Ao ter o seu TCC aprovado, finalmente ele poderá receber o Diploma de Residência Médica.
Saiba mais sobre a especialidade: Residência em Clínica Médica: rotina, remuneração, estudos e mais!
Dia a dia na UNICAMP
No que diz respeito à carga horária, o estágio de pronto socorro de clínica médica é o mais exaustivo. A rotina de serviço pode alcançar a faixa de segunda a sexta, das 4h30 às 22h. Porém, segundo Ricardo Siufi, muitas vezes os residentes ganham o final de semana livre nesses casos.
Apesar do trabalho árduo no estágio, Ricardo explica: “É um aprendizado perene, que você nunca vai esquecer, vai sempre agradecer e talvez, depois de formado, vai querer voltar lá”.
No que diz respeito à necessidade de plantões internos, Siufi estipula a média de 56 plantões por ano, no R1, e 40 plantões no R2. Os plantões são geralmente de 12 horas.
Os rodízios ocorrem dentro da UNICAMP em todo o ciclo do 1º ano, com exceção dos estágios em postos de saúde, que são espalhados pelo município de Campinas.
E, embora se trate de uma especialidade clínica, de acordo com Ricardo, a UNICAMP promove uma preparação ampla enquanto também foca nas subespecialidades da área, como pneumologia e hematologia, com estágios bem específicos. Porém, no final, a residência médica na UNICAMP prepara o residente principalmente para as necessidades do mercado.
Os melhores estágios do programa, segundo Siufi, são os de cardiologia, hematologia e enfermaria geral de adultos – medicina interna. Para justificar a seleção, o professor a atribui à forma de aprendizado. “A gente é muito guiado a exemplos e esses são os estágios que têm os maiores exemplos”, conta Ricardo.
Vida financeira
Uma questão que pode preocupar os futuros residentes é o custo para se manter na UNICAMP. Para morar no distrito de Barão Geraldo, o mais próximo do campus, o aluguel é um pouco mais alto, sendo em torno de R$1,4 mil para um kitnet na região.
Porém, segundo Ricardo, esse é um gasto necessário, pois como o residente precisa, muitas vezes, se apresentar entre 4h30 e 5h, é importante tentar morar o mais perto possível do hospital.
Se a sua intenção para conseguir uma renda extra é o plantão, saiba que o mercado na região não é muito aberto para recém-formados, mas Ricardo Siufi garante que, com networking, o residente consegue arranjar alguns plantões para dar por fora. Aliás, a carga horária de diversos estágios permite que sobre tempo livre para o médico dar até três plantões por mês.
Pontos positivos e negativos
Comum nos programas de residência médica, a hierarquia na UNICAMP não é um problema, de acordo com Ricardo Siufi. Para ele, ao entrar na instituição, as primeiras coisas que devem ser feitas é entender para quem você deve reportar o seu serviço, além de seus deveres e responsabilidades. Assim, mostrando e impondo respeito, a questão da hierarquia entre os profissionais do programa de Clínica Médica da Unicamp não dificultará a sua experiência.
Quando perguntado acerca das dificuldades encontradas por ter se formado em outra instituição, Ricardo Siufi conta que quem se graduou na UNICAMP possui sim certa vantagem. Nos primeiros meses, quem vem de fora enfrenta alguma complicação, pois quem é ‘da casa’ já conhece todos os sistemas, dependências, corredores e salas do HC. Entretanto, o fato de ter se formado fora da instituição não atrapalhou o seu convívio interpessoal e nem a forma como foi recebido pelos colegas .
Se uma das suas dúvidas é a respeito da autonomia que você pode ter no programa, Ricardo garante que, se você conquista a confiança do chefe e do R+, além de ‘ter mão’ para os procedimentos, você consegue ter autonomia para atuar sozinho em diversas situações durante o programa de Clínica Médica, mas os R+ sempre estarão por perto para ajudar.
“O aprendizado é enorme! Eu vejo um interesse muito legal por parte dos R+ (das subespecialidades, R3, R4 e R5) em ensinar os R-. Esse é o maior ganho, porque quando você tem a visão de quem está dentro da especialidade, você acaba aprendendo muito”.
Sobre os principais pontos positivos do programa de Clínica Médica da UNICAMP, Ricardo elenca:
- Os chefes;
- O convívio com os R+;
- A estrutura física do hospital;
- O campus da UNICAMP.
As tecnologias disponíveis na UNICAMP são outro fator a se considerar: a disponibilidade para os residentes é muito boa. Ricardo Siufi diz que, inclusive, a Medicina Nuclear na instituição é muito rica e a equipe de Radiologia é muito solicita a discutir casos.
Embora possua tecnologias avançadas, o uso de certos equipamentos, bem como a solicitação de alguns exames deve ser pensada na esfera custo-efetividade antes de ser feito o pedido à gestão do hospital.
O processo seletivo de Residência Médica da UNICAMP
Para garantir uma vaga de Clínica Médica na Unicamp, os candidatos inscritos no processo seletivo precisam ser avaliados através de duas fases.
A primeira delas, de caráter obrigatório e eliminatório, é composta pela avaliação de conhecimentos teóricos. A Unicamp conta com duas provas: objetiva e dissertativa. A nota de corte para ser aprovado na 1ª fase para a especialidade de Clínica Médica na Unicamp foi de 7,68 pontos.
Os candidatos com melhor desempenho na primeira fase seguem na seleção e serão avaliados também por uma análise curricular, feita por comissão designada pelo departamento responsável.
Estudando para a Residência Médica com o Estratégia MED
Os processos seletivos para a Residência Médica tendem a ser muito concorridos, principalmente em grandes instituições como UNICAMP e seleções unificadas como o ENARE. Por isso, para garantir a sua vaga, é essencial estudar por um conteúdo otimizado e focado no que as bancas cobram.
A partir da Engenharia Reversa, método usado pelo time de professores especialistas do Estratégia MED, nosso conteúdo é pensado e elaborado exclusivamente com base na análise de provas anteriores, estilos de banca, prevalência de temas cobrados, atualizações na área médica e muitos mais. Vem ser coruja!
Texto em colaboração de Ana Carolina Damasceno
