ResuMED de Indução do Trabalho de Parto

ResuMED de Indução do Trabalho de Parto

Como vai, futuro Residente? Você sabia que o tema indução do trabalho de parto é um tema muito frequente nas provas de Residência Médica em Obstetrícia? Por isso, nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo com tudo o que você precisa saber sobre o assunto, incluindo gestação pós-termo ou prolongada. Quer saber mais? Continue a leitura. Bons estudos!

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Introdução

A indução do trabalho de parto consiste em iniciar, artificialmente, as contrações uterinas quando há necessidade de encerrar a gestação por alguma complicação materna ou fetal. 

Existem alguns métodos para indução de trabalho de parto muito utilizados na prática obstétrica que permitem o parto vaginal quando há necessidade da resolução da gestação. Logo, saber identificar o melhor método de indução para cada gestante individualmente é muito importante, pois aumentam as chances de parto normal e evitam os riscos inerentes à cesária. 

Quando iniciado de maneira fisiológica, as contrações uterina acontecem apenas após a maturação cervical, ou seja, primeiro o colo deve sofrer mudanças importantes como esvaecimento e dilatação, para depois as contrações uterinas se tornarem efetivas, exatamente nessa ordem. 

As situações que obrigam a indução do parto para proteger tanto a mãe quanto o feto, caso não haja contraindicação para o parto vaginal, são:

  • Rotura prematura de membrana/corioamnionite;
  • Pós-termo;
    • Gestação com 42 semanas completas ou mais.
  • Hipertensão gestacional;
  • Diabetes gestacional;
  • Restrição de crescimento fetal; e
  • Óbito fetal.

Porém, nem sempre a indução ao parto normal pode ser realizada, pois existem algumas contraindicações que aumentam os riscos materno-fetais. Nesses casos, o parto cesárea é o mais indicado para resolução da gestação, e podem ser divididos entre contraindicações absolutas e relativas:

  • Contraindicações absolutas  ao parto normal: inserção baixa de placenta (placenta prévia), sofrimento fetal agudo, infecção ativa por herpes genital, miomectomia prévia, cicatriz de cesária prévia longitudinal, vasa prévia e prolapso de cordão umbilical.
  • Contraindicações relativas ao parto normal: gestação múltipla, macrossomia fetal, apresentações anômalas, vício pélvico, carcinoma cervical invasivo e cicatriz cesárea prévia. 

Maturação do colo uterino e Índice de Bishop

Além disso, o colo uterino é o principal fator para o processo de indução do trabalho de parto, por isso deve ser avaliado da melhor forma para estabelecer a melhor estratégia de indução. Uma das formas de fazer a avaliação é pelo índice de Bishop, que leva em conta aspectos do colo uterino como a dilatação, o esvaecimento, a consistência, a posição do colo uterino e a altura da apresentação fetal (planos de DeLee). A soma da nota de cada parâmetro, com valor mínimo de 0 e máximo de 13, indica o estado do colo uterino; quanto maior o índice, maior é a maturação cervical. 

O índice de Bishop maior do que 6 já é considerado favorável para indução do trabalho de parto, sendo ainda maior acima de 9 com maiores chances de parto vaginal. Caso o índice de Bishop indique um colo desfavorável, a probabilidade do parto normal acontecer é extremamente baixa. 

Nos casos desfavoráveis, com índice menor que 6, primeiro é necessário realizar a maturação cervical para depois induzir as contrações, para que o colo passe a ser uma estrutura aberta, amolecida e esvaecida para que consiga dilatar com as contrações uterinas. Diversos métodos podem ser utilizados para a maturação cervical, classificados como métodos farmacológicos ou mecânicos, escolhidos de acordo com a experiência médica, da preferência da gestante e das contraindicações inerentes a eles.

  • Métodos mecânicos: balão de Foley, laminárias e descolamento das membranas.
    • Realizam uma pressão física diretamente no orifício do colo uterino, causando a liberação de prostaglandinas pelos tecidos adjacentes, que provocam a maturação cervical.
    • Possuem menor risco de efeitos colaterais, porém a aplicação é mais incômoda.
    • São contraindicados nos casos de rotura prematura de membranas, infecções genitais e sangramento vaginal. 
    • Entre seus efeitos colaterais estão sangramento, rotura prematura de membranas e infecção.
  • Métodos farmacológicos: prostaglandinas, relaxina e óxido nítrico.
    • Promovem mudanças cervicais por alterações bioquímicas e biofísicas, aumentando também a contratilidade do miométrio.
    • O misoprostol é uma droga utilizada tanto para maturação cervical, quanto para indução do parto de óbito fetal, com dosagem maior dependendo da idade gestacional. 
    • As contraindicações para o uso de prostaglandinas são: cicatriz uterina prévia, trabalho de parto, sangramento vaginal, asma, hepatopatias e coagulopatias. 
    • Entre seus efeitos colaterais estão taquissistolia, febre e calafrios, vômitos e diarreia. 

Indução com colo maduro e falha na indução

Quando o colo uterino já estiver maduro, é usada ocitocina para indução das contrações uterinas e iniciando o trabalho de parto. Ela é administrada via endovenosa em boba de infusão contínua, com doses progressivas até chegar a dose máxima de 20 a 40 mUI/min para evitar efeitos colaterais. Os principais fatores de risco do uso de ocitocina são taquissistolia, hiponatremia e hipotensão.

Outros métodos não farmacológicos podem ajudar na indução do trabalho de parto, como o descolamento de membranas e amniotomia – a rotura artificial das membranas fetais -, realizada somente quando o colo está maduro e a cabeça fetal fixa. 

É considerada falha na indução do trabalho de parto quando o índice de Bishop se mantém desfavorável mesmo após a aplicação de 6 doses de misoprostol ou após 24h da aplicação do cateter balão de Foley, ou quando não ocorrem contrações rítmicas após a administração da dose máxima de ocitocina ou 24h após o início da administração dessa medicação.

Nos casos de falha, cada gestante deve ser avaliada individualmente para reavaliação da indução e possibilidade de adiar o parto por 24 – 48 horas ou realizar amniotomia. Caso não sejam possíveis, deve ser indicado o parto cesária para resolução da gestação.

Complicações

Podem ocorrer algumas complicações devido à indução do parto, mas dependem das medicações utilizadas para maturação cervical e para a indução em si, principalmente o misoprostol e a ocitocina. A principal complicação é a taquissistolia, mas pode ocorrer prolongamento do trabalho de parto, sofrimento fetal, rotura uterina, descolamento prematuro da placenta, prolapso do cordão umbilical, retenção placentária, hemorragia pós-parto, infecção e embolia amniótica.

Caso ocorram complicações, devem ser suspendidas as medicações, hidratar a gestante, colocá-la em decúbito lateral esquerdo e, se necessário, realizar tocolise com nifedipina, terbutalina ou salbutamol. 

Chegamos ao fim do nosso resumo! Aqui no Portal do Estratégia MED você encontra diversos outros resumos exclusivos de obstetrícia. Confira!

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