Transtorno Alimentar: o que é, causas e muito mais!

Transtorno Alimentar: o que é, causas e muito mais!

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O que é Transtorno Alimentar?

Transtorno alimentar é um tipo de transtorno mental que leva a padrões de comportamento alimentares que afetam negativamente a saúde física e mental das pessoas afetadas por essa condição. Os tipos de transtornos alimentares são reconhecidos como patologias e estão descritos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais V (DSM V).

Causas do Transtorno Alimentar

Os distúrbios alimentares têm múltiplas causas, visto que vários fatores interagem para causar a doença. Podemos citar os fatores de risco em geral para transtornos psiquiátricos, como presença de outras patologias psiquiátricas, histórico familiar de transtornos mentais, abuso sexual e físico. 

Já quanto aos elementos mais ligados aos transtornos alimentares, é possível elencar traços de personalidade, gênero, risco de desenvolvimento de obesidade, dietas calórico-restritivas e pressão social/familiar por determinado corpo e/ou peso considerados “ideais”.

Tipos de transtorno alimentares

Os principais transtornos alimentares são a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e o transtorno da compulsão alimentar periódica. Existem outros, porém como são menos comuns, não serão tratados nesse artigo.

Anorexia nervosa

Trata-se de um transtorno alimentar que atinge mais pessoas do sexo feminino do que masculino. Cerca de 0,3% a 1% das mulheres têm a patologia, ao passo que essa prevalência entre os homens é de 0,1%. 

Caracteriza-se por restrições alimentares extremas, ligadas ou não ao excesso de atividade física e comportamentos purgativos, tais como uso de laxativos, diuréticos ou indução de vômitos, com o objetivo de manter o baixo peso. Além desses comportamentos, há distorção da imagem corporal e desprezo pelo risco físico que essas atitudes promovem. 

Algumas das complicações que podem estar presentes em pacientes com anorexia nervosa são perda de tecido celular subcutâneo, hipotensão ortostática, bradicardia, irregularidade menstrual, queda de cabelo e hipotermia. A longo prazo, pode levar a osteopenia, osteoporose e alterações cognitivas

Bulimia nervosa

A bulimia nervosa é um transtorno alimentar que se caracteriza pela ingestão exacerbada de alimentação, seguida de medidas purgativas, já explicitadas anteriormente. Também é mais prevalente em mulheres do que em homens

Pode causar dor em epigástrio, alterações intestinais, como diarreia ou obstipação, devido ao uso abusivo de laxantes e desgaste do esmalte dos dentes. Um sinal importante em pacientes com essa doença é o sinal de Russell, que é a presença de calosidades no dorso da mão. 

Algumas das complicações mais graves associadas à bulimia nervosa é a ocorrência de alterações do metabolismo, como alcalose metabólica e hipopotassemia, devido aos vômitos frequentes e ao uso de diuréticos e laxantes. 

Transtorno compulsivo alimentar periódico

Sua principal característica é o consumo exagerado de alimentos em um pequeno espaço de tempo, o que leva à perda de controle sobre a alimentação. É mais comum em pacientes obesos e é o transtorno alimentar mais comum nos Estados Unidos. 

Além da citada acima, podemos citar como sintomas desse transtorno os seguintes:

  1. Comer mais rápido que o normal durante os episódios de compulsão;
  2. Comer até se sentir completamente cheio;
  3. Ingerir quantidades enormes de alimentos, mesmo sem sentir fome;
  4. Comer sozinho por vergonha da quantidade de alimento ingerido; e
  5. Sentir repulsa por si próprio, culpa ou depressão após o episódio de compulsão. 

As principais complicações decorrentes desse transtorno são aquelas relacionadas à obesidade, como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia, cardiopatia e colelitíase

Diagnóstico

O diagnóstico dos transtornos alimentares tem em comum o fato que são eminentemente clínicos, visto que não há nenhum exame laboratorial ou de imagem capaz de identificar a doença. Dessa maneira, todos necessitam de uma boa anamnese, com história alimentar do paciente, associadas às informações fornecidas pelas pessoas próximas a esse indivíduo. 

Quanto à anorexia nervosa, podem ser citados como alguns dos critérios diagnósticos:

  1. Recusa em manter o peso corporal acima do mínimo adequado para a idade e estatura;
  2. Medo exagerado do ganho de peso e/ou de se tornar obeso, apesar do peso abaixo do normal;
  3. Insatisfação geral com o corpo;
  4. Negação da doença; e 
  5. Em mulheres não-grávidas, amenorreia por três ciclos consecutivos. 

Já na bulimia nervosa, os critérios são os seguintes:

  1. Ingestão alimentar exacerbada pelo menos duas vezes por semana durante três meses;
  2. Atitudes purgativas, excesso de exercícios físicos ou jejum compensatório para se evitar o ganho de peso; e 
  3. Imagem corporal influenciada pelo peso ou pela forma. 

Por fim, no transtorno compulsivo alimentar periódico, deve haver a ingestão de grandes quantidades de alimentos em um curto espaço de tempo, com a sensação de perda de controle sobre o que ou o quanto se come. Esses episódios devem estar presentes, pelo menos, dois dias por semana durante seis meses e não devem ser acompanhados de comportamentos compensatórios para perda de peso. 

Tratamento

O tratamento da anorexia nervosa deve ser iniciado com a recuperação do estado nutricional, de modo que pode ser necessária a internação do paciente, quando há risco iminente de morte ou não haja colaboração do paciente.

Além da recuperação nutricional, deve haver correção de eventuais distúrbios eletrolíticos, em especial, a deficiência de cálcio. Além disso, é preciso que os pacientes com essa condição façam psicoterapia. A conduta na bulimia nervosa é muito semelhante, entretanto nessa doença há evidências científicas que o uso de antidepressivos tricíclicos e de inibidores da recaptura da serotonina reduz seus sintomas, ao contrário da anorexia. 

Já no que toca ao transtorno compulsivo alimentar periódico, há ensaios clínicos que indicam sucesso terapêutico com o uso de antidepressivos tricíclicos e de inibidores da recaptura da serotonina associados à psicoterapia.

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