Sífilis: o que é, sintomas e muito mais!

Sífilis: o que é, sintomas e muito mais!

Quer saber mais sobre a sífilis? O Estratégia MED separou as principais informações sobre o assunto para você. Vamos lá!

O que é Sífilis?

A sífilis é uma doença infecciosa cuja transmissão se dá, essencialmente, por contato sexual e com possibilidade de apresentar transmissão vertical, pela placenta. Sua manifestação é crônica, sendo causada pela bactéria espiroqueta Treponema pallidum. O paciente pode apresentar grandes períodos sem sintomas ou sinais clínicos e a doença pode comprometer diferentes órgãos e tecidos, como a pele, as mucosas, o sistema nervoso e o sistema cardiovascular.

Os jovens, entre 15 e 24 anos, são a faixa etária mais atingida pela doença, principalmente por possuírem, normalmente, maior atividade sexual. Sendo uma infecção sexualmente transmitida, a transmissão se dá pelo contato direto entre a mucosa genital e é favorecida pela presença de microlesões nessas porções do corpo.

Inicialmente, há comprometimento do sistema linfático, que permite a abrangente multiplicação do patógeno. A disseminação hematogênica também pode ser percebida, permitindo manifestações sintomáticas sistêmicas e extra genitais também.

Sinais e sintomas de Sífilis

O período de incubação da sífilis é de 2 a 4 semanas, mas já foram descritos períodos de apenas 90 horas. Após isso, podem ser percebidos os principais sinais e sintomas, que são divididos a depender do momento de aparecimento em relação à infecção inicial.

Primária

A sífilis primária se manifesta no local onde a bactéria foi inoculada no indivíduo. Após o período de incubação, em média 3 semanas, uma pápula inflamatória é formada e progride em pouco tempo para exulceração. O estado final da lesão é caracterizado por ferida de fundo limpo, cujo aspecto é de cor de carne, ulcerada e sem processos inflamatórios no local. As bordas da lesão direcionam-se inferiormente e apresentam exsudato escasso de padrão seroso com grande quantidade de bactérias Treponema pallidum.

Pela localização da lesão ser na porção inicialmente infectada, as principais regiões de aparecimento do cancro inicial são as genitais, além da mucosa bucofaríngea. Entretanto, algumas vezes o diagnóstico é dificultado por ser um local pouco visível, como:

  • Colo do útero;
  • Intra uretral, principalmente em homens; e
  • Anorretal, cuja localização se dá frequentemente atrás de condilomas ou hemorroidas.

Além disso, em um quadro de sífilis primária é possível perceber adenopatia indolor e que não apresenta úlceras, na região satélite do cancro. Importante notar que o cancro duro costuma apresentar-se de forma autolimitada durando, normalmente, apenas 5 semanas.

Secundária

A sífilis secundária costuma apresentar seus sintomas específicos de 4 a 8 semanas depois do aparecimento do cancro duro da sífilis primária. A manifestação desse período possui caráter mais sistêmico, inclusive, por conta da resposta de diferentes tecidos à colonização pela Treponema pallidum.

O sinal cutâneo característico é a ‘roséola sifilítica’, com vasodilatação periférica e infiltração de composição inflamatória discreta nos vasos ao redor da lesão. A raiz dos membros, o tronco e a região palmoplantar são simetricamente acometidas com lesões lenticulares, róseas, isoladas, bordas pouco delimitadas, maculosas e ovais ou circulares.

Com a progressão da sífilis secundária as lesões podem ser agrupadas e nas porções genitais, inframamárias, axilares, anal costumam se manifestar como lesões papulosas que podem formar placas, o chamado condiloma plano. Principalmente em negros, os lábios podem apresentar lesões com centro hipercrômico, limites elevados e formadas por pápulas pequenas.

Nas porções de mucosa, principalmente na cavidade oral, é possível perceber a formação de ‘placas mucosas’, que são muito contagiosas por apresentarem grande quantidade do patógeno. A alopécia com distribuição ‘em forma de clareira’ também pode ocorrer.

Nesse momento da doença, o comprometimento linfático assume caráter sistêmico com micropoliadenopatia mais disseminada, sendo percebida nas cadeias axilares, inguinocrurais, supraclaviculares, epitrocleares e cervicais.

Além disso, podem estar presentes cefaleia, febre, rouquidão, artralgias, meningismo, emagrecimento, dor de garganta e lesões viscerais.

Terciária

A sífilis terciária, ou tardia, aparece após longos períodos, entre 10 e 30 anos, de latência do treponema. Ela compromete, principalmente:

  • Sistema cardiovascular, é visto mais em homens negros. Algumas das possíveis manifestações são: insuficiência aórtica, aneurismas na aorta, estenose coronária, angina e aortite;
  • Sistema nervoso, percebido até 35 anos após a infecção, é mais comum em brancos. Os sintomas caracterizam a meningite sifílitica aguda. Outros sinais possíveis são afasias, hemiplegias, demência paralítica, paralisia espástica de Erb e tabes dorsalis;
  • Ossos, fígado, testículos, TGI e olhos também podem apresentar-se comprometidos; e
  • Pele, de 2 a 7 anos após o contágio, as lesões encontradas são noduloulceradas ou nodulares que formam placas serpinginosas com seu agrupamento, outra característica é o fato de apresentarem halos policíclicos. A língua pode apresentar a ‘glossite intersticial crônica’ chegando, algumas vezes, a lesar o palato e a perfurar o septo nasal.

Diagnóstico

O diagnóstico da sífilis é importante para aconselhamento e orientação do indivíduo e de seus eventuais parceiros e para o correto tratamento. Importante mencionar que, muitas vezes, mais de uma infecção sexualmente transmissível podem estar presentes concomitantemente, dificultando um pouco o correto entendimento do quadro.

Para o diagnóstico da doença, os principais exames que podem ser utilizados são os laboratoriais. Alguns exemplos são:

  • Demonstração direta da bactéria causadora. Essa técnica possui grande indicação para casos de manifestação da sífilis primária; e
  • Exame sorológico que avalia a presença de duas imunoglobulinas principais: os anticorpos dependentes do treponema e os resultantes da infecção do tecido pela bactéria, sendo, respectivamente, por antígenos treponêmicos e antígenos não treponêmicos. Os testes utilizados para antígenos não treponêmicos são: reação de fixação de complemento (Wasserman) e a prova de floculação para doenças venéreas (VDRL). Já os testes treponêmicos são: FTA-ABS, microemaglutinação passiva, FTA-200, teste de fixação do sistema complemento com a proteína Reiter e prova de imobilização do treponema.

Tratamento

O tratamento da sífilis é simples e a principal droga indicada é o antibiótico penicilina, especialmente penicilina G benzatina. A administração do fármaco é intramuscular, exceto em casos de neurossífilis cuja indicação é que seja feita de forma endovenosa. Alguns outros antibióticos podem compor uma segunda possibilidade, principalmente, caso o paciente seja alérgico à penicilina, os principais são: tetraciclina, eritromicina, ceftriaxona e doxiciclina.

O ministério da saúde indica a abordagem terapêutica medicamentosa com base no tipo de manifestação da sífilis e na fase em que ela se encontra. Assim o recomendado é:

  • Sífilis primária ou secundária com até um ano de duração: utiliza-se penicilina G benzatina com dose única de 2,4 milhões UI, normalmente administrada 1,2 milhão UI em cada glúteo. A ceftriaxona na dose de 1g/dia por 8 a 10 dias, ou a doxiciclina com dois comprimidos de 100 mg/dia por 2 semanas, são alternativas;
  • Sífilis terciária ou latente com mais de um ano de duração (tardia): a droga mais utilizada ainda é a penicilina G benzatina com dose semanal de 2,4 milhões UI, normalmente administrada 1,2 milhão UI em cada glúteo por três semanas. A ceftriaxona na dose de 1g/dia por 8 a 10 dias, ou a doxiciclina com dois comprimidos de 100 mg/dia por 30 dias, são alternativas; e
  • Neurossíflis: indica-se penicilina cristalina, com dose variável de 18 a 24 milhões UI por dia de forma intravenosa. A administração deve ser feita em doses de 3 a 4 milhões UI, a cada 4 horas ou por infusão contínua, por 2 semanas. A alternativa terapêutica para essa forma é a ceftriaxona na dose diária de 2g por até 2 semanas.

Em pacientes grávidas, a tetraciclina e a doxiciclina devem ser evitadas.

Vale ressaltar que o controle sorológico e sintomático da doença deve ser realizado nos pacientes, especialmente, nos indivíduos que possuem outras ISTs como quando infectados pelo HIV.

Prevenção da sífilis

Como para outras ISTs, a principal forma de prevenção para o contágio da sífilis é a utilização de preservativos. Além disso, o acompanhamento de gestantes deve ser feito para monitorar a possibilidade da forma congênita.

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