Em tempos em que o mercado de trabalho para o médico particular enfrenta desafios e a concorrência se torna cada vez mais acirrada, construir um consultório sólido e financeiramente sustentável é o desejo de muitos profissionais da área, especialmente entre médicos em formação e recém-formados. Um bom exemplo de quem percorreu esse caminho com paciência e estratégia é o médico do esporte e ortopedista Paulo Muzy.
Com quase duas décadas de carreira, Muzy compartilhou recentemente com a equipe do Estratégia MED sua trajetória e quais foram as escolhas que o levaram a transformar um consultório modesto em uma clínica multidisciplinar consolidada. Mais do que números ou estratégias de marketing, ele defende que o verdadeiro valor de uma consulta está na relação construída com o paciente — e essa é a principal moeda no mercado da saúde.
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Do exército ao consultório particular
Formado em Medicina em 2004, Paulo Muzy serviu o Exército por um ano antes de ingressar na residência médica de Ortopedia e Traumatologia na Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP). E sua formação continuou: mais um ano e meio de fellowship na PUC-Campinas e uma série de pós-graduações antes de se considerar realmente completo para atender de forma abrangente.
Sua primeira consulta, realizada em uma pequena sala emprestada por um amigo fisioterapeuta, custava R$200,00 e atendia, no máximo, um paciente por semana.
A escolha por iniciar no consultório particular, mesmo conciliando plantões hospitalares para manter a renda, refletia um projeto de longo prazo. “Consultório é como um castelo, você constrói paciente por paciente”, afirma Muzy. Ele relembra que, à época, as estatísticas indicavam de cinco a oito anos para estruturar um consultório particular consistente — tempo bem similar ao que ele de fato levou.
Confiança: a principal moeda na relação médico-paciente
Um dos pontos centrais para Muzy é a ideia de que o principal produto oferecido pelo médico é a confiança. Ele cita Kenneth Arrow, economista vencedor do Nobel em 1972, que já nos anos 1960 apontava a confiança como elemento fundamental na relação médico-paciente. Para Muzy, essa relação se constrói com experiência, credibilidade e, acima de tudo, pelo compromisso genuíno de cuidar das pessoas.
“Aquilo que você pode cobrar não é apenas o seu tempo ou conhecimento, mas o quanto você se compromete a tratar essa pessoa”, destaca. Atualmente, o valor de sua consulta chega a R$4.500, sem retorno gratuito. A justificativa é simples: o atendimento é completo, personalizado e busca não apenas resolver queixas pontuais, mas promover qualidade de vida a longo prazo.
Clínica multidisciplinar e gestão de relacionamento
Outro diferencial do modelo adotado por Muzy é o atendimento integrado. Sua clínica conta com mais de 25 profissionais de fisioterapia, além de nutricionistas, psicólogos, médicos e educadores físicos. Essa equipe atua de forma colaborativa, reforçando as condutas e oferecendo suporte contínuo aos pacientes.
Para quem estranha a ideia de um médico fornecer seu telefone pessoal a todos os pacientes, Muzy explica: “Quando você organiza bem seu trabalho, planeja as consultas e conta com uma equipe alinhada, isso é gerenciável. E faz diferença na segurança e fidelização do paciente.”
Construção de imagem e respeito profissional
Para Paulo Muzy, a construção de imagem e o respeito profissional vão além de números e estratégias de marketing. Ele defende que reconhecimento e prestígio na carreira médica são frutos de um trabalho consistente, ético e genuinamente comprometido com a saúde do paciente.
“Você terá sucesso não quando receber o valor que acha que merece, mas quando sentir que seu trabalho faz jus ao respeito conquistado.”
Para médicos jovens ou em formação, o recado é claro: é possível, sim, estruturar um consultório particular de alto valor — mas isso exige paciência, capacitação contínua e dedicação real às pessoas que procuram seu cuidado.
Quer conferir a entrevista completa e ouvir diretamente de Paulo Muzy como ele construiu sua carreira e seu consultório? Assista abaixo ao vídeo completo no canal do Estratégia MED no YouTube:
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