5 questões sobre Imunização que já caíram nas provas
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5 questões sobre Imunização que já caíram nas provas

Recorrente em provas de residência médica e de revalidação de diplomas, o tema Imunização pode ser cobrado nos blocos de Pediatria, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia e Medicina Preventiva e Social. Por isso, estar atualizado nos esquemas vacinais definidos pelo Ministério da Saúde e saber as recomendações técnicas de vacinação em crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes, é essencial para garantir um bom desempenho nas avaliações e também na prática médica. Aproveite e siga no texto para conferir cinco questões aplicadas em grandes seletivos sobre Imunização!

Conceito de Imunização

A imunização é o processo de tornar-se imune a determinado agente patogênico ou a uma doença infecciosa, e pode ser de dois tipos:

  • Imunização passiva: é a introdução de anticorpos prontos, como soro e imunoglobulinas, bem como a forma que o feto recebe anticorpos maternos. Como vantagem, possui proteção imediata e independe do sistema imune, devendo ser utilizada em situações em que o indivíduo não pode esperar pela formação de anticorpos, mas como desvantagem não gera memória imunológica. 
  • Imunização ativa: introdução dos antígenos que geram a resposta imune no organismo. Pode ser natural, decorrente da própria doença, ou artificial, como com as vacinas. A vantagem é que gera resposta imunológica, sua desvantagem é que demora uma média de 10 a 14 dias para serem produzidos os anticorpos. 

As vacinas, por sua vez, são produtos biológicos produzidos a partir de micro-organismos inteiros ou parte deles, posteriormente injetados no corpo para prevenir doenças infecciosas. Porém, mesmo induzindo uma boa proteção contra estas infecções, a resposta dos seres humanos é determinada geneticamente, fazendo com que as vacinas não sejam iguais e explica o fato de nenhuma delas ser 100% eficaz.

Dentre as vacinas disponibilizadas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) temos: BCG, hepatite A e B, febre amarela, HPV quadrivalente, meningocócica ACWY, entre outras.

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Exame Nacional de Residência – ENARE (2024)

A respeito da vacina contra o HPV, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.

( ) A vacina do HPV é feita de partículas semelhantes aos vírus.

( ) Quem já fez três doses da vacina quadrivalente não pode realizar a nonavalente.

( ) A vacina contra o HPV é indicada em bula para pessoas de 5 a 20 anos.

( ) Adolescentes de 11 a 14 anos devem receber duas doses da vacina quadrivalente (0 e 6 meses).

A) F – F – V – V.
B) F – V – F – V.
C) V – V – F – F.
D) V – F – F – V.
E) V – F – F – F.

Resolução: A alternativa D está correta. Vamos analisar as assertivas:

A vacina do HPV é feita de partículas semelhantes aos vírus. – VERDADEIRA. A vacina contra HPV é produzida através de tecnologia de DNA recombinante, com partículas semelhantes ao capsídeo viral (VLPs).

Quem já fez três doses da vacina quadrivalente não pode realizar a nonavalente.- FALSA. Tomar a vacina nonovalente oferece proteção contra os tipos virais que não estão presentes na vacina quadrivalente.

A vacina contra o HPV é indicada em bula para pessoas de 5 a 20 anos.- FALSA. a vacina contra HPV é indicada para pessoas de 9 a 45 anos.

Adolescentes de 11 a 14 anos devem receber duas doses da vacina quadrivalente (0 e 6 meses).- VERDADEIRA. Na faixa etária de 9 a 14 anos são necessárias apenas 2 doses de vacina contra HPV, já que, nessa faixa etária, a imunogenicidade é a mesma de 3 doses acima dos 14 anos.

Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto – SCMRP (2024)

Menino de 4 anos, previamente hígido, refugiado afegão, chegou ao Brasil há 1 semana com visto humanitário. É atendido na Unidade Básica de Saúde de referência,de sua nova residência, com o quadro de febre e súbita deficiência motora em membro inferior esquerdo (MIE), há 1 dia. Ao exame, o paciente encontra-se em regular estado geral, com reflexos profundos abolidos em MIE, porém com sensibilidade preservada.

Considerando que o Afeganistão é um país com circulação do vírus selvagem da poliomielite e ponderando, ainda, a baixa cobertura vacinal no Brasil, atualmente, a médica realiza a notificação compulsória e interna o paciente para investigação diagnóstica e tratamento.

É necessário avaliar o cartão vacinal dos contactantes próximos desse paciente, com o objetivo de vacinação adicional como forma de bloqueio de surto. Quais são as vacinas contra poliomielite presentes no calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e seu esquema de administração preconizado atualmente?

A) Vacina contra poliomielite atenuada, administrada aos 2, 4, 6, 15 meses e 4 anos.
B) Vacina contra poliomielite atenuada, administrada aos 2, 4 e 6 meses; vacina contra poliomielite inativada, administrada aos 15 meses e 4 anos.
C) Vacina contra poliomielite inativada, administrada aos 2, 4 e 6 meses; vacina contra poliomielite atenuada, administrada aos 15 meses e 4 anos.
D) Vacina contra poliomielite inativada, administrada aos 2, 4, 6, 15 meses e 4 anos.
E) Vacina contra poliomelite inativada, administrada aos 2 e 4 meses; vacina contra poliomielite atenuada, administrada aos 6 e 15 meses e aos 4 anos.

Resolução: A alternativa C está correta.

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença viral, causada por um poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos. Há 4 formas de poliomielite:

1) Forma Inaparente ou Assintomática. 90 a 95% das infecções. 
2) Forma Abortiva. 5% dos casos. Caracteriza-se por sintomas inespecíficos, como febre, cefaléia, tosse e coriza, vômitos, dor abdominal e diarréia. 
3) Poliomielite não paralítica. 4%. Os pacientes normalmente desenvolvem meningite asséptica, mas não desenvolvem paralisia. 
4) Poliomielite paralítica. 1%. A doença começa com manifestações inespecíficas e evolui para rigidez muscular. Desses pacientes, alguns evoluem para paralisia e fraqueza muscular. A paralisia pode evoluir a tal ponto de paralisar musculatura respiratória. 

Não existe tratamento específico, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas, de acordo com o quadro clínico do paciente.

Há duas vacinas disponíveis contra pólio:
– Vacina Inativada contra Poliomielite (VIP ou Salk): composta por poliovírus 1, 2 e 3 mortos. Aplicada aos 2, 4, e 6 meses de idade. Tem como vantagem ser inativada e não causar reações adversas graves.
– Vacina oral viva atenuada contra Poliomielite (VOP ou Sabin): composta por poliovírus 1 e 3. Administração oral, aos 15 meses e 4 anos. Tem como vantagem ser de menor custo, fazer imunidade de rebanho e fácil aplicação. É excretada pelas fezes, então não pode ser dada para contactantes de imunossuprimidos. Como desvantagem, pode causar poliomielite associada à vacina. 

Processo Seletivo Unificado de Minas Gerais – PSU-MG (2023)

Adolescente de 12 anos de idade procura o Posto de Saúde para atualização do cartão vacinal. A mãe informa que não procurou o Posto de Saúde nos últimos três anos devido à pandemia de Covid-19 e que agora gostaria de regularizar a situação vacinal do seu filho. Em relação à vacinação desse adolescente, é CORRETO afirmar:

A) Se o adolescente ainda não recebeu nenhuma dose da vacina contra o HPV, deve receber apenas uma dose aos 12 anos
B) Se o adolescente ainda não recebeu nenhuma dose da vacina de febre amarela, deve receber duas doses com intervalo de um mês entre elas
C) Se o adolescente recebeu duas doses da vacina tríplice viral, deve receber um reforço na adolescência
D) Se o adolescente recebeu três doses da vacina meningocócica C, deve receber a vacina ACWY

Resolução: A alternativa D está correta, com a ressalva que, independente das doses de meningocócica C, ele deverá receber a ACWY. 

O calendário vacinal dos adolescentes do Programa Nacional de Imunizações é composto de: 2 vacinas próprias, uma vacina “chiclete” e 3 que “olham pra trás”.

1) PRÓPRIAS
São vacinas do calendário dos adolescentes:
– HPV, para meninos e meninas dos 9 aos 14 anos em duas doses, com 6 meses de intervalo entre elas. 
– MENINGO ACWY, para 11 e 12 anos, em dose única. (*no ano da prova, foi aumentada a idade limite para 13 e 14 anos, com data limite de junho de 2023)

2) “Chiclete”
– É a vacina dT – difteria e tétano. 
Chiclete pois a proteção para essas doenças está presente em todos os calendários. Começa lá no pediátrico, com 3 doses na pentavalente e dois reforços da DTP, aos 15 meses e 4 anos. 
Depois, em cada calendário, a dT aparece como reforço de 10 em 10 anos. 

3) “Olham para trás”
Por fim, temos aquelas que olham para trás, ou seja, serão aplicadas apenas se não tiverem sido feitas no calendário anterior, o pediátrico. 
– Febre amarela, hepatite B e tríplice viral. 

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP (2023)

Menino, 15 dias de vida, é trazido para consulta de puericultura em aleitamento materno exclusivo, assintomático. Antecedente pessoal: uma dose de vacina de hepatite B. Contactante domiciliar iniciou tratamento de tuberculose pulmonar há um dia. Exame físico sem alterações, com ganho ponderal de 30g/dia em relação à alta hospitalar. A CONDUTA É:

A) Prescrever rifampicina oral por 3 meses e, após, indicar teste tuberculínico.
B) Prescrever isoniazida oral por 3 meses e, após, indicar a vacina BCG.
C) Indicar a vacina BCG.
D) Indicar teste tuberculínico.

Resolução: A alternativa A está correta, a rifampicina é uma opção de quimioprofilaxia e deverá ser feita por 3 meses, até o teste tuberculínico. 

Ao nascimento, os neonatos maiores de 2000g recebem a dose única da vacina contra as formas graves de tuberculose, a BCG. Porém, caso o RN seja contactante de bacilífero, a vacina está contraindicada e ele precisa iniciar quimioprofilaxia com isoniazida ou rifampicina por três meses. Após esse período, se permanecer assintomático, é realizada a prova tuberculínica.

Caso a prova tuberculínica resulte ≥ 5 mm (reativo), mantém-se a profilaxia por mais três a seis meses no caso de profilaxia com isoniazida ou por mais 1 mês se o RN estiver recebendo a rifampicina; o lactente não deve ser vacinado, pois já apresenta resposta imune ao bacilo.

Agora, se, após três meses, o PPD for menor do que 5 mm (não reativo), deve-se interromper a isoniazida ou rifampicina e vacinar o lactente com BCG.

Revalida INEP (2023)

Um paciente de 11 anos é trazido pela mãe para consulta de puericultura na unidade básica de saúde. A família vivia, anteriormente, em uma região de difícil acesso a serviços de saúde e se mudou para o território de abrangência há 3 meses. Durante a consulta, a mãe informa que a criança não apresenta problemas de saúde e não faz uso regular de medicamentos. Quando questionada sobre a situação vacinal da criança, a mãe informa que só se  lembra de que o paciente recebeu algumas vacinas do primeiro ano de vida e que não tem o cartão vacinal. 

Nesse contexto, qual deve ser o esquema vacinal indicado para esse paciente?

A) 3 doses de hepatite B, 3 doses da dupla adulto (dT), dose única de febre amarela, 2 doses de tríplice viral, 2 doses de HPV e dose única de meningocócica ACWY. 
B) 3 doses de hepatite B, 3 doses da dupla adulto (dT), dose única de febre amarela, dose única de tríplice viral, 3 doses de HPV e dose única de meningocócica C.
C) 3 doses de hepatite B, 3 doses da dupla adulto (dT), dose única de febre amarela, 2 doses de tríplice viral e dose única de meningocócica ACWY.
D) 3 doses da pentavalente, 2 doses de febre amarela, 2 doses de tríplice viral, 2 doses de HPV e 2 doses de meningocócica C.

Resolução: A alternativa A está correta. O calendário vacinal dos adolescentes do Programa Nacional de Imunizações é composto de: 2 vacinas próprias, uma vacina “chiclete” e 3 que “olham pra trás”.

1) PRÓPRIAS
São vacinas do calendário dos adolescentes:
– HPV, para meninos e meninas dos 9 aos 14 anos em duas doses, com 6 meses de intervalo entre elas. 
– MENINGO ACWY, para 11 e 12 anos, em dose única. 

2) “Chiclete”
– É a vacina dT – difteria e tétano. 
Chiclete pois a proteção para essas doenças está presente em todos os calendários. Começa lá no pediátrico, com 3 doses na pentavalente e dois reforços da DTP, aos 15 meses e 4 anos. 
Depois, em cada calendário, a dT aparece como reforço de 10 em 10 anos. 

3) “Olham para trás”
Por fim, temos aquelas que olham para trás, ou seja, serão aplicadas apenas se não tiverem sido feitas no calendário anterior, o pediátrico. 
– Febre amarela, hepatite B e tríplice viral.

No caso apresentado, ele é um adolescente, portanto, as vacinas próprias do calendário ele vai aplicar independente do histórico: HPV e meningo ACWY. A chiclete, ele também irá aplicar, e irá aplicar 3 doses, pois não temos comprovação de uma vacinação prévia.

Por fim, olhando para trás, não temos comprovação de nenhuma dose das três últimas, vamos, então, vacinar também. Ele irá aplicar:
– HPV em 2 doses
– ACWY em dose única
– dT em 3 doses 
– Hepatite B em 3 doses
– Febre amarela, em dose única
– Tríplice viral, em 2 doses. 

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