Resumo de Ejaculação Masculina: etapas, manutenção e mais!

Resumo de Ejaculação Masculina: etapas, manutenção e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A ejaculação é um processo fisiológico fundamental para a função reprodutiva masculina, controlada por uma complexa interação entre sistemas neurológicos, hormonais e musculares. Além de desempenhar um papel essencial na fertilidade, a ejaculação está associada a vários benefícios para a saúde masculina. Este texto aborda a fisiologia da ejaculação, seus benefícios, riscos, manutenção e distúrbios associados.

Conceito de Ejaculação Masculina

A ejaculação é o processo fisiológico final da resposta sexual masculina, essencial para a reprodução humana natural. Esse processo envolve a expulsão de sêmen pela uretra, resultado de uma sequência coordenada de contrações musculares e estímulos nervosos.

A ejaculação ocorre em duas fases principais: emissão e expulsão. Na fase de emissão, o sêmen é formado pela mistura de espermatozoides, produzidos nos testículos, com secreções das vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais. Já na fase de expulsão, o sêmen é propelido para fora do corpo através da uretra pela ação de contrações rítmicas dos músculos perineais e do esfíncter uretral​.

Sistema reprodutor masculino. E. Marieb, anatomia humana 7ª ed.

Etapas da Ejaculação Masculina

A ejaculação é dividida em duas fases distintas, que ocorrem de forma coordenada: emissão e expulsão

Fase da Emissão 

A fase de emissão é o momento em que os diferentes componentes do sêmen são secretados e transportados até a uretra prostática. Esse processo envolve a contração de órgãos acessórios do sistema reprodutor masculino, como as vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais

Estímulos sensoriais visuais, táteis, auditivos ou fantasias sexuais estimulam o sistema nervoso. Esses estímulos são processados pelo cérebro, que envia sinais através da medula espinhal até os órgãos genitais. O estímulo tátil é especialmente crítico na fase de excitação que ativa terminações nervosas sensíveis à pressão e ao toque. Estas enviam sinais de volta ao cérebro, aumentando a excitação sexual. Conforme a excitação aumenta, o sistema nervoso simpático promove a emissão de sêmen, movendo-o para a uretra posterior através dos ductos deferentes e das vesículas seminais.

  • Transporte de espermatozoides: espermatozoides são liberados do epidídimo e transportados pelos ductos deferentes em direção à uretra. Esse transporte é facilitado por contrações peristálticas dos ductos. 
  • Contribuições das glândulas: durante esse transporte, os espermatozoides se misturam com fluidos secretados pelas vesículas seminais, que adicionam componentes nutritivos como a frutose. A próstata também contribui com um fluido alcalino que protege os espermatozoides no ambiente ácido da uretra e do trato reprodutivo feminino.

Essa fase é principalmente controlada pelo sistema nervoso simpático, que promove as contrações das glândulas e ductos para direcionar o sêmen até a uretra.

Sistema reprodutor masculino. H. Guyton, tratado de fisiologia médica 13ª ed.

Fase da Expulsão 

A fase de expulsão ocorre logo após a emissão, quando o sêmen é ejetado da uretra para fora do corpo. Esse processo envolve a contração de músculos do assoalho pélvico, como o músculo bulboesponjoso e o esfíncter uretral.

  • Contrações rítmicas: a expulsão é impulsionada por contrações rápidas e rítmicas desses músculos, que aumentam a pressão no trato reprodutivo, forçando o sêmen a sair pela uretra. Durante essa fase, o colo da bexiga se fecha para evitar que o sêmen flua para a bexiga, garantindo a expulsão anterógrada do sêmen.
  • Controle somático e autonômico: essa fase depende da interação entre o controle somático, que coordena os músculos esqueléticos envolvidos, e o controle autonômico, responsável pelas contrações involuntárias das glândulas e da uretra.

Ambas as fases precisam estar perfeitamente sincronizadas para garantir que o processo de ejaculação ocorra de forma eficaz, assegurando a fertilização e a função sexual normal.

Sistema reprodutor masculino. F. Netter, atlas de anatomia humana 7ª ed.

Benefícios da Ejaculação Masculina

A ejaculação, além de ser essencial para a reprodução, traz diversos benefícios para a saúde física e emocional dos homens. Abaixo estão alguns dos principais benefícios: 

1. Manutenção da saúde prostática: a ejaculação regular está associada à diminuição do risco de desenvolvimento de problemas prostáticos, como a hiperplasia prostática benigna (HPB) e, possivelmente, até do câncer de próstata. Estudos sugerem que a eliminação frequente de fluido prostático durante a ejaculação pode reduzir o acúmulo de substâncias inflamatórias na próstata, auxiliando a mantê-la saudável.

2. Saúde sexual e reprodutiva: a ejaculação é fundamental para a fertilidade masculina, ao promover a liberação dos espermatozoides, essenciais para a fecundação. Além disso, a ejaculação ajuda a manter o sistema reprodutivo em boas condições ao estimular a produção contínua de espermatozoides e secreções glandulares. A produção de novas células espermáticas e a renovação de fluidos glandulares são essenciais para manter a qualidade do sêmen e a fertilidade​.

3. Redução de estresse e bem-estar emocional: a ejaculação está associada a uma sensação de relaxamento e bem-estar devido à liberação de endorfinas e outros neurotransmissores, como a oxitocina, que têm efeitos calmantes e prazerosos. Esse efeito ajuda a reduzir o estresse e melhora o humor, contribuindo para a saúde mental​.

4. Melhoria da qualidade do sono: após a ejaculação, ocorre a liberação de hormônios que promovem o relaxamento, como a prolactina. Esse hormônio está relacionado à sensação de saciedade e relaxamento, o que pode melhorar a qualidade do sono. Homens que ejaculam regularmente relatam, em alguns casos, melhoras no ciclo de sono.

5. Aumento da imunidade: a ejaculação pode contribuir para a melhora do sistema imunológico ao estimular a circulação sanguínea e liberar certas substâncias, como anticorpos, que podem aumentar a defesa do corpo contra infecções. Alguns estudos sugerem que a atividade sexual regular, que inclui a ejaculação, pode estar associada a uma melhor resposta imunológica.

6. Prevenção de disfunções sexuais: a ejaculação regular pode contribuir para a prevenção de disfunções sexuais, como a disfunção erétil. Manter o sistema reprodutor ativo ajuda a preservar a função sexual, melhorando a circulação sanguínea nos órgãos genitais e promovendo a saúde do tecido erétil​.

Riscos da Ejaculação Masculina

Embora a ejaculação seja um processo fisiológico natural e benéfico em muitos aspectos, em algumas circunstâncias ela pode estar associada a certos riscos e complicações: 

1. Ejaculação precoce: a ejaculação precoce é um dos distúrbios sexuais mais comuns, afetando cerca de 20 a 30% dos homens. Ela ocorre quando o homem ejacula de forma rápida e incontrolável, muitas vezes antes ou logo após o início da atividade sexual, o que pode levar a frustração, estresse emocional e insatisfação sexual tanto para o homem quanto para sua parceira(o). As causas podem ser psicológicas, como ansiedade, ou fisiológicas, envolvendo neurotransmissores como a serotonina.

2. Compulsão masturbatória: a compulsão masturbatória é caracterizada pela necessidade repetitiva e incontrolável de masturbação, geralmente associada a excitação sexual excessiva. Esse comportamento pode interferir nas atividades diárias, nos relacionamentos interpessoais e na saúde emocional, gerando sentimentos de culpa, vergonha e isolamento. Fisicamente, pode causar irritação ou fadiga sexual, além de dessensibilização, onde o indivíduo precisa de estímulos cada vez mais intensos para atingir o prazer.

3. Ejaculação Retrógrada: na ejaculação retrógrada, o sêmen é redirecionado para a bexiga em vez de ser expelido pela uretra. Isso acontece quando o esfíncter da bexiga, que normalmente se fecha durante a ejaculação para evitar esse refluxo, não funciona adequadamente. A ejaculação retrógrada pode ocorrer como efeito colateral de medicamentos, cirurgias prostáticas, ou como resultado de condições neurológicas, além de poder causar infertilidade.

Manutenção da Ejaculação Masculina

A relação entre o estímulo para a ejaculação e a frequência da mesma é importante para entender a função sexual masculina. A ejaculação é um processo biológico regulado por estímulos que podem ser físicos, emocionais ou psicológicos. Esses estímulos são necessários para desencadear o processo de ejaculação, independentemente da constante produção de líquido espermático pelos órgãos reprodutivos masculinos.

A produção do líquido espermático, composta por espermatozoides e fluidos das vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais, é um processo contínuo. No entanto, a liberação ou ejaculação deste fluido só ocorre quando há um estímulo adequado. Isso pode incluir estímulos táteis (como a estimulação do pênis), visuais, emocionais (como a excitação sexual provocada por pensamentos ou imagens), ou uma combinação destes.

A frequência de ejaculação varia amplamente entre os homens e não há uma necessidade fisiológica estrita de ejacular regularmente para manter a saúde reprodutiva. Quando a ejaculação não ocorre com frequência, o líquido espermático e os espermatozoides continuamente produzidos pelo corpo passam por um processo de reabsorção natural. Nas vesículas seminais e epidídimo, o fluido acumulado pode ser gradualmente reabsorvido, ou então, expelido por meio de emissões noturnas (polução) ou durante a micção. 

Esse processo é normal e saudável, e o corpo mantém um ciclo constante de produção e renovação do sêmen sem a necessidade obrigatória de ejacular regularmente. A ejaculação frequente, embora possa trazer alguns benefícios, como a limpeza da próstata e a redução do risco de doenças, não é essencial para a manutenção da saúde geral.

Distúrbios da Ejaculação Masculina

Os distúrbios ejaculatórios englobam várias condições que afetam o processo normal da ejaculação, podendo interferir na função sexual e na fertilidade masculina. Os principais distúrbios são: 

  • Ejaculação precoce: caracterizada pela ejaculação que ocorre antes ou logo após a penetração, com controle mínimo, afetando a satisfação sexual. É a disfunção ejaculadora mais comum, podendo ser causada por fatores psicológicos, neurológicos ou genéticos. 
  • Ejaculação retardada: dificuldade ou incapacidade de ejacular durante a atividade sexual, mesmo com desejo e estímulo adequados. Suas causas incluem uso de medicamentos, problemas neurológicos e psicológicos. 
  • Anejaculação: ausência completa de ejaculação, mesmo com estimulação sexual e orgasmo. Pode resultar de lesões neurológicas, cirurgias pélvicas, ou uso de medicamentos. 
  • Ejaculação retrógrada: ocorre quando o sêmen é direcionado para a bexiga, em vez de ser expelido pela uretra. É frequentemente associada a cirurgias prostáticas, doenças neurológicas ou medicamentos que afetam a musculatura do esfíncter vesical. 

Esses distúrbios podem impactar negativamente a qualidade de vida e as relações, mas muitos deles possuem tratamentos eficazes, que incluem terapia medicamentosa, psicoterapia e, em alguns casos, intervenções cirúrgicas.

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Referências Bibliográficas 

  1. CLEMENT, Pierre; MAGGI, Mauro. Physiology and pharmacology of ejaculation. Basic & Clinical Pharmacology & Toxicology, v. 117, n. 1, p. 25-35, 2015.
  1. MASON, Matthew M.; SCHUPPE, Kyle; WEBER, Alexander; GURAYAH, Aaron; MUTHIGI, Akhil; RAMASAMY, Ranjith. Ejaculation: the process and characteristics from start to finish. Current Sexual Health Reports, v. 15, n. 1, p. 1-9, 2023.
  1. CASTELLINI, C. et al. Ejaculatory dysfunction: the neurophysiology of ejaculation. Journal of Sexual Medicine, v. 12, n. 10, p. 2238-2246, 2015.
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