Resumo de Síntese Proteica: conceito, etapas, regulação e mais!
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Resumo de Síntese Proteica: conceito, etapas, regulação e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A síntese proteica é um processo biológico que converte a informação genética em proteínas, moléculas responsáveis por desempenhar as funções mais diversas no organismo, desde o transporte de oxigênio até a regulação de reações metabólicas. Esse mecanismo envolve etapas complexas e altamente organizadas, como transcrição e tradução, e depende de estruturas celulares específicas para garantir a produção precisa e eficiente de proteínas.

A síntese proteica envolve a interação de diversos macromoléculas, como ribossomos, RNAs e fatores proteicos, em um processo que reflete a precisão e a complexidade da biologia molecular.

Conceito de Síntese Proteica

A síntese proteica é o processo pelo qual as células produzem proteínas a partir da informação contida no DNA, transmitida por meio do RNA mensageiro (mRNA). Esse mecanismo é central para a expressão gênica, traduzindo as sequências de nucleotídeos em cadeias polipeptídicas, que posteriormente se dobram em proteínas funcionais.

Etapas da Síntese Proteica

A síntese proteica é composta por duas fases principais – transcrição e tradução, que podem ser subdivididas em etapas específicas. Esse processo ocorre de forma coordenada e envolve diversas moléculas e estruturas celulares.

Transcrição 

A transcrição ocorre no núcleo (em células eucariotas) e consiste na conversão da informação genética do DNA em RNA mensageiro (mRNA). Esse mRNA servirá como molde para a produção de proteínas. Etapas da transcrição: 

  1. Iniciação: a enzima RNA polimerase reconhece a região promotora de um gene no DNA e inicia a separação das fitas para leitura. 
  1. Elongação: a RNA polimerase adiciona nucleotídeos complementares à fita molde do DNA, sintetizando o mRNA. 
  1. Término: ao alcançar uma sequência de terminação no DNA, a transcrição é finalizada, liberando o mRNA recém-formado. 

Após a transcrição, o mRNA sofre modificações pós-transcricionais, como o splicing (remoção de íntrons), adição de uma cauda poli-A e uma cap na extremidade 5’, tornando-o funcional e pronto para exportação ao citoplasma.

Tradução 

A tradução ocorre no citoplasma, sendo realizada por ribossomos, que decodificam o mRNA para formar a sequência de aminoácidos correspondente. Etapas da tradução: 

  1. Iniciação: a subunidade menor do ribossomo se liga ao mRNA próximo ao cap 5’ (em eucariotos) e escaneia até encontrar o códon de iniciação (AUG), que codifica metionina. O RNA transportador (tRNA) carregado com metionina se liga ao ribossomo, e a subunidade maior se associa para formar o complexo de iniciação. 
  1. Elongação: o ribossomo percorre o mRNA lendo seus códons. A cada códon, o tRNA correspondente traz um aminoácido, incorporado à cadeia proteica. O ribossomo possui três sítios funcionais: A (aminoacil), P (peptidil) e E (exit).
  1. Terminação: a tradução termina quando o ribossomo encontra um códon de parada (UAA, UAG ou UGA). Fatores de liberação ajudam a dissociar o complexo, liberando a proteína recém-sintetizada.

Estruturas e Moléculas Envolvidas na Síntese Proteica

A síntese proteica é um processo complexo e coordenado que depende de diversas estruturas e moléculas para converter a informação genética em proteínas funcionais. Abaixo, são detalhados os principais componentes:

Ribossomos

Os ribossomos, compostos por RNA ribossômico (rRNA) e proteínas, são as “fábricas” onde a tradução ocorre. Em eucariotos, esses ribossomos são maiores (80S) e possuem subunidades 40S e 60S, enquanto em procariotos são menores (70S), formados pelas subunidades 30S e 50S. A diferença estrutural entre ribossomos eucarióticos e procariotos permite o uso seletivo de antibióticos que inibem a síntese proteica em microrganismos.

RNA Mensageiro (mRNA)

O RNA mensageiro (mRNA) é o molde que contém a sequência codificada de nucleotídeos, organizada em códons. Ele transporta essa informação do núcleo para o citoplasma, onde será traduzida. O RNA transportador (tRNA), por sua vez, atua como adaptador, carregando os aminoácidos correspondentes a cada códon do mRNA. Esse processo é mediado por aminoacil-tRNA sintetases, que garantem a ligação correta entre o aminoácido e o tRNA.

RNA Transportador (tRNA)

O RNA transportador (tRNA), por sua vez, atua como adaptador, carregando os aminoácidos correspondentes a cada códon do mRNA. Esse processo é mediado por aminoacil-tRNA sintetases, que garantem a ligação correta entre o aminoácido e o tRNA.

 RNA Ribossômico (rRNA)

O rRNA desempenha um papel tanto estrutural quanto catalítico, facilitando a formação de ligações peptídicas entre os aminoácidos na cadeia polipeptídica em crescimento. Além disso, fatores proteicos específicos, como os de iniciação, elongação e terminação, regulam cada etapa do processo de tradução, assegurando precisão e eficiência.

Código Genético 

Por fim, o código genético, composto por 64 códons, traduz os nucleotídeos em 20 aminoácidos e sinaliza o início e término da síntese proteica. A coordenação entre todas essas moléculas é essencial para a funcionalidade celular, permitindo a formação de proteínas que desempenham papéis vitais no organismo.

Regulação da Síntese Proteica 

A regulação da síntese proteica é essencial para controlar a expressão gênica e assegurar que as proteínas sejam produzidas conforme as necessidades celulares. Esse controle ocorre em diferentes etapas do processo, desde a transcrição até a degradação de proteínas, permitindo respostas rápidas a alterações no ambiente ou no estado fisiológico da célula.

Regulação na Transcrição

O primeiro nível de regulação acontece na transcrição, onde fatores de transcrição ativam ou inibem genes específicos, influenciando a produção de RNA mensageiro (mRNA). Além disso, modificações epigenéticas, como metilação do DNA e alterações nas histonas, modulam a acessibilidade do DNA, determinando quais genes são expressos em um dado momento.

Regulação Pós-Transcricional

Após a transcrição, o mRNA pode ser regulado por mecanismos pós-transcricionais. O splicing alternativo, por exemplo, permite a produção de diferentes proteínas a partir de um único gene. A estabilidade do mRNA no citoplasma também é um fator importante, sendo influenciada por proteínas que se ligam à sua cauda poli-A ou às regiões não traduzidas (UTR). Pequenos RNAs regulatórios, como os microRNAs (miRNAs), podem se ligar ao mRNA e inibir sua tradução ou acelerar sua degradação.

Regulação na Tradução

A regulação na tradução é mediada por fatores como os eIFs (fatores de iniciação da tradução), cuja atividade pode ser modulada em resposta a condições celulares. Sob estresse, por exemplo, a fosforilação de eIF2 reduz a tradução global, conservando energia e recursos. Outro regulador central é a via mTOR, que ajusta a síntese proteica com base na disponibilidade de nutrientes, energia e sinais de crescimento.

Regulação Pós-Traducional

Após a tradução, as proteínas recém-formadas podem ser modificadas para ajustar sua função. Modificações pós-traducionais, como fosforilação, acetilação e ubiquitinação, alteram a atividade, localização ou estabilidade das proteínas. O sistema ubiquitina-proteassoma é responsável por degradar proteínas defeituosas ou desnecessárias, mantendo o equilíbrio proteico na célula.

Doenças Relacionadas à Síntese Proteica

Anemia Falciforme 

Embora primariamente associada a uma mutação no gene da beta-globina, a anemia falciforme é um exemplo clássico de como alterações na sequência proteica podem afetar a função. Uma única substituição de nucleotídeo resulta na troca do aminoácido glutamato por valina, alterando a estrutura da hemoglobina. Isso leva à formação de hemácias em formato de foice, que apresentam maior fragilidade e menor capacidade de transporte de oxigênio.

Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) 

A DMD é causada por mutações no gene da distrofina, que frequentemente resultam na introdução de códons de parada prematuros. Esses códons interrompem a tradução, levando à produção de uma proteína truncada ou ausente. A falta de distrofina compromete a integridade estrutural das fibras musculares, causando fraqueza progressiva e degeneração muscular, com início na infância.

Doenças Neurodegenerativas Associadas a Agregados Proteicos 

Algumas doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), estão relacionadas à formação de agregados de proteínas mal dobradas. Esses agregados podem surgir de falhas na síntese proteica ou em sistemas de controle de qualidade, como o proteassoma, resultando em neurotoxicidade e morte neuronal.

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Referências Bibliográficas 

  1. HOERTER, Jacob E.; ELLIS, Steven R. Biochemistry, Protein Synthesis. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2024. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK545161/. Acesso em: 27 nov. 2024.
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