Resumo sobre Fenilalanina: definição, disponibilidade e mais!

Resumo sobre Fenilalanina: definição, disponibilidade e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre a Fenilalanina, um aminoácido essencial que pode ser encontrado em diversos alimentos.

O Estratégia MED está aqui para colaborar com mais um conceito médico, proporcionando mais conhecimento para te auxiliar na sua formação. Confira!

Definição

A fenilalanina é um aminoácido essencial, o que significa que o corpo humano não consegue produzi-lo internamente e, portanto, precisa ser adquirido através da dieta. Existem duas formas principais de fenilalanina: a L-fenilalanina e a D-fenilalanina. A L-fenilalanina é a forma natural encontrada em alimentos ricos em proteínas, como ovos, soja, queijo, frango e carne. Este aminoácido desempenha papeis cruciais no organismo, sendo fundamental para a síntese de proteínas e atuando como precursor na formação de neurotransmissores, como a dopamina e a epinefrina.

Além de sua presença em alimentos, a fenilalanina também pode ser utilizada na indústria, especialmente na forma de aspartame, um adoçante artificial amplamente utilizado em alimentos e bebidas com baixas calorias. O aspartame é composto por fenilalanina e aspartato, oferecendo uma alternativa doce ao açúcar.

Devido à sua importância, a fenilalanina também é comercializada na forma de suplementos. Contudo, é vital ter cuidado com o consumo desse aminoácido, principalmente em casos específicos, como a fenilcetonúria, uma condição genética rara em que o organismo não consegue metabolizar a fenilalanina adequadamente, exigindo uma dieta restrita para evitar complicações neurológicas e de desenvolvimento.

Estrutura química da fenilalanina
Fonte: Biologia Médica, Baynes, John W, 4ª Edição

Funções da Fenilalanina

A fenilalanina é um aminoácido essencial, o que significa que o corpo humano não consegue produzi-lo por conta própria e, portanto, deve ser obtido através da dieta. Ela desempenha várias funções importantes no organismo. Aqui estão algumas delas:

Curso Extensivo Residência Médica

Síntese de proteínas

Como um dos aminoácidos essenciais, a fenilalanina serve como bloco de construção essencial para a formação de proteínas. As proteínas são macromoléculas complexas constituídas por cadeias de aminoácidos interligados e sua presença é vital para uma variedade de funções biológicas.

Quando ingerimos alimentos ricos em proteínas, o corpo quebra essas proteínas em seus componentes constituintes, os aminoácidos. A fenilalanina, uma vez absorvida, entra na corrente sanguínea e é transportada para as células do corpo, onde é incorporada nas cadeias polipeptídicas durante a síntese de proteínas. 

Este processo ocorre nos ribossomos, as fábricas de proteínas celulares, onde os aminoácidos são conectados em sequências específicas conforme ditadas pelo código genético.

Além de sua função estrutural básica, a fenilalanina também influencia a estrutura tridimensional e, portanto, a função das proteínas resultantes. 

As proteínas são moldadas de maneira específica para realizar suas funções biológicas, e a presença adequada de aminoácidos, incluindo a fenilalanina, é essencial para garantir que as proteínas atinjam sua conformação correta.

Precursor de tirosina

A fenilalanina desempenha uma função crucial como precursora da tirosina no organismo. Após ser absorvida pelo corpo, a fenilalanina é convertida em tirosina por meio de um processo chamado hidroxilação. A tirosina é outro aminoácido que desempenha papeis diversos e essenciais no metabolismo humano.

A tirosina é um ponto de partida fundamental para a síntese de neurotransmissores, hormônios tireoidianos e pigmentos. No que diz respeito aos neurotransmissores, a tirosina é um precursor direto da dopamina, norepinefrina e epinefrina. 

Além disso, a tirosina é um componente essencial na produção de hormônios tireoidianos, que desempenham um papel central na regulação do metabolismo, crescimento e desenvolvimento. 

Produção de neurotransmissores

A fenilalanina é convertida em tirosina, que por sua vez é um precursor direto de neurotransmissores importantes, incluindo a dopamina, norepinefrina e epinefrina.

A dopamina é um neurotransmissor associado a várias funções cerebrais, incluindo a regulação do humor, da motivação e do prazer. Desempenha um papel fundamental em processos como o controle do movimento e funções cognitivas, como a atenção e a aprendizagem.

A norepinefrina, também conhecida como noradrenalina, é outro neurotransmissor derivado da tirosina. Ela está envolvida na resposta do corpo ao estresse, regulando a pressão arterial e desempenhando um papel na atenção e alerta.

A epinefrina, ou adrenalina, é responsável por preparar o corpo para situações de emergências, aumentando a frequência cardíaca, dilatando os brônquios e direcionando o fluxo sanguíneo para os músculos. Isso resulta em uma resposta de “luta ou fuga”.

A adequada produção desses neurotransmissores é crucial para o funcionamento normal do sistema nervoso, influenciando não apenas as funções físicas, mas também aspectos emocionais e cognitivos.

Pigmentação de pele e cabelos

A fenilalanina, por meio de sua transformação em tirosina, desempenha um papel essencial na regulação da produção de melanina, influenciando diretamente a pigmentação da pele e cabelo. 

A melanina é produzida em células especializadas chamadas melanócitos, localizadas na epiderme da pele e nos folículos capilares. O processo começa com a conversão da tirosina em DOPA (dihidroxifenilalanina), que, por sua vez, é convertida em melanina. Existem dois tipos principais de melanina: a eumelanina, que confere tons mais escuros, e a feomelanina, que contribui para tons mais claros.

A quantidade e tipo de melanina produzida determinam a cor específica da pele, cabelo e olhos de um indivíduo. Por exemplo, altos níveis de eumelanina resultam em uma pele mais escura e cabelo mais escuro, enquanto feomelanina e menor quantidade de eumelanina resultam em tons mais claros.

Consumo de fenilalanina

Indivíduos com fenilcetonúria (PKU) são aqueles que não podem consumir fenilalanina. A fenilcetonúria é uma condição genética em que ocorre uma deficiência na atividade de uma enzima responsável por metabolizar a fenilalanina. Isso resulta em um acúmulo elevado desse aminoácido no sangue, tornando-se neurotóxico e levando a graves consequências se não for devidamente controlado.

Assim, os pacientes com fenilcetonúria precisam adotar uma dieta com baixo teor de fenilalanina desde os primeiros meses de vida e continuar com essa abordagem ao longo de toda a vida. A adesão rigorosa a essa dieta é essencial para evitar os efeitos adversos da fenilalanina elevada no organismo desses indivíduos, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento neurológico.

Portanto, a restrição de fenilalanina na dieta é uma medida crítica para o tratamento bem-sucedido da fenilcetonúria, e a informação detalhada sobre a quantidade de fenilalanina nos alimentos é essencial para ajudar esses indivíduos a gerenciar sua condição de forma eficaz e promover uma vida saudável.

Alimentos que possuem fenilalanina

  • Alimentos de origem animal: carnes (por exemplo, carne bovina, carne de porco, frango), peixes, frutos do mar, leites e derivados (queijo, iogurte), ovos, derivados de carnes processadas (salsicha, linguiça, bacon, presunto).
  • Alimentos de origem vegetal: trigo, grão de bico, feijão, ervilha, lentilha, soja e produtos à base de soja, castanhas, nozes, amendoins, avelã, amêndoas, pistache, pinhão.
  • Adoçantes com aspartame ou alimentos que contenham esse adoçante: produtos dietéticos e alimentos processados que contenham aspartame como adoçante.
  • Produtos que tenham como ingrediente os alimentos proibidos: bolos, bolachas, pão, produtos de confeitaria que contenham ingredientes como carnes, ovos, leite, trigo, etc.

A Anvisa criou um painel para verificar a quantidade de fenilalanina em alimentos, tanto os naturais quanto os industrializados. Esse recurso foi desenvolvido como uma ferramenta de consulta, fornecendo orientações e referências úteis para profissionais de saúde responsáveis pela prescrição, formulação de dietas e acompanhamento clínico de pacientes com fenilcetonúria. 

O painel serve como um guia valioso, facilitando a tomada de decisões informadas sobre a seleção de alimentos apropriados e auxiliando na gestão eficaz dessa condição genética.

Curso Extensivo Residência Médica

Veja também!

Referências

Baynes, John W. Bioquímica médica / John W. Baynes, Marek H. Dominiczak. – 4. ed. – Rio de Janeiro : Elsevier, 2015. 

Olaf A Bodamer, MD, PhD, FAAP, FACMG. Overview of phenylketonuria. UpToDate, 2023. Disponível em: UpToDate

ANVISA. Fenilalanina em alimentos. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/alimentos/fenilalanina#:~:text=A%20fenilalanina%20%C3%A9%20um%20amino%C3%A1cido,ingest%C3%A3o%20deve%20ser%20rigorosamente%20controlada>. Acesso em 10 marc 2024

Você pode gostar também