Resumo de Fenilcetonúria: conceito, causas e mais!

Resumo de Fenilcetonúria: conceito, causas e mais!

Olá, meu Doutor e minha Doutora! A fenilcetonúria pode ser entendida como a presença de fenilalanina e compostos cetônicos nos líquidos corporais, indicando a incapacidade das pessoas com esse distúrbio de metabolizar adequadamente a fenilalanina, levando à sua acumulação e à presença de certos compostos no corpo. 

Vem com o Estratégia MED entender como ocorre o processo da fenilcetonúria e como identificamos nos pacientes, principalmente através da triagem neonatal

O que é a Fenilcetonúria

A fenilcetonúria (PKU), menos comumente conhecida como deficiência de fenilalanina hidroxilase, é o erro inato mais comum do metabolismo de aminoácidos. A deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase (PAH) prejudica a capacidade do corpo de metabolizar o aminoácido essencial fenilalanina, levando ao acúmulo de fenilalanina em fluidos corporais.

Inscreva-se em nossa newsletter!

Receba notícias sobre residência médica e revalidação de diplomas, além de materiais de estudo gratuitos e informações relevantes do mundo da Medicina.

Fisiopatologia da Fenilcetonúria

A enzima hepática fenilalanina hidroxilase (PAH) catalisa a conversão do aminoácido essencial fenilalanina em tirosina. A PKU é causada pela deficiência de PAH. Isso resulta em concentrações elevadas de fenilalanina no sangue (>1200 μmol/L) e na urina e seus metabólitos, fenilacetato e fenillactato. A tetraidrobiopterina (BH4) é um cofator também necessário que mantêm a PAH em sua forma ativa. A concentração elevada de fenilalanina causa deficiência neurológica, mas o mecanismo é desconhecido. 

A fenilalanina hidroxilase converte a fenilalanina em tirosina. Medscape 

Epidemiologia da Fenilcetonúria

A fenilcetonúria é mais comumente diagnosticada em neonatos devido a programas de triagem neonatal. A prevalência de PKU é mais alta em populações europeias e do leste asiático, ocorrendo em aproximadamente 1:10.000 a 1:15.000 nascidos vivos. Alguns países europeus, como a Itália, Finlândia e Irlanda, podem apresentar maior prevalência em comparação com outros. 

A maioria dos casos de PKU no mundo é causada pela deficiência de fenilalanina hidroxilase ou, menos comumente, pela deficiência de tetraidrobiopterina (BH4). Em todo o mundo, a PKU é mais comum em brancos e asiáticos.

Deficiência da Enzima fenilalanina Hidroxilase

Etiologia

Quase todos os casos são causados por mutações no gene que codifica a fenilalanina hidroxilase (HAP) sendo autossômico recessivo. Mais de 1000 mutações estão associadas à deficiência de HAP.

Quadro clínico

Devido à triagem neonatal generalizada, manifestações clínicas evidentes de PKU são raras. Os recém-nascidos são assintomáticos antes do início da amamentação contendo fenilalanina (por exemplo, leite materno ou fórmula infantil padrão). Se não for detectada durante o período neonatal, o início da PKU é insidioso e pode não causar sintomas até a primeira infância.

Em pacientes não tratados, a característica da doença é deficiência intelectual irreversível, convulsões, anormalidades comportamentais, microcefalia e doença de pele, como erupção eczematosa e pigmentação leve, devido à hiperfenilalaninemia. O corpo e a urina podem ter um odor devido ao aumento da concentração de ácido fenilacético. Sem restrição alimentar, o comprometimento cognitivo piora durante a mielinização na primeira infância com o aumento da exposição dietética à fenilalanina, mas se estabiliza quando a maturação cerebral está completa. 

Diagnóstico 

O diagnóstico de PKU é baseado na descoberta de uma concentração sérica elevada de fenilalanina, seguida de teste molecular. O método laboratorial mais útil para a triagem neonatal é a espectrometria de massas em tandem. Este método também pode medir aminoácidos adicionais, incluindo tirosina. Uma alta concentração de fenilalanina juntamente com baixa a baixa concentração normal de tirosina sugere o diagnóstico de PKU.

Tratamento

O manejo de pacientes tem como base a restrição dietética de fenilalanina, amamentação alternada com fórmula livre de fenilalanina e farmacoterapia com formulação sintética de BH4 chamada sapropterina. 

Alimentos com baixo teor de proteína. UpToDate

Deficiência de tetraidrobiopterina (BH4)

Etiologia

A maioria dos distúrbios do metabolismo do BH4 é autossômica recessiva, sendo responsáveis por aproximadamente 2% dos pacientes com níveis elevados de fenilalanina.

Quadro Clínico

Os pacientes afetados geralmente apresentam HAP e/ou deterioração neurológica progressiva durante a infância devido à diminuição da produção dos neurotransmissores dopamina, epinefrina, noradrenalina e serotonina. Os pacientes não tratados geralmente falecem antes de completar um ano.

Diagnóstico 

Qualquer recém-nascido com concentrações elevadas de fenilalanina deve ser testado para deficiência de BH4. O diagnóstico é feito pela medição de concentrações elevadas de biopterina ou neopterina no sangue, urina ou líquido cefalorraquidiano.

Tratamento

A deficiência de BH4 é tratada com uma dieta pobre em fenilalanina e suplementação com BH4. Isso diminuirá as concentrações de fenilalanina, mas não melhorará o estado neurológico. Os precursores do neurotransmissor, L-dopa, carbidopa, e serotonina, também são fornecidos.

Alimentos com alto e medio teor de proteína. UpToDate

Venha fazer parte da maior plataforma de Medicina do Brasil! O Estrategia MED possui os materiais mais atualizados e cursos ministrados por especialistas na área. Não perca a oportunidade de elevar seus estudos, inscreva-se agora e comece a construir um caminho de excelência na medicina!

Curso Intensivo de Residência Médica - Estratégia MED

Veja também: 

Referências Bibliográficas 

  1. Olaf A Bodamer. Overview of phenylketonuria. UpToDate, 2023. Disponível em: UpToDate
  2. Eric T Rush. Phenylketonuria (PKU). Medscape, 2020. Disponível em: Medscape
Você pode gostar também