Resumo sobre Líquido Amniótico: definição, função e mais!
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Resumo sobre Líquido Amniótico: definição, função e mais!

E aí, doc! Vamos abordar mais um tema relevante? Agora, falaremos sobre o Líquido Amniótico, uma substância essencial para o desenvolvimento e proteção do feto durante a gravidez.

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Vamos nessa!

Sistema Amniótico

O sistema amniótico consiste no âmnio, que é a membrana que envolve o feto, e no líquido amniótico, que preenche a cavidade ao redor do feto. Juntos, esses componentes formam uma unidade funcional que desempenha papéis fundamentais no desenvolvimento fetal.

O âmnio é uma membrana fina e resistente composta por cinco camadas, sendo a mais interna o epitélio amniótico, que secreta colágeno e glicoproteínas que ajudam a formar a membrana basal. 

Ele envolve diretamente o feto e, durante a gravidez, reveste também o cordão umbilical, formando sua cobertura epitelial. Não possui vasos sanguíneos ou nervos, recebendo seus nutrientes diretamente do líquido amniótico.

Formação da cavidade amniótica
Fonte: Rezende obstetrícia (MONTENEGRO; REZENDE FILHO, 2017)

O líquido amniótico atua como uma proteção física contra choques mecânicos e permite o movimento do feto, essencial para o desenvolvimento adequado dos músculos e ossos. Além disso, o líquido amniótico é vital para o desenvolvimento dos pulmões fetais, promovendo a expansão e contração dos brônquios, prevenindo a hipoplasia pulmonar. Durante a gravidez, o volume desse líquido aumenta de maneira progressiva, atingindo aproximadamente 1.000 mL perto do final da gestação.

Definição de líquido amniótico

O líquido amniótico é o fluido que envolve o feto durante a gestação, desempenhando diversas funções essenciais para o desenvolvimento fetal. No primeiro trimestre, sua composição é isotônica em relação ao plasma materno e fetal, originando-se principalmente do transudato do plasma do feto através da pele ainda não queratinizada. 

À medida que a gestação avança, a composição do líquido amniótico diverge do plasma, com diminuição da osmolaridade e da concentração de sódio, efeito causado pela produção de urina fetal diluída.

Durante a segunda metade da gravidez, a urina fetal se torna a principal fonte de líquido amniótico, ao lado da secreção de líquido pelos pulmões do feto. A remoção do líquido ocorre principalmente pela deglutição fetal e absorção intramembranosa. A concentração de substâncias como ureia, creatinina e ácido úrico aumenta progressivamente, tornando-se mais elevada do que no plasma fetal. 

O volume do líquido amniótico também sofre variações ao longo da gestação, crescendo até a 38ª semana e diminuindo posteriormente, sendo comum a redução acentuada em casos de gestação prolongada.

Função do líquido amniótico

  • Proteção contra lesões mecânicas: o líquido amniótico atua como um amortecedor, protegendo o feto de impactos externos.
  • Facilitação dos movimentos do feto: permite que o feto se mova livremente, prevenindo contraturas dos membros.
  • Prevenção de adesões: evita a formação de aderências entre o feto e o âmnio.
  • Desenvolvimento pulmonar: possibilita o movimento de vaivém do líquido nos bronquíolos, essencial para o desenvolvimento adequado dos pulmões fetais. A ausência de líquido pode resultar em hipoplasia pulmonar.

Produção de líquido amniótico

No primeiro trimestre, o líquido é isomolar com o plasma materno e fetal. Durante esse período, a principal fonte de líquido amniótico é a passagem de água e eletrólitos pela pele fetal, que ainda não foi queratinizada. 

Essa via representa a maior contribuição para a formação do líquido nas fases iniciais da gravidez. A partir da 10ª semana, os rins fetais começam a excretar urina, contribuindo gradativamente para a composição do líquido amniótico.

Nos segundo e terceiro trimestres, a produção de urina fetal se torna a principal fonte de líquido amniótico. O volume urinário aumenta significativamente à medida que a gestação avança, alcançando cerca de 1.224 mL por dia ao termo. 

A produção de urina é essencial para manter o volume adequado de líquido amniótico, e qualquer alteração nesse processo, como a obstrução da excreção urinária ou hipóxia fetal, pode resultar em oligoidrâmnio, uma condição de volume reduzido de líquido amniótico.

Além dos rins, os pulmões fetais também contribuem para a formação do líquido amniótico. A partir da 7ª semana, o líquido pulmonar começa a ser liberado pela traqueia, sendo parte deglutida pelo feto e outra parte misturada ao líquido amniótico. 

No final da gestação, os pulmões fetais liberam cerca de 340 mL de líquido por dia, dos quais aproximadamente metade é deglutida e a outra metade é adicionada ao volume do líquido amniótico.

Trocas amnióticas

As trocas amnióticas envolvem processos biológicos essenciais para a manutenção e o equilíbrio do líquido amniótico, que protege e favorece o desenvolvimento do feto. A água, elemento principal do líquido amniótico, atravessa as membranas amniocoriais em resposta a gradientes osmóticos ou hidrostáticos, sendo esse um processo passivo, sem gasto de energia. 

Isso ocorre porque não há evidência de transporte ativo ou secreção de água pelo tecido amniocorial. Assim, no terceiro trimestre, o movimento da água é realizado por osmose, indo da cavidade amniótica para os compartimentos fetais, de acordo com os gradientes químicos entre o líquido amniótico e os fluidos fetais.

O fluxo de água através das membranas é realizado de duas formas principais. O fluxo em massa ocorre em presença de um gradiente, onde a água se move por tecidos porosos, como o âmnio, a taxas muito maiores do que o que seria observado na difusão simples. Esse movimento é passivo, não requerendo energia e sendo facilitado por poros ou canais que permitem o deslocamento da água como solvente.

Outra forma de troca é o fluxo através de membrana semipermeável. O âmnio é altamente permeável à água, porém impede a passagem de moléculas grandes, como a albumina. Substâncias menores, como ureia e glicose, atravessam o âmnio mais rapidamente, mas exercem um efeito osmótico menor em comparação com as macromoléculas. 

As moléculas maiores são responsáveis pela força osmótica que regula a movimentação de água entre o líquido amniótico e os fluidos fetais, promovendo o equilíbrio necessário para o desenvolvimento fetal saudável.

Reabsorção do líquido amniótico

A reabsorção do líquido amniótico ocorre principalmente através da deglutição fetal, sendo essa a maior via de remoção durante a segunda metade da gestação. O feto engole o líquido, e essa deglutição desempenha um papel crucial na manutenção do equilíbrio do volume de líquido amniótico. 

Em casos de anormalidades, como obstruções no trato gastrointestinal, o feto pode ser incapaz de deglutir adequadamente, levando ao acúmulo de líquido amniótico, uma condição conhecida como polidrâmnio. Embora o volume de líquido deglutido seja menor do que a quantidade de urina fetal excretada, o equilíbrio fisiológico impede o desenvolvimento dessa condição em situações normais.

Além da deglutição, a reabsorção do líquido amniótico também ocorre pela via intramembranosa. Essa rota consiste na absorção do líquido através do âmnio placentário, transportando o fluido para os vasos fetais da placa corial. 

A via intramembranosa compensa o excesso de líquido produzido pelos rins e pulmões fetais, permitindo que o volume do líquido amniótico se mantenha relativamente constante durante a segunda metade da gestação. Esse processo é facilitado por aquaporinas, canais de água nas membranas celulares que permitem a passagem de líquidos e algumas moléculas maiores.

Por outro lado, a via transmembranosa, que envolve a passagem de líquido do âmnio membranoso para os vasos maternos deciduais, desempenha um papel mínimo na reabsorção do líquido amniótico. A contribuição dessa rota é insignificante, correspondendo a apenas cerca de 10 mL por dia ao termo. 

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Referências

MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa; REZENDE FILHO, Jorge de. Rezende obstetrícia. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

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