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O que é a poliomielite?
A poliomielite é uma doença altamente contagiosa e potencialmente grave causada pelo poliovírus que afeta principalmente crianças menores de 5 anos de idade. O último caso confirmado de poliomielite no Brasil foi em 1989, entretanto ela não está erradicada no mundo. Atualmente, existe transmissão endêmica no Afeganistão, na Nigéria e no Paquistão, de modo que sempre há o risco de reemergência da doença em nosso território.
Transmissão da poliomielite
A transmissão do poliovírus ocorre pelo ciclo oral-fecal, pelo consumo de água e alimentos contaminados com fezes que contém o vírus. Assim, em locais com saneamento básico inadequado, como em algumas regiões do Brasil, o risco de surtos da doença é elevado, principalmente, se não houver alta cobertura vacinal da população.
Sintomas da poliomielite
A grande maioria das infecções pelo poliovírus é assintomática, porém 5% dos pacientes desenvolvem doença leve, com sintomas inespecíficos como: febre, mialgia, dor de garganta e cefaleia, que regridem em, aproximadamente, 3 dias. Já 1% dos infectados desenvolvem meningite asséptica, que é a poliomielite não paralítica.
Porém, a forma mais grave é a poliomielite paralítica, que ocorre em 1 a cada 200 infecções. Nesse caso, a meningite asséptica é seguida de fortes dores nas costas, pescoço e músculos com aumento progressivo de fraqueza motora. Associada a essa perda de força, pode haver retenção urinária, perda de reflexos nos membros afetados, disfagia e insuficiência respiratória.
A maioria dos pacientes recupera parte das funções perdidas semanas após a infecção, contudo cerca de dois terços dos que apresentam essa forma grave da doença ficam com sequelas neurológicas irreversíveis.
Diagnóstico
A doença deve ser suspeitada sempre que houver surgimento repentino de problemas motores ou perda de tônus muscular, com hiporreflexia de áreas paralisadas, acompanhados de febre. A confirmação é feita com o isolamento do vírus nas fezes ou pela detecção do material genético do poliovírus no sangue, com a realização de reação em cadeia da polimerase – PCR. Um diagnóstico diferencial importante da poliomielite é a síndrome de Guillain-Barré.
Tratamento
O tratamento da poliomielite é apenas de suporte, pois não existe antiviral que impeça a progressão da doença. Dessa maneira, durante a fase mais aguda da infecção, deve ser ofertado apoio nutricional e ventilatório, passagem de sonda vesical e monitorização das condições clínicas do paciente. Quando houver sequelas neurológicas permanentes, a pessoa precisa ser encaminhada para serviços de reabilitação para melhorar a funcionalidade no dia a dia.
Vacina contra a poliomielite
Existem dois tipos de vacinas contra a poliomielite:
- Vacina oral: também conhecida como Sabin, é administrada em gotas e contém o vírus vivo atenuado; e
- Vacina injetável: é aplicada por via intramuscular e pode também ser chamada como vacina Salk. Contém o vírus inativado.
Atualmente, devido à pouca circulação do poliovírus no mundo e devido ao risco de reativação do vírus vivo atenuado no organismo, que atualmente é maior do que o de se infectar na comunidade, aplica-se primeiro a vacina Salk, que confere certa proteção e depois utiliza-se a Sabin.
As vantagens da vacina oral é produzir imunidade intestinal e eliminar o poliovírus atenuado no meio ambiente, o que, em locais com tratamento de água inadequado, permite que outras pessoas tenham contato com o vírus devido ao ciclo oral-fecal e também fiquem protegidas.
No Programa Nacional de Imunizações – PNI – a vacina contra a poliomielite está disponível gratuitamente para todas as crianças menores de 5 anos de idade. O esquema vacinal proposto no calendário é de três doses da vacina Salk, a primeira deve ser aplicada aos 2 meses, a segunda, aos 4 meses e a terceira, aos 6 meses. Aos 15 meses, é dada a primeira dose da Sabin e aos 4 anos, a segunda dose.
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