Resumo de agorafobia: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de agorafobia: diagnóstico, tratamento e mais!

A agorafobia faz parte dos transtornos de ansiedade, está relacionada ao medo de situações do dia-a-dia e gera sofrimento a quem é acometido. Confira os principais aspectos referentes a este transtorno, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

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Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à agorafobia.

  • Agorafobia é a ansiedade ou evitação de certas situações cotidianas.
  • Pessoas do sexo feminino têm uma probabilidade duas vezes maior de desenvolver o transtorno.
  • Geralmente está relacionado a outros transtornos, principalmente a transtorno de pânico.
  • A principal psicoterapia indicada é a terapia cognitiva comportamental (TCC).
  • Os agentes medicamentosos de escolha são os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS).  

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Definição da doença

A agorafobia é definida no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana, Quinta Edição (DSM-5) como medo ou ansiedade acentuado ou intenso desencadeado pela exposição real ou prevista a diversas situações, como usar transporte público, ficar em filas, sair de casa sozinho e permanecer em locais abertos. 

A agorafobia ocorre mais comumente em conjunto com o transtorno do pânico. O medo, ansiedade ou esquiva deve ser desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural. 

Epidemiologia e patogênese da agorafobia

Segundo DSM-V, a cada ano, 1,7% dos adolescentes e adultos têm um diagnóstico de agorafobia quando associado a transtorno de pânico. A taxa de prevalência ao longo da vida sem transtorno do pânico é menor, estimada em 0,8% em uma grande pesquisa na comunidade. A agorafobia também é altamente comórbida com outros transtornos de ansiedade (49 a 64%) e transtornos depressivos (33,1 a 52%). 

Os fatores de risco para agorafobia incluem a presença de transtorno do pânico, idade mais jovem, sexo feminino e presença de outras fobias. Pessoas do sexo feminino têm uma probabilidade duas vezes maior do que as do masculino de apresentar o transtorno. A agorafobia pode ocorrer na infância, mas a incidência atinge o pico no fim da adolescência e início da idade adulta, sendo menos prevalentes em idosos. 

Das várias fobias, a agorafobia é a que tem associação mais forte e mais específica com o fator genético, com herdabilidade de 61%, segundo estudos de agregação familiar.  

Manifestações clínicas e diagnóstico de agorafobia

A principal manifestação da agorafobia é a ansiedade e/ou evitação de certas situações (critério diagnóstico A). Indivíduos com agorafobia frequentemente relatam medo de sintomas de pânico e podem ou não ter um histórico de ataques de pânico.

Lista de situações:

  • Uso de transporte público
  • Multidões
  • Espaços abertos
  • Ficar em casa sozinho
  • Permanecer em locais fechados
  • Permanecer em uma fila

Na maioria dos casos, os indivíduos descrevem evitar situações por medo de experimentar sintomas de pânico e consequente constrangimento ou sentimento de desamparo. 

Uma abordagem diagnóstica completa deve tentar descobrir o foco do medo do paciente, uma gama de situações temidas, as razões para evitar, os fatores que influenciam a natureza e a intensidade do medo, comportamentos de segurança utilizados pelo paciente e consideração cuidadosa de condições médicas alternativas ou concomitantes, incluindo transtornos psiquiátricos

O indivíduo tem medo ou evita (sintoma evitativo) essas situações devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores (critério diagnóstico B). 

Segundo o DSM-5, além dos sintomas referentes a situações já citadas (critério A) e os sintomas evitativos (critério B), fazem-se necessário para o diagnóstico os seguintes critérios: 

C. O medo ou ansiedade é evocado quase todas as vezes em que o indivíduo entra em contato com a situação temida.

D. As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, requerem a presença de uma companhia ou são suportadas com intenso medo ou ansiedade. 

E. O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural. 

F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses.

G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 

H. Nenhuma outra condição médica justifica o quadro. 

I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental.

Tratamento de agorafobia

O tratamento inicial é baseado em psicoterapia e terapia medicamentosa. Em relação a psicoterapia, o tratamento com terapia cognitivo-comportamental (TCC) é mais indicada, não por demonstrar superioridade, mas por ser apoiada por um número maior de ensaios clínicos randomizados com mais participantes em comparação com outras psicoterapias. 

Para indivíduos que preferem farmacoterapia, normalmente é iniciado um inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS), como fluoxetina ou sertralina. Deve ser iniciado com doses mais baixas do que para a depressão, pois os indivíduos com transtorno do pânico são excepcionalmente sensíveis aos efeitos de superestimulação dos antidepressivos. Alguns exemplos de esquema terapêutico são:

Sertralina: dose inicial seria de 25 mg, podendo aumentar conforme tolerado em 25 a 50 mg até o limite inferior da faixa terapêutica, 50 a 75 mg. Se não houver resposta terapêutica, pode-se alcançar doses até 200 mg por dia. 

Escitalopram ou Fluoxetina: dose inicial de 5 a 10mg, titulando a dose para cima de maneira semelhante ao que fazemos para a sertralina até a dose máxima, 30 mg para escitalopram e 60 mg para fluoxetina. 

Os medicamentos eficazes devem ser mantidos por um período de pelo menos um ano após o controle dos sintomas,associado a psicoterapia.

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Referências bibliográficas:

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