Resumo de Albinismo: conceito, causas, tratamento e mais!
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Resumo de Albinismo: conceito, causas, tratamento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! O albinismo é uma condição genética hereditária que resulta na produção reduzida ou ausente de melanina, afetando a pigmentação da pele, dos cabelos e dos olhos. Além das alterações estéticas, essa deficiência impacta diretamente a saúde ocular e dermatológica, aumentando a vulnerabilidade a danos causados pela radiação ultravioleta e comprometendo a acuidade visual. Abaixo trouxemos o conceito geral, fisiopatologia e epidemiologia, além de fatores de risco, sintomas e diagnóstico, bem como o diagnóstico diferencial, tratamento, prognóstico e complicações.

“A ausência de melanina não afeta apenas a pigmentação, mas também o desenvolvimento da fóvea e das vias ópticas, resultando em comprometimento da acuidade visual e na percepção de profundidade”.

Conceito de Albinismo

O albinismo é um grupo de condições genéticas caracterizadas pela redução ou ausência de melanina na pele, cabelos e olhos. Essa deficiência na pigmentação ocorre devido a mutações em genes que afetam a produção ou o transporte de melanina, pigmento essencial para a proteção contra a radiação ultravioleta e o desenvolvimento normal das estruturas oculares.

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Como Ocorre o Albinismo

O albinismo resulta de mutações genéticas que comprometem a produção, o transporte ou o armazenamento de melanina nos melanócitos. Essas células, derivadas da crista neural, mantêm sua quantidade normal na epiderme, mas a atividade enzimática necessária para a biossíntese da melanina está prejudicada.

A produção de melanina ocorre nos melanossomos, organelas especializadas dentro dos melanócitos. O primeiro passo essencial para a síntese do pigmento envolve a conversão da L-tirosina em L-DOPA e, em seguida, em DOPAquinona, reação catalisada pela enzima tirosinase. A partir dessa etapa, a melanina pode seguir duas vias principais: 

  • Eumelanina: pigmento escuro responsável pela coloração marrom a preta da pele e cabelos. 
  • Feomelanina: pigmento mais claro, encontrado em indivíduos de cabelos loiros ou ruivos. 

No albinismo, mutações em genes específicos afetam diferentes pontos dessa via metabólica. No OCA1, por exemplo, a mutação no gene TYR leva à perda da atividade da tirosinase, impedindo a conversão de tirosina em melanina. Em outros subtipos, como o OCA2, a mutação compromete a estrutura dos melanossomos, reduzindo sua capacidade de armazenamento e transporte do pigmento.

Fatores de Risco para Albinismo

O albinismo é uma condição genética rara, com prevalência variável de acordo com a população estudada. Globalmente, estima-se que sua incidência esteja entre 1:17.000 a 1:20.000 nascidos vivos, mas em algumas regiões a frequência é consideravelmente maior.

  1. Histórico familiar: a presença de mutações recessivas nos genes responsáveis pela síntese de melanina aumenta o risco de herança do albinismo, especialmente em famílias com histórico da condição.
  1. Consanguinidade: casamentos entre parentes próximos elevam a probabilidade de um indivíduo herdar duas cópias mutadas de um gene recessivo, aumentando a incidência do albinismo em determinadas populações.
  1. Distribuição geográfica e genética populacional: a prevalência do albinismo varia conforme a população, sendo mais comum em regiões da África Subsaariana e em comunidades isoladas, onde certas mutações genéticas são mais frequentes.
  1. Presença de outras síndromes genéticas: algumas condições genéticas, como as síndromes de Hermansky-Pudlak e Chediak-Higashi, estão associadas ao albinismo e incluem manifestações sistêmicas, além da hipopigmentação.

Sintomas do Albinismo

  • Alterações cutâneas: a pele dos indivíduos com albinismo apresenta hipopigmentação, variando de branca a tons mais claros. A ausência de melanina reduz a proteção contra a radiação ultravioleta, aumentando o risco de queimaduras solares e envelhecimento precoce. Pessoas com albinismo têm maior propensão a desenvolver lesões cutâneas, incluindo câncer de pele, como carcinoma basocelular e espinocelular. A exposição solar deve ser minimizada com o uso de protetores solares e roupas adequadas.
  • Alterações capilares: a cor dos cabelos pode variar de branco a loiro-claro, dependendo do subtipo de albinismo. Em alguns casos, ocorre um leve escurecimento com o tempo, principalmente em indivíduos com produção residual de melanina.
  • Alterações oculares: a fotofobia é um sintoma frequente, pois a íris tem pouca pigmentação, permitindo a entrada excessiva de luz na retina. Isso pode causar desconforto e prejudicar a visão em ambientes muito iluminados. O nistagmo, caracterizado por movimentos involuntários dos olhos, é comum e afeta a fixação visual. Isso dificulta a leitura e tarefas que exigem precisão visual. O estrabismo também pode estar presente, resultando de uma conexão anormal entre os olhos e o cérebro. Essa alteração compromete a visão binocular e a percepção de profundidade.

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Diagnóstico do Albinismo

O diagnóstico do albinismo é essencialmente clínico e se baseia na observação das características físicas do paciente. A hipopigmentação da pele, cabelos e olhos é um dos principais achados, embora a intensidade possa variar conforme o subtipo da condição. 

Exame Oftalmológico 

O exame oftalmológico detalhado é um dos principais métodos para confirmar o diagnóstico. Alterações como transiluminação da íris, fóvea hipoplásica e malformações do nervo óptico são características marcantes da condição. A eletrorretinografia e o potencial evocado visual (PEV) podem ser solicitados para avaliar a integridade das vias ópticas e confirmar a decussação anormal das fibras do nervo óptico que ocorre em indivíduos com albinismo.

Testes Genéticos 

A confirmação molecular do albinismo pode ser realizada por testes genéticos, especialmente em casos atípicos ou quando há necessidade de diferenciar os subtipos da condição. A análise genética permite identificar mutações em genes específicos, como TYR (OCA1), OCA2, TYRP1 (OCA3) e SLC45A2 (OCA4), auxiliando no diagnóstico diferencial entre os diferentes tipos de albinismo e outras condições de hipopigmentação.

Diagnóstico Diferencial

O diagnóstico diferencial do albinismo inclui piebaldismo e vitiligo, que apresentam padrões de despigmentação distintos e preservação da função visual. A síndrome de Waardenburg pode causar hipopigmentação associada a alterações auditivas. Já as síndromes de Hermansky-Pudlak e Chediak-Higashi devem ser consideradas quando há distúrbios hemorrágicos, imunodeficiências ou manifestações sistêmicas.

Tratamento do Albinismo 

O albinismo não tem cura, e o tratamento é focado na prevenção de complicações e na melhoria da qualidade de vida. 

  • Proteção solar: o uso diário de protetor solar de amplo espectro (FPS ≥ 50), roupas de manga longa, chapéus e óculos escuros é essencial para reduzir o risco de queimaduras e câncer de pele. 
  • Cuidados oftalmológicos: óculos com lentes corretivas ajudam a melhorar a acuidade visual, e o uso de lentes escuras pode reduzir a fotofobia. Em alguns casos, a cirurgia pode ser indicada para corrigir o estrabismo e melhorar o alinhamento ocular. 
  • Acompanhamento dermatológico: exames regulares são necessários para monitorar e tratar precocemente possíveis lesões cutâneas. 
  • Apoio educacional e social: programas de reabilitação visual e suporte psicossocial ajudam na adaptação escolar e na inclusão social, melhorando a autonomia dos pacientes.

Evolução

O prognóstico do albinismo depende da gravidade das manifestações oftalmológicas e dermatológicas. Com acompanhamento adequado, a expectativa de vida é normal, mas a qualidade de vida pode ser impactada pela deficiência visual e pelo risco aumentado de câncer de pele.

Complicações

  • Problemas visuais: nistagmo, fotofobia, estrabismo e baixa acuidade visual podem limitar atividades diárias e profissionais. 
  • Danos cutâneos: exposição crônica ao sol aumenta o risco de queimaduras, envelhecimento precoce e neoplasias cutâneas, como carcinoma basocelular e espinocelular. 
  • Complicações sistêmicas: em albinismos sindrômicos, podem ocorrer hemorragias, infecções recorrentes, doenças pulmonares e distúrbios gastrointestinais, exigindo um acompanhamento multidisciplinar.

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Referências Bibliográficas 

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Ações estratégicas de cuidado em saúde para pessoas com albinismo: orientações técnicas para gestores e trabalhadores da Atenção Primária à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.
  1. FEDERICO, Justin R.; KRISHNAMURTHY, Karthik. Albinism. In: STATPEARLS. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK519018/.
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