Resumo de Broncoaspiração: conceito, causas e mais!

Resumo de Broncoaspiração: conceito, causas e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A broncoaspiração é um evento crítico em que substâncias como alimentos, líquidos, saliva ou vômito são inaladas inadvertidamente para as vias aéreas inferiores. Isso pode causar complicações graves, como pneumonite, pneumonia e atelectasia. É especialmente comum em ambientes hospitalares, durante anestesia geral, em unidades de terapia intensiva e em emergências médicas.

Vem com o Estratégia MED conhecer as principais causas de broncoaspiração, como é feito o diagnóstico e as possíveis complicações associadas a broncoaspiração.

Conceito de Broncoaspiração 

A broncoaspiração ocorre quando substâncias, como alimentos, líquidos, saliva ou vômito, são inadvertidamente inaladas para as vias aéreas inferiores. Esse fenômeno pode resultar em complicações graves, como inflamação pulmonar, infecção e obstrução das vias respiratórias. A broncoaspiração é uma preocupação significativa em ambientes hospitalares, especialmente em pacientes submetidos a anestesia geral, em unidades de terapia intensiva e durante procedimentos de emergência. 

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Causas de Broncoaspiração 

A broncoaspiração pode ser causada por diversos fatores que comprometem a proteção natural das vias aéreas inferiores. As principais causas incluem: 

  1. Consciência reduzida: pacientes com níveis de consciência diminuídos, como aqueles sob efeito de sedativos ou anestesia geral, têm maior risco de broncoaspiração devido à perda dos reflexos protetores, como a tosse. 
  1. Distúrbios de deglutição: condições neurológicas, como acidente vascular cerebral (AVC), doença de Parkinson e esclerose lateral amiotrófica (ELA), podem afetar a coordenação dos músculos envolvidos na deglutição, aumentando o risco de aspiração. 
  1. Refluxo gastroesofágico: a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) pode levar ao retorno do conteúdo gástrico para o esôfago e, eventualmente, para as vias respiratórias. 
  1. Procedimentos médicos: intubação orotraqueal, traqueostomia, broncoscopia e endoscopia digestiva alta podem causar lesões mecânicas ou disfunção dos esfíncteres esofágico e glótico, facilitando a aspiração. 
  1. Alimentação por sonda: pacientes alimentados por sonda nasogástrica ou gastrostomia têm risco aumentado de broncoaspiração, especialmente se a sonda estiver mal posicionada ou se houver refluxo do conteúdo gástrico. 
  1. Cirurgias: procedimentos cirúrgicos que envolvem a via aérea superior, esôfago ou estômago, bem como a realização de cirurgias sem jejum pré-operatório adequado, podem predispor à broncoaspiração. 
  1. Outros fatores: gravidez, obesidade, íleo adinâmico e o uso de certos medicamentos que diminuem a motilidade gastrointestinal ou aumentam o risco de vômitos podem também contribuir para a broncoaspiração.

Quadro Clínico da Broncoaspiração  

O quadro clínico da broncoaspiração pode variar amplamente, dependendo da quantidade e do tipo de material aspirado, além da condição geral do paciente. A apresentação clínica pode ser aguda ou insidiosa, com sintomas que vão desde leves desconfortos respiratórios até insuficiência respiratória grave. Os principais sinais e sintomas incluem: 

Sintomas Respiratórios Agudos

  • Dispneia: dificuldade para respirar, que pode ser leve a severa. 
  • Tosse: pode ser persistente e, em alguns casos, acompanhada de expectoração. Sibilos: Som agudo durante a respiração, indicando obstrução das vias aéreas.
  • Estridor: som áspero durante a respiração, geralmente sinal de obstrução das vias aéreas superiores. 
  • Cianose: coloração azulada da pele e mucosas devido à baixa oxigenação. 

Sinais Clínicos Durante a Alimentação

  • Tosse ou engasgo: ocorrendo durante ou imediatamente após a ingestão de alimentos, ou líquidos. 
  • Alteração na voz: voz molhada ou gorgolejante após a alimentação. 
  • Desconforto respiratório: notado durante ou logo após a alimentação. 
  • Sialorreia: aumento da produção de saliva. 

Sinais de Complicações Pulmonares

  • Hipoxemia: níveis baixos de oxigênio no sangue, detectados por oximetria de pulso ou gasometria arterial. 
  • Febre: pode ser sinal de infecção secundária, como pneumonia por aspiração. 
  • Infiltrados Pulmonares: evidenciados em exames de imagem, como radiografia de tórax, mostrando áreas de consolidação ou atelectasia. 
  • Crepitações: ruídos finos auscultados nos pulmões, indicativos de inflamação ou líquido nas vias aéreas. 

Manifestações Sistêmicas

  • Sudorese: suor excessivo, especialmente se associado a desconforto respiratório. 
  • Alteração do estado mental: em casos graves, pode ocorrer confusão ou letargia. 

Sinais de Insuficiência Respiratória

  • Taquipneia: respiração rápida, geralmente acima de 20 respirações por minuto em adultos. 
  • Uso de músculos acessórios: incluindo retrações intercostais e uso de músculos do pescoço para auxiliar na respiração. 
  • Bradicardia ou taquicardia: alterações na frequência cardíaca, que podem ser respostas à hipoxemia ou estresse respiratório.

Diagnóstico da Broncoaspiração 

O diagnóstico de broncoaspiração é desafiador e requer uma combinação de avaliação clínica, exames de imagem e testes laboratoriais. Os exames de imagem são essenciais para confirmar a presença de material aspirado e avaliar a extensão do dano pulmonar: 

  • Radiografia de tórax: pode mostrar infiltrados pulmonares, atelectasias ou áreas de consolidação, especialmente nos lobos inferiores dos pulmões. 
  • Tomografia Computadorizada (TC) de Tórax: fornece imagens mais detalhadas, ajudando a localizar pequenas áreas de aspiração que podem não ser visíveis na radiografia de tórax. 

Além disso, a gasometria arterial pode ser usada para avaliar a troca gasosa nos pulmões e detectar hipoxemia ou hipercapnia. A broncoscopia também pode ser utilizada para a visualização direta das vias aéreas e remoção de material aspirado.

A coleta de amostras de secreções respiratórias para cultura pode identificar infecções bacterianas secundárias e, para pacientes com suspeita de distúrbios de deglutição, os testes de deglutição são úteis para avaliar a função de deglutição e risco de aspiração.

Complicações da Broncoaspiração 

A broncoaspiração pode levar a várias complicações graves, dependendo da quantidade e tipo de material aspirado, além da condição subjacente do paciente. As principais complicações incluem:

  • Pneumonite química;
  • Pneumonia por aspiração;
  • Atelectasia;
  • Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA);
  • Infecções secundárias; e
  • Insuficiência respiratória.

Tratamento da Broncoaspiração 

O tratamento da broncoaspiração visa remover os materiais aspirados das vias aéreas, tratar complicações associadas e prevenir novos episódios. A abordagem pode variar dependendo da gravidade da aspiração e das condições subjacentes do paciente.

Primeiramente, o paciente deve ser posicionado adequadamente, geralmente em posição lateral ou semi-Fowler, e as vias aéreas devem ser aspiradas para remover secreções e materiais aspirados. A administração de oxigênio suplementar ajuda a corrigir a hipoxemia.

Durante procedimentos perioperatórios, a intubação orotraqueal é crucial para proteger as vias aéreas. O tubo endotraqueal deve ser aspirado para remover substâncias aspiradas, evitando a lavagem com solução salina para não espalhar o conteúdo aspirado.

Prevenção da Broncoaspiração 

A prevenção da broncoaspiração é fundamental para reduzir o risco de complicações graves, como pneumonite e pneumonia. Implementar medidas preventivas adequadas pode melhorar significativamente os resultados dos pacientes. Aqui estão as principais estratégias de prevenção: 

Posicionamento Adequado 

  • Durante a alimentação: o paciente deve estar sentado com a cabeceira elevada entre 60° e 90° durante as refeições e permanecer nessa posição por pelo menos 30 minutos após comer para evitar refluxo e aspiração. 
  • Posição no leito: manter a cabeceira do leito elevada entre 30° e 45° em todos os momentos, especialmente para pacientes em risco elevado de broncoaspiração. 

Cuidados com a Alimentação 

  • Consistência da dieta: utilizar dietas com consistência adaptada, como alimentos amassados ou líquidos espessados, para pacientes com dificuldade de deglutição. 
  • Alimentação assistida: supervisionar e auxiliar pacientes com dificuldades para comer, garantindo que a alimentação ocorra de maneira segura. 

Uso de Sondas Enterais

  • Verificação da posição da sonda: confirmar regularmente a posição correta da sonda nasoenteral ou de gastrostomia. 
  • Fixação adequada: assegurar que a sonda esteja bem fixada para evitar deslocamentos acidentais. Cabeceira Elevada: Manter a cabeceira elevada durante a administração de dieta enteral. 

Higiene Oral 

  • Higiene diária: realizar a higiene oral diariamente, removendo resíduos de alimentos e saliva acumulados. 
  • Cuidados dentários: garantir que próteses dentárias estejam bem ajustadas e que a cavidade oral esteja limpa. 

Educação e Treinamento 

  • Técnicas de alimentação segura: ensinar técnicas adequadas de alimentação e posicionamento. 
  • Reconhecimento de sinais de alerta: orientar sobre os sinais de alerta de broncoaspiração, como tosse, engasgos e mudanças na voz.

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Veja Também

Referências Bibliográficas 

  1. Accioly, S. T. A., Alencar, A., Novaes, O., & Rodrigues, S. (2022). Protocolo Assistencial: Identificação de broncoaspiração por disfagia orofaríngea em pacientes com pneumonia comunitária. Revista Científica Hospital Santa Izabel, 6(1), 53-61. 
  1. Hospital Santa Izabel. (2022). Protocolo de Prevenção: Broncoaspiração.
  1. Imagem em destaque: Pixabay
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