Resumo de câncer de tireoide: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de câncer de tireoide: diagnóstico, tratamento e mais!

O câncer de tireoide é uma neoplasia maligna que possui alta taxa de sobrevida se diagnosticada precocemente. Por este motivo, é importante que o médico saiba reconhecer como avaliar um nódulo tireoidiano na prática. 

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Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes ao câncer de tireoide:

  • São classificados em câncer de tireoide diferenciado, medular e anaplásico (indiferenciado). 
  • Mutações e translocações nos genes que codificam a via de sinalização celular da proteína quinase ativada por mitogênio (MAPK) foram implicadas na base genética da maioria dos cânceres de tireoide. 
  • A manifestação mais comum é como um nódulo na tireoide. 
  • A biópsia aspirativa por agulha fina (BAAF) é o método mais preciso para avaliar nódulos tireoidianos suspeitos de câncer e selecionar pacientes para cirurgia tireoidiana.
  • A cirurgia é a terapia de primeira linha para tumores diferenciados. 

O que é câncer de tireoide

O câncer de tireoide representa a neoplasia maligna que surge das células do parênquima tireoidiano. Pode ser classificado em câncer diferenciado de tireoide, que são derivados das células foliculares da tireoide e compreende o câncer papilar da tireoide (CPT), o câncer folicular da tireoide (CFT) e o câncer de células de Hurthle, que representam 90-95% de todas as neoplasias malignas da tireoide.

Por outro lado, o carcinoma medular de tireoide (CMT), derivados das células parafoliculares, e o câncer indiferenciado (anaplásico) são responsáveis pela minoria (cerca de 3%) dos casos dos cânceres. 

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Epidemiologia e patogênese do câncer de tireoide 

O câncer de tireoide representa de 1% a 4% de todas as neoplasias malignas e é o quinto câncer mais comum em mulheres nos Estados Unidos. O número de novos casos de câncer de tireoide é estimado em 12,9 por 100.000 homens e mulheres anualmente, e o número de mortes associadas é estimado em 0,5 por 100.000 homens e mulheres anualmente. 

O câncer de tireoide ocorre com mais frequência em mulheres do que em homens, em uma proporção aproximada de 3:1. Pode ocorrer em qualquer faixa etária, com idade média de 50 anos no momento do diagnóstico. 

A herança genética parece ser mais importante no CMT, com ocorrência familiar em 15 a 30% dos casos. O câncer diferenciado possui ocorrência familiar de aproximadamente 5%. Mutações e translocações nos genes que codificam a via de sinalização celular da proteína quinase ativada por mitogênio (MAPK) foram implicadas na base genética da maioria dos cânceres de tireoide. 

Manifestações clínicas do câncer de tireoide

A manifestação mais comum é como um nódulo na tireoide. No entanto, os nódulos tireoidianos são muito comuns na população em geral, sendo a grande maioria benignos. Independentemente da palpabilidade, aproximadamente 5% dos nódulos tireoidianos detectados são malignos. 

Os sintomas que podem sugerir malignidade incluem um inchaço indolor na parte frontal do pescoço, dificuldade para engolir, dificuldade para respirar, rouquidão ou alteração na voz, entre outros. 

Diagnóstico do câncer de tireoide

Se um nódulo for identificado, a avaliação inicial desses pacientes deve incluir história, exame físico, dosagem do hormônio estimulante da tireoide (TSH) e ultrassonografia da tireoide para caracterizar o nódulo. A USG consegue descrever as características do nódulo, como ecogenicidade, presença de calcificações, tamanho e margens, além da avaliação de estruturas adjacentes. 

#Ponto importante: Não deve-se solicitar USG de rotina para pacientes assintomáticas e ser realizada apenas se houver suspeita de nódulos à palpação da tireoide.

O primeiro passo é solicitar TSH. Se a concentração sérica de TSH estiver abaixo do normal, indicando hipertireoidismo evidente ou subclínico, a possibilidade de hiperfuncionamento do nódulo aumenta e a cintilografia da tireoide deve ser realizada em seguida. Se a concentração sérica de TSH for normal ou elevada e o nódulo atender aos critérios ultrassonográficos para amostragem, o próximo passo na avaliação de um nódulo tireoidiano é uma biópsia.

#Ponto importante: Os nódulos hiperfuncionantes raramente são malignos. 

A biópsia aspirativa por agulha fina (BAAF) é o método mais preciso para avaliar nódulos tireoidianos suspeitos de câncer e selecionar pacientes para cirurgia tireoidiana. A decisão de realizar deve ser baseada na estratificação de risco individual usando a história do paciente, achados clínicos e ultrassonográficos. A presença de fatores de risco para câncer através da história clinica incluem:

  • História familiar de primeiro grau de câncer de tireoide;
  • História de radiação da região cervical;
  • Crescimento rápido do nódulo, sendo que câncer de tireoide parece ser mais comum em nódulos ≥2 cm;
  • Presença de linfonodo cervical aumentado; e
  • Rouquidão.

Em relação aos aspectos ultrassonográficos, a BAAF deve ser realizada em nódulos sólidos e hipoecoicos se tiverem ≥1,5 cm em alguma dimensão. Também deve ser realizada em nódulos sólidos e hipoecogênicos se tiverem entre 1 e 1,5 cm com características ultrassonográficas suspeitas incluindo margens irregulares, microcalcificações, formato mais alto que largo e calcificações periféricas nas bordas.

Tratamento do câncer de tireoide

Se o diagnóstico e tratamento adequados forem realizados precocemente, a taxa de sobrevida em 5 anos é de 98%. Os tratamentos dependem do estadiamento a partir dos BAAF. Os nódulos tireoidianos são classificados em 6 categorias através da classificação de Bethesda, cada uma das quais indica um manejo subseqüente diferente:

  1. Insatisfatório: risco de câncer de 5% a 10%;
  2. Benigno: risco de câncer de 0% a 3%;
  3. Atipia de significado indeterminado ou lesão folicular de significado indeterminado: 6 a 18%;
  4. Neoplasia folicular (ou suspeita de neoplasia folicular): risco de câncer de 25% a 40%;
  5. Suspeita de malignidade: risco de câncer de 50% a 75%; e
  6. Maligno: risco de câncer de 97% a 99%.

A ressecção cirúrgica continua sendo a principal modalidade de tratamento tanto do câncer papilar quanto do câncer folicular, seguida pela ablação com radioiodo quando indicada e terapia de supressão com hormônio tireoidiano. 

A decisão pela dissecção linfonodal deve ser feita paciente a paciente, e ainda há muita controvérsia sobre o benefício comprovado de sobrevida da dissecção profilática de linfonodos.  

A radioterapia e quimioterapia sistêmicas raramente desempenham um papel significativo no tratamento, sendo considerada apenas em um grupo de pacientes cuidadosamente selecionados com uma alta carga de doença metastática ou doença metastática rapidamente progressiva, apesar do tratamento acima (refratário ao iodeto).

Para o câncer medular, a terapia cirúrgica com tireoidectomia total com ressecção de metástases locais e regionais é a base do tratamento. Na ausência de metástase, a dissecção profilática do linfonodo central geralmente é realizada no momento da ressecção.

O câncer indiferenciado é o mais agressivo. A tireoidectomia total está indicada ou radioterapia de feixe externo se o tumor não puder ser excisado cirurgicamente. Outros pacientes receberam tratamento com radiação direcionada e quimioterapia citotóxica após a cirurgia. No entanto, metástases à distância são comuns em pacientes mesmo no diagnóstico inicial devido ao seu curso rapidamente progressivo, podendo ocorrer invasão local na traqueia ou vasculatura, tornando-a irressecável.

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Referências bibliográficas:

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