Resumo de Crosta Láctea: conceito, causas, tratamento e mais!
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Resumo de Crosta Láctea: conceito, causas, tratamento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A crosta láctea, ou dermatite seborréica infantil, é uma condição dermatológica comum e benigna que afeta lactentes nos primeiros meses de vida. Embora seu aspecto possa causar preocupação nos pais, é importante ressaltar que se trata de uma condição autolimitada e assintomática. Este texto visa oferecer uma visão abrangente sobre a crosta láctea, abordando desde seu conceito geral até o diagnóstico, tratamento e prognóstico.

A crosta láctea é caracterizada por placas escamosas amareladas e oleosas, localizadas principalmente no couro cabeludo, sem causar desconforto significativo ao bebê.

Conceito de Crosta Láctea 

A crosta láctea, também conhecida como dermatite seborréica infantil, é uma condição dermatológica não inflamatória e autolimitada, comumente observada nos primeiros meses de vida. Caracteriza-se pelo surgimento de placas escamosas amareladas e oleosas, frequentemente localizadas no couro cabeludo, embora também possam aparecer em áreas com alta atividade de glândulas sebáceas, como a face e as orelhas externas. Essa condição não causa desconforto significativo ao bebê, como dor ou coceira, e geralmente não interfere na alimentação ou no sono.

Como se Forma a Crosta Láctea

A formação da crosta láctea está relacionada à hiperatividade das glândulas sebáceas, influenciada pelos hormônios maternos transferidos durante a gestação. Esses hormônios estimulam a produção de sebo, uma substância oleosa que, em excesso, dificulta a descamação natural das células da pele. Como resultado, forma-se uma camada de escamas aderentes no couro cabeludo e em outras áreas ricas em glândulas sebáceas.

Além disso, há uma possível associação com a presença do fungo Malassezia, um organismo que se alimenta do sebo produzido pela pele. Ele metaboliza os ácidos graxos saturados, deixando para trás os insaturados, que podem alterar a barreira cutânea. Embora a presença do fungo não seja exclusiva a casos de crosta láctea, sua predominância em áreas afetadas sugere uma suscetibilidade individual a essa interação.

No entanto, a condição não é inflamatória nem está relacionada a alergias, o que explica a ausência de prurido e outros sinais de desconforto na maioria dos casos. A crosta láctea tende a ser autolimitada, desaparecendo à medida que os hormônios maternos se dissipam e a regulação das glândulas sebáceas do bebê se estabiliza.

Fatores de Risco para desenvolvimento da Crosta Láctea 

A crosta láctea é uma condição frequente nos primeiros meses de vida, afetando aproximadamente 10% dos recém-nascidos nos primeiros três meses. O pico de prevalência ocorre por volta dos três meses de idade, com taxas que chegam a 70%, diminuindo progressivamente após essa fase. A partir do segundo ano de vida, a condição torna-se rara.

Embora não apresente predisposição de gênero ou etnia, certos fatores podem aumentar a chance de seu aparecimento. Entre eles, destacam-se o histórico familiar de dermatite atópica ou asma, além da influência dos hormônios maternos, que podem estimular a produção de sebo no bebê. A presença do fungo Malassezia, normalmente encontrado na pele, também está associada à condição, embora não seja exclusiva dos casos de crosta láctea. A suscetibilidade individual varia, dependendo de características genéticas e ambientais.

Sintomas da Crosta Láctea

A crosta láctea manifesta-se por meio de placas escamosas amareladas, oleosas e aderentes, localizadas principalmente no couro cabeludo, na região do vértice e na fronte. Em alguns casos, a condição pode se estender para áreas próximas, como sobrancelhas, pálpebras, dobras nasolabiais e região retroauricular. Essas lesões, geralmente, são bem delimitadas e podem estar associadas a um leve eritema subjacente.

Embora a crosta láctea seja predominantemente assintomática, algumas crianças podem apresentar erupções em outras áreas do corpo, incluindo a região do umbigo, área de fraldas e dobras cutâneas. Nessas áreas, a aparência tende a ser menos escamosa, com predomínio de eritema.

Diferente de outras condições dermatológicas, como a dermatite atópica, a crosta láctea não provoca prurido ou desconforto significativo. A ausência de alterações no comportamento, alimentação e sono reforça seu caráter benigno. Em casos raros, formas mais graves podem surgir, caracterizadas por lesões extensas ou eritema intenso, o que pode indicar condições subjacentes, como imunodeficiências ou deficiências vitamínicas.

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Como é Feito o Diagnóstico da Crosta Láctea

O diagnóstico da crosta láctea é clínico e baseia-se no exame físico detalhado. A identificação das características típicas, como placas escamosas amareladas e oleosas localizadas principalmente no couro cabeludo, geralmente é suficiente para confirmar a condição. A ausência de sintomas significativos, como prurido ou desconforto, e a evolução autolimitada reforçam o diagnóstico.

Exames complementares, como biópsia de pele ou testes laboratoriais, não são necessários na maioria dos casos. No entanto, diante de apresentações atípicas, lesões extensas ou refratárias ao tratamento, pode ser necessário considerar outras condições no diagnóstico diferencial, como dermatite atópica, psoríase, tinea capitis, impetigo ou mesmo doenças mais raras, como histiocitose de células de Langerhans.

Como é Feito o Tratamento da Crosta Láctea

O manejo da crosta láctea é geralmente simples e conservador, pois a condição é autolimitada. Em casos leves, recomenda-se lavar o couro cabeludo do bebê diariamente com shampoo suave para bebês, associado ao uso de emolientes, como óleo mineral ou vaselina branca, aplicados antes do banho para amolecer as escamas. Após o emoliente, as escamas podem ser removidas delicadamente com uma escova macia ou pente específico.

Nos casos em que a condição não responde às medidas conservadoras ou apresenta extensão significativa, pode-se utilizar cremes antifúngicos, como cetoconazol 2%, ou cremes com corticosteróides leves, como hidrocortisona 1%, por curtos períodos (1 a 2 semanas). Em áreas intertriginosas, o cetoconazol é preferido. Tratamentos mais agressivos, como o uso de ácido salicílico ou sulfeto de selênio, comuns em adultos com dermatite seborreica, não são indicados para lactentes devido à falta de evidências sobre segurança.

Além das intervenções terapêuticas, é fundamental orientar os pais sobre a benignidade da condição e sua tendência natural à resolução. A continuidade dos cuidados com shampoo diário, mesmo após a melhora, pode ajudar a prevenir recorrências. Casos que persistem ou não respondem ao tratamento devem ser avaliados para excluir outras condições.

Resolução da Crosta Láctea 

A crosta láctea possui uma resolução favorável, sendo uma condição benigna e autolimitada que geralmente desaparece espontaneamente nos primeiros meses de vida, raramente persistindo após o primeiro ano.

Complicações da Crosta Láctea

Apesar de sua evolução tranquila, complicações podem ocorrer em casos incomuns, como infecções bacterianas secundárias devido a traumas repetidos ou coçadura, embora prurido seja raro. Formas extensas ou refratárias podem indicar condições subjacentes, como imunodeficiências ou deficiências vitamínicas, que exigem avaliação adicional.

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Referências Bibliográficas 

  1. NOBLES, Timothy; HARBERGER, Seneca; KRISHNAMURTHY, Karthik. Cradle Cap. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2024. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/books/NBK531463/. Acesso em: 4 jan. 2025.
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