Resumo de deficiência de vitamina E: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de deficiência de vitamina E: diagnóstico, tratamento e mais!

A vitamina E é um composto lipossolúvel com importante função em proteger as membranas celulares da oxidação e destruição. Sua importância como um nutriente essencial para os seres humanos foi reconhecida em 1969 pela Food and Drug Administration (FDA). 

Confira agora os principais aspectos referentes a esta hipovitaminose E, que podem aparecer nos seus atendimentos ou cobrados nas provas de residência médica!

Dicas do Estratégia para provas

Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à deficiência de vitamina E.

  • A deficiência é rara, devido a ampla gama de alimentos ricos nesta vitamina. 
  • Acomete principalmente pacientes com distúrbios na absorção de gorduras, como doença colestática e insuficiência pancreática. 
  • A vitamina E tem ação antioxidante, principalmente nos ácidos graxos poliinsaturados. 
  • Podem ser assintomáticos ou apresentar sinais e sintomas que incluem hemólise e distúrbios neuromusculares.
  • A suplementação está indicada para indivíduos com doenças que levam a má absorção de gordura e deficiência documentada da vitamina. 

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Definição da doença

A Vitamina E é um termo geral empregado para designar oito compostos lipossolúveis, os alfa, beta, gama e delta tocoferol e alfa, beta, gama e delta tocotrienóis.

A deficiência dessa vitamina é um distúrbio incomum, visto que os tocoferóis são encontrados em ampla variedade de alimentos, incluindo dietas vegetarianas e veganas. Geralmente ocorrem em pacientes com condições médicas que causam má absorção de gordura e podem causar distúrbios neuromusculares e hemólise. 

Epidemiologia e patogênese da deficiência de vitamina E

Ainda não foi feito nenhum estudo amplo para avaliar o consumo alimentar desta vitamina na população brasileira pela população e as estimativas são baseadas no perfil de consumo alimentar da população, que tem indicaram um consumo expressivo de alimentos fontes de vitamina E, como ovos e óleos, e menor de hortaliças, outra fonte importante. 

Fontes 

Ela é encontrada em uma variedade de alimentos, incluindo óleos, carne, ovos e vegetais folhosos. A principal forma bioativa da vitamina E é o alfa-tocoferol, composto mais conhecido por seu papel na saúde humana, que é abundante nos óleos de oliva e girassol. O gama-tocoferol é outra forma, que é abundante nos óleos de soja e milho e é mais disponível no Brasil. 

#Ponto importante: a principal forma de consumo no Brasil é através de óleos, ovos e carnes. 

Absorção da vitamina E

A absorção desta vitamina ocorre principalmente pelos mecanismo de absorção de gordura, incluindo as lipases lingual e gástrica, sais biliares para solubilização e produção de micelas mistas, função pancreática íntegra (para produção de lipases intestinais) e mecanismos de absorção e mucosas do intestino delgado funcionais. 

Dentro dos hepatócitos,  o alfa-tocoferol é desligado dos quilomícrons e secretados na corrente sanguínea, embalado em moléculas de lipoproteínas de densidade muito baixa. Uma proteína específica de transferência de alfa-tocoferol é necessária para transporte e uso eficazes.  

Ações no corpo humano

Esta vitamina funciona como um antioxidante, protegendo os ácidos graxos poliinsaturados, um dos principais componentes estruturais das membranas celulares, da peroxidação. Outras ações no organismos incluem inibição da proliferação celular, agregação plaquetária e adesão de monócitos. 

Devido à sua ação na diminuição dos radicais livres, nas últimas décadas tem havido um interesse crescente no seu papel na aterosclerose e na carcinogênese. No entanto, ensaios de suplementação com esta vitamina não mostraram efeito na prevenção de doenças cardíacas. 

Manifestações clínicas de deficiência de vitamina E

Em adultos e crianças, podem ser assintomáticos ou apresentar sinais e sintomas que incluem hemólise e distúrbios neuromusculares

Os distúrbios neuromusculares são principalmente do tipo neuropático e miopático. A neuropatia geralmente consiste em uma síndrome espinocerebelar, com envolvimento variável dos nervos periféricos. As manifestações clínicas incluem ataxia, hiporreflexia e perda da sensação proprioceptiva e vibratória. Uma miopatia esquelética e retinopatia pigmentada também podem estar presentes. 

A deficiência de vitamina E pode encurtar a vida útil dos glóbulos vermelhos e causar anemia hemolítica. Nos bebês, alguns distúrbios hemolíticos congênitos, como talassemia e anemia falciforme, podem estar associados a baixos níveis plasmáticos de vitamina E, provavelmente devido ao aumento do estresse oxidativo e consumo de antioxidantes. 

Lista de manifestações:

  • Distúrbios musculares 
  • Anemia hemolítica

Diagnóstico de deficiência de vitamina E

Como já vimos anteriormente, a deficiência de vitamina E é rara. Por isso, as indicações de pesquisar os níveis séricos da vitamina  incluem distúrbios de absorção de gordura, como doença colestática, insuficiência pancreática, doença extensa ou ressecção do intestino delgado ou em pacientes com neuropatia espinocerebelar inexplicável ou ataxia. 

O diagnóstico é confirmado a partir da medição sérica da vitamina no sangue. Os níveis séricos de vitamina E são considerados deficientesabaixo de 0,5 mg/dL.

Tratamento de deficiência de vitamina E

Para indivíduos com doenças que levam a má absorção de gordura e deficiência documentada devem ser tratados com grandes doses de vitamina E. Para lactentes e crianças com colestase, regimes de suplementação típicos são de 17 a 35 mg/kg/dia (25 a 50 UI/kg/dia) de alfa-tocoferol. 

Nos adultos com indicações de suplementação, as doses são normalmente iniciadas em 50 a 500 mg/dia (75 a 800 UI/dia), mas as doses são ajustadas até alcançar medições séricas acima do valor mínimo.  

#Ponto importante: Crianças e adultos saudáveis não têm indicação de realizar suplementação ou mensuração de níveis séricos. 

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Veja também:

Referências bibliográficas:

  • Sassan Pazirandeh, MD David L Burns, MD. Overview of vitamin E. Disponível em Uptodate. 
  • E.S. BATISTA et al. Adição da vitamina E aos alimentos:implicações para os alimentos e para a saúde humana. Rev. Nutr., Campinas, 20(5):525-535, set./out., 2007.
  • Crédito da imagem em destaque: Pexels
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