Resumo de dermatite seborreica: diagnóstico, tratamento e mais!

Resumo de dermatite seborreica: diagnóstico, tratamento e mais!

A dermatite seborreica é um distúrbio inflamatório crônico que afeta a pele e couro cabeludo comum em bebês e adultos. Confira os principais aspectos referentes à esta dermatose, que aparecem nos atendimentos e como são cobrados nas provas de residência médica!

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Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à dermatite seborreica.

  • A lesão típica de dermatite seborreica é eritematosa com tonalidade amarelada e é coberta por grandes escamas gordurosas. 
  • As lesões são distribuídas em áreas ricas em glândulas sebáceas, como couro cabeludo e centro da face.
  • A dermatite seborreica é um diagnóstico clínico baseado na localização de aparecimento de lesões. 
  • As opções de tratamento disponíveis incluem corticosteróides tópicos, agentes antifúngicos tópicos, inibidores tópicos de calcineurina e antifúngicos orais.

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Definição da doença

A dermatite seborreica (DS) é uma doença inflamatória crônica comum que ocorre em bebês e adultos, caracterizada clinicamente por manchas eritematosas mal definidas e escamação gordurosa. 

Epidemiologia e fisiopatologia da dermatite seborreica

A dermatite seborreica tem prevalência geral de  tem incidência bifásica, ocorrendo no recém-nascido, até os três meses de vida, e outro pico na fase adulta entre 30 e 60 anos. A prevalência de dermatite seborreica está aumentada entre indivíduos com infecção pelo HIV, variando entre 20% até 83% em pacientes com a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).

A doença possui etiologia multifatorial, sendo resultante da interação entre a glândula sebácea, microflora cutânea, sistema imunológico do indivíduo, com particular relação com a resposta imune inata da epiderme. A sua fisiopatologia é incerta, visto que a não é uma doença das glândulas sebáceas, nem a taxa de excreção de sebo aumenta em pacientes com dermatite seborreica. 

Acredita-se que o gênero fúngico da pele, Malassezia, seja responsável pelo desenvolvimento da DS. A Malassezia dependente de lipídios é uma saprófita da pele normal que se desenvolve nos locais de predileção pela dermatite seborreica, como face e tronco, sugerindo que  as glândulas sebáceas podem desempenhar um papel permissivo na patogênese da dermatite seborreica, possivelmente criando um ambiente favorável ao crescimento deste fungo.  

Além disso, outros estudos mostram predominância de Acinetobacter, Staphylococcus e Streptococcus nos locais com lesões de DS e possam contribuir para o desenvolvimento da DS. 

Manifestações clínicas da dermatite seborreica

Na forma pediátrica as lesões são autolimitadas, enquanto no adulto, a doença tem curso crônico.  As lesões são distribuídas em áreas ricas em glândulas sebáceas, como couro cabeludo, orelha externa, centro da face, parte superior do tronco e áreas intertriginosas. 

Uma mancha típica de dermatite seborreica é eritematosa com tonalidade amarelada e é coberta por grandes escamas gordurosas que podem ser removidas facilmente. No couro cabeludo, as lesões podem variar de escamas secas (caspa) a escamas amareladas e oleosas e eritema. 

Dermatite seborreica. Crédito: NEJM, 2009. 

#Ponto importante: A forma da infância da DS é semelhante à dermatite atópica, porém, além do prurido ser menor na DS, o local de acometimento é em regiões intertriginosas (dobras), enquanto na DA ocorre mais nas superfícies extensoras. 

Podem ser limitadas a pequenas áreas do corpo, porém, há relatos de formas  generalizadas e até mesmo de eritrodermia. As lesões podem ter como complicação principal a infecção bacteriana secundária, causando piora do eritema e do exsudato, desconforto local e linfonodomegalias reacionais próximas às áreas acometidas. 

A DS costuma ocorrer em indivíduos HIV positivos com contagem de linfócitos T CD4+ entre 200 e 500, sendo considerada uma manifestação cutânea precoce na AIDS. A clínica é semelhante aos pacientes não HIV positivos, mas pode apresentar-se mais extensa, com maior intensidade e refratária ao tratamento convencional. 

Diagnóstico da dermatite seborreica

A dermatite seborreica é um diagnóstico clínico baseado na localização de aparecimento de lesões. Condições comumente fundidos com dermatite seborreica incluem psoríase, dermatite atópica e, em crianças, Tinea capitis. A biópsia não é necessária rotineiramente, mas pode ser indicada quando o diagnóstico é incerto. 

Tratamento da dermatite seborreica

As opções de tratamento disponíveis incluem corticosteróides tópicos, agentes antifúngicos tópicos, inibidores tópicos de calcineurina (ex,. tacrolimus 0,03 e 0,1% e pimecrolimus 1%) e antifúngicos orais. Em crianças, o uso de emolientes é o tratamento de escolha, visto que a maioria dos quadros são autolimitados.

Agentes antifúngicos tópicos, como creme de cetoconazol 2% ou creme de ciclopirox, estão bem estabelecidos no tratamento da dermatite seborreica do couro cabeludo e da face devido à sua capacidade de diminuir a população de Malassezia furfur na pele afetada. Quando o couro cabeludo é afetado, shampoo cetoconazol 2% ou shampoo ciclopirox 1% uma vez por semana deve ser usado. 

Os corticosteróides tópicos, como hidrocortisona, dipropionato de betametasona, clobetasol 17-butirato e dipropionato de clobetasol, são amplamente utilizados para o tratamento da dermatite seborreica, pois reduzem a inflamação, eritema e o prurido. 

Os inibidores tópicos da calcineurina não apresentam superioridade em relação aos corticóides tópicos nos estudos, no entanto podem ser utilizados no intuito de poupar  efeitos adversos associados ao uso prolongado de corticosteróides tópicos, como atrofia da pele e telangiectasia. 

Os agentes antifúngicos orais, incluindo itraconazol, cetoconazol e fluconazol podem ser usados, principalmente em caso de DS extensa e refratária à medicação tópica, no entanto, as evidências que apoiam seu uso são limitadas. 

Outras opções terapêuticas citadas na literatura  para o tratamento da dermatite seborreica incluem metronidazol 1%, sulfeto de selênio, gluconato e succinato de lítio tópico, peróxido de benzoíla (bactericida), piritionato de zinco, ácido salicílico e alcatrão de carvão. 

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Referências bibliográficas:

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