Resumo de Disbiose Intestinal: fatores de risco, sintomas e mais!
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Resumo de Disbiose Intestinal: fatores de risco, sintomas e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A disbiose intestinal é um desequilíbrio na microbiota do trato gastrointestinal que pode afetar diversas funções do organismo, incluindo a digestão, o metabolismo e a regulação imunológica. Esse distúrbio tem sido cada vez mais associado a condições inflamatórias, metabólicas e neurológicas, tornando seu diagnóstico e tratamento essenciais para a prática clínica. O manejo da disbiose envolve uma abordagem multidisciplinar, que inclui modificações na dieta, uso de probióticos e controle de fatores ambientais.

O intestino não apenas absorve nutrientes, mas também regula a imunidade e influencia a saúde mental por meio do eixo intestino-cérebro.

Conceito de Disbiose Intestinal  

A disbiose caracteriza-se por uma alteração na composição e funcionalidade da microbiota, favorecendo o crescimento excessivo de microrganismos potencialmente patogênicos em detrimento das bactérias benéficas. Esse desequilíbrio pode estar associado a uma variedade de condições clínicas, incluindo distúrbios gastrointestinais, doenças metabólicas, inflamatórias e até mesmo transtornos neurológicos. 

Fisiopatologia da Disbiose Intestinal  

A disbiose intestinal resulta de um desequilíbrio quantitativo e qualitativo da microbiota, levando a modificações na interação entre os microrganismos intestinais e o hospedeiro. Esse distúrbio pode ser classificado em três principais formas: 

  • Disbiose de deficiência: ocorre quando há redução da diversidade microbiana, resultando em menor produção de metabólitos benéficos, como ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), que desempenham funções importantes na manutenção da homeostase intestinal. 
  • Disbiose de padrão: caracteriza-se por um crescimento excessivo de microrganismos específicos, frequentemente relacionados a processos inflamatórios e aumento da permeabilidade intestinal. 
  • Disbiose de putrefação: associada a dietas ricas em proteínas de origem animal e pobres em fibras, o que favorece o crescimento de bactérias proteolíticas produtoras de metabólitos tóxicos.

O comprometimento da microbiota intestinal afeta diretamente a integridade da mucosa e a resposta imune do trato digestivo. Em condições normais, a barreira intestinal atua na regulação da permeabilidade, impedindo a passagem de agentes patogênicos e toxinas para a circulação sistêmica. No entanto, quando ocorre disbiose, há um aumento da permeabilidade intestinal, permitindo o trânsito de lipopolissacarídeos (LPS) e outras moléculas pró-inflamatórias para a corrente sanguínea, o que pode levar a um estado de inflamação crônica de baixo grau. 

Fatores de Risco para Disbiose Intestinal   

A disbiose intestinal tem sido cada vez mais associada a diversas condições clínicas, como doenças gastrointestinais, metabólicas e imunológicas. Sua prevalência exata não é amplamente estabelecida devido à ausência de critérios diagnósticos padronizados, mas estudos indicam que é uma condição comum, especialmente em indivíduos com doenças inflamatórias intestinais, síndrome do intestino irritável, obesidade, diabetes tipo 2 e transtornos neurológicos. Além disso, fatores ambientais, como dietas industrializadas e urbanização, têm influenciado sua incidência, modulando processos inflamatórios e aumentando o risco de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e doenças cardiovasculares. 

Entre os principais fatores de risco, destacam-se: 

  • Dieta inadequada;
  • Uso prolongado de antibióticos e outros medicamentos;
  • Estresse crônico; 
  • Alterações do ritmo circadiano; 
  • Envelhecimento; 
  • Exposição a toxinas ambientais; e
  • Uso excessivo de álcool. 

Diagnóstico de Disbiose Intestinal  

Sintomas 

A disbiose intestinal pode causar sintomas gastrointestinais, metabólicos, neurológicos e imunológicos: 

  • Gastrointestinais: distensão abdominal, flatulência, diarreia ou constipação, refluxo, halitose. 
  • Metabólicos e imunológicos: fadiga, alterações no peso, deficiências nutricionais, maior suscetibilidade a infecções. 
  • Neurológicos e psiquiátricos: ansiedade, depressão, dificuldades cognitivas, insônia. 
  • Dermatológicos: acne, dermatites e piora de doenças de pele.

Exames Laboratoriais e Testes Complementares 

Para confirmação do diagnóstico, exames laboratoriais podem ser solicitados para avaliar a composição da microbiota intestinal e sua influência na saúde do paciente. Um dos exames mais utilizados é a análise da microbiota fecal, que investiga a presença de bactérias benéficas e patogênicas, além de identificar possíveis desequilíbrios no perfil microbiano. 

Outro teste importante é o teste de permeabilidade intestinal, que avalia a integridade da barreira intestinal por meio da absorção de soluções marcadoras, como lactulose e manitol. O aumento da permeabilidade intestinal pode ser um indicativo de disbiose e inflamação crônica.

Teste de Hidrogênio Expirado e Supercrescimento Bacteriano 

O teste de hidrogênio expirado é um exame não invasivo utilizado para detectar o supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SIBO), uma condição frequentemente associada à disbiose. Esse exame mede os níveis de hidrogênio e metano no ar expirado após a ingestão de um substrato fermentável, como lactulose ou glicose. 

A presença de um aumento anormal desses gases indica fermentação bacteriana excessiva no intestino delgado, o que pode causar sintomas como distensão abdominal, diarreia e flatulência.

Diagnóstico Diferencial

A disbiose intestinal pode apresentar sintomas semelhantes a diversas condições gastrointestinais, como síndrome do intestino irritável (SII), doença inflamatória intestinal (DII), supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SIBO) e intolerâncias alimentares (lactose, glúten). A correlação clínica dos sintomas com fatores desencadeantes e histórico do paciente também auxilia na distinção entre essas patologias.

Tratamento da Disbiose Intestinal  

O tratamento da disbiose intestinal busca restaurar o equilíbrio da microbiota e reduzir a inflamação. Ajustes na dieta incluem o aumento do consumo de fibras, prebióticos e alimentos fermentados, além da redução de açúcares refinados e ultraprocessados. Probióticos e prebióticos auxiliam na recomposição da microbiota, enquanto antibióticos específicos ou antimicrobianos naturais podem ser necessários em casos de supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SIBO). A regulação do trânsito intestinal é essencial para evitar constipação ou diarreia, e o controle do estresse por meio de meditação e atividade física também tem impacto positivo na microbiota.

Evolução

A maioria dos pacientes apresenta melhora significativa com o tratamento adequado em poucas semanas. Casos mais complexos, como os associados a doenças inflamatórias intestinais, podem demandar acompanhamento prolongado. A manutenção de hábitos saudáveis é essencial para evitar recorrências.

Complicações

Se não tratada, a disbiose pode levar a inflamação crônica, desenvolvimento de síndrome do intestino irritável (SII) e doenças metabólicas como obesidade e resistência à insulina. Deficiências nutricionais e alterações no eixo intestino-cérebro também podem ocorrer, impactando a saúde mental e imunológica. O tratamento precoce reduz o risco dessas complicações e melhora a qualidade de vida do paciente.

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Referências Bibliográficas 

  1. ALMEIDA, Luciana Barros et al. Disbiose intestinal. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, v. 24, n. 1, p. 58-65, 2009. 
  1. SILVA, Caren Priscila Wanderley da et al. A disbiose intestinal como fator de risco na alteração psicológica depressiva. Brazilian Journal of Health Review, v. 7, n. 2, p. 1-15, 2024. 
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