Olá, querido doutor e doutora! A enterobíase, causada pelo helminto Enterobius vermicularis, é uma das infecções parasitárias mais comuns em seres humanos, especialmente em crianças. Conhecida popularmente como oxiuríase, essa doença é caracterizada pela presença de pequenos vermes brancos no intestino grosso, que frequentemente causam prurido anal intenso, particularmente durante a noite. Este texto aborda em detalhes o conceito, ciclo de vida, epidemiologia, diagnóstico, tratamento e medidas preventivas para controlar essa parasitose que continua sendo uma preocupação significativa em saúde pública.
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Conceito de Enterobius Vermicularis
Conhecido popularmente como oxiúro, o Enterobius vermicularis é um helminto que causa uma das infecções parasitárias mais comuns em seres humanos, especialmente em crianças. Este verme intestinal é responsável pela enterobíase, que se caracteriza pela presença de pequenos vermes brancos no intestino grosso. A transmissão ocorre principalmente por via fecal-oral, através da ingestão de ovos do parasita, que podem estar presentes em alimentos, objetos ou mãos contaminadas. A infecção é geralmente benigna, mas pode causar prurido anal intenso e desconforto.
Enterobius vermicularis é um pequeno nematódeo, com as fêmeas medindo cerca de 8 a 13 mm de comprimento e os machos entre 2 a 5 mm. As fêmeas possuem uma cauda longa e afilada, que facilita a deposição de ovos na região perianal. Os ovos, que são ovais e incolores, medem aproximadamente 50-60 micrômetros e são altamente resistentes, podendo sobreviver em ambientes externos por semanas. O ciclo de vida do parasita ocorre inteiramente no trato gastrointestinal humano, com as fêmeas migrando para depositar ovos, completando o ciclo em cerca de 4 a 6 semanas.
Epidemiologia e Fatores de Risco do Enterobius Vermicularis
A infecção por Enterobius vermicularis é uma das helmintíases mais comuns em todo o mundo, afetando principalmente crianças em idade escolar. A prevalência varia amplamente, sendo mais alta em áreas onde as condições de higiene são precárias e o contato próximo entre indivíduos é frequente, como em creches e escolas. Embora a infecção ocorra em qualquer faixa etária, crianças de 5 a 10 anos são as mais afetadas. A disseminação do parasita é facilitada pelo ciclo fecal-oral, contribuindo para a alta taxa de infecção em ambientes com aglomeração.
Higiene pessoal inadequada, especialmente entre crianças, aumenta a probabilidade de infecção. Além disso, a disseminação do parasita é comum em famílias, devido à facilidade com que os ovos podem ser transmitidos entre os membros. Outro fator de risco é a ausência de saneamento básico adequado.
Transmissão e Quadro Clínico do Enterobius Vermicularis
A transmissão do Enterobius vermicularis ocorre principalmente pela ingestão de ovos do parasita, que podem estar presentes em superfícies contaminadas, alimentos, água ou até mesmo nas mãos, especialmente em ambientes com condições de higiene inadequadas. Existem três principais formas de infecção pelo Enterobius vermicularis em seres humanos:
- Heteroinfecção: ocorre quando uma pessoa contaminada transmite ovos do parasita para outra, geralmente através do preparo de alimentos ou compartilhamento de objetos pessoais como toalhas e roupas.
- Autoinfecção: resulta do ato de coçar a região anal, seguido pela ingestão de ovos ao levar as mãos à boca.
- Retroinfecção: ovos depositados na região perianal eclodem e as larvas penetram novamente pelo ânus, alcançando o cólon.
A infecção por Enterobius vermicularis geralmente se manifesta por prurido anal, sendo mais intenso durante a noite, devido à migração das fêmeas do parasita para depositar ovos na região perianal. Esse prurido pode causar insônia e irritabilidade, especialmente em crianças. Em casos mais graves, pode ocorrer dor abdominal, náuseas e, ocasionalmente, perda de peso. A infecção também pode ser assintomática, sendo identificada apenas quando os ovos ou os vermes são visualizados. Em mulheres, pode haver complicações ginecológicas se o parasita migrar para a região genital.
Diagnóstico do Enterobius Vermicularis
O diagnóstico de enterobíase é geralmente clínico, baseado na história de prurido anal noturno e na observação direta dos vermes na região perianal. O método mais comum para confirmar a infecção é o teste da fita adesiva (ou método de Graham), em que uma fita é aplicada na região perianal pela manhã e depois analisada ao microscópio para identificar ovos do parasita. Em alguns casos, a visualização dos vermes nas fezes ou na roupa íntima também pode ocorrer.
Tratamento do Enterobius Vermicularis
O tratamento da enterobíase envolve o uso de medicamentos antiparasitários, sendo os mais comuns mebendazol, albendazol ou pirantel pamoato, administrados em dose única. Para prevenir a reinfecção, é recomendado repetir a dose após duas semanas, além de tratar todos os membros da família e adotar medidas rigorosas de higiene, como lavar as mãos frequentemente, cortar as unhas curtas e trocar a roupa de cama regularmente. A limpeza cuidadosa do ambiente também é crucial para evitar a recirculação dos ovos.
Cai na Prova
Acompanhe comigo uma questão sobre o tema (disponível no banco de questões do Estratégia MED):
(SP – Rede de Saúde Integral e Completo – DASA 2024) Pré-escolar, 4 anos, previamente hígido, com peso e estatura adequados para idade, vai a consulta com pediatra assistente devido a dor abdominal e prurido anal, sobretudo noturno. Qual a principal hipótese diagnóstica e opção terapêutica para o caso apresentado?
A. Amebíase. Metronizadol por 3 dias.
B. Giardíase. Albendazol por 5 dias.
C. Enterobíase. Albendazol dose única e repetir em 2 semanas.
D. Ascaridíase. Albendazol dose única.
Comentário da Equipe EMED: A enterobíase ou oxiuríase é causada pelo Enterobius vermicularis que atinge o ceco e o reto. A infecção ocorre através da ingestão de ovos e é comum a autoinfecção devido à coceira intensa (anal-oral). A melhor forma da realização do diagnóstico é através da fita gomada com a visualização do verme. Portanto, alternativa C.
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Referências Bibliográficas
- FANTRY, Amanda; LURIE, Yael A. Enterobius Vermicularis. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK536974/. Acesso em: 18 ago. 2024.
