Resumo de Glândula de Bartholin: função, patologias e mais!
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Resumo de Glândula de Bartholin: função, patologias e mais!

Olá, querido doutor e doutora! As glândulas de Bartholin, pequenas estruturas na parte posterior da abertura vaginal, lubrificam a mucosa vaginal durante a excitação sexual. Embora geralmente passem despercebidas quando saudáveis, essas glândulas podem ser fonte de desconforto significativo quando afetadas por patologias como cistos, abscessos ou, em casos raros, carcinoma. Este texto explora a anatomia, fisiologia e principais condições patológicas associadas às glândulas de Bartholin, fornecendo uma visão abrangente sobre o diagnóstico e manejo dessas afecções.

Conceito de Glândula de Bartholin 

A glândula de Bartholin, também conhecida como glândula vestibular maior, é uma estrutura bilateral situada na parte posterior da abertura vaginal, próxima à base dos grandes lábios. Essas glândulas são responsáveis pela secreção de muco, contribuindo para a lubrificação do vestíbulo vaginal durante a excitação sexual. Medindo cerca de 0,5 cm de diâmetro, as glândulas de Bartholin possuem ductos que se abrem na face interna do vestíbulo, desempenhando um papel na manutenção da umidade vaginal e facilitando a atividade sexual. Problemas como cistos ou abscessos podem surgir devido à obstrução dos ductos, levando a manifestações clínicas importantes.

Anatomia e Fisiologia da Glândula de Bartholin

As glândulas de Bartholin, também conhecidas como glândulas vestibulares maiores, são duas pequenas estruturas bilaterais localizadas na parte posterior da abertura vaginal, entre o terço inferior dos grandes lábios e a base do vestíbulo vaginal. Elas medem cerca de 0,5 cm de diâmetro, sendo compostas por um corpo principal que se estende em direção a um ducto excretor. Este ducto, que mede aproximadamente 1,5 a 2,0 cm de comprimento, abre-se no vestíbulo vaginal, geralmente nas posições correspondentes às 4 e 8 horas em relação ao orifício vaginal. As glândulas estão situadas profundamente no tecido subcutâneo, envoltas por fibras musculares do músculo bulboesponjoso, que auxiliam na expulsão do muco secretado durante a excitação sexual.

Fisiologicamente, as glândulas de Bartholin atuam na lubrificação vaginal, especialmente durante a excitação sexual. Elas secretam um fluido mucinoso que é liberado através dos ductos para o vestíbulo vaginal, contribuindo para a umidade e facilitando a penetração durante a relação sexual. Essa função é essencial para manter o conforto e a saúde vaginal, prevenindo o atrito excessivo e possíveis lesões durante a atividade sexual. Além disso, a adequada lubrificação produzida por essas glândulas é fundamental para a proteção da mucosa vaginal contra irritações e infecções.

Cisto de Glândula de Bartholin 

Conceito: O cisto de Bartholin ocorre quando o ducto excretor da glândula de Bartholin, localizada na abertura vaginal, fica obstruído, resultando no acúmulo de fluido na glândula

Quadro clínico: Essa condição pode ser assintomática, mas, à medida que o cisto cresce, pode causar desconforto ou dor, especialmente durante atividades como caminhar, sentar ou durante as relações sexuais. O cisto pode ser percebido como uma massa indolor ou levemente dolorosa na região posterior dos grandes lábios.

Tratamento: O tratamento do cisto de Bartholin varia conforme o tamanho e a sintomatologia:

  • Para cistos menores de 3 cm que são assintomáticos, o tratamento não é necessário, sendo suficiente a observação clínica.
  • No caso de cistos sintomáticos menores de 3 cm, a paciente pode ser orientada a realizar banhos de assento e compressas mornas para aliviar o desconforto. 
  • Para cistos maiores de 3 cm, o tratamento recomendado envolve incisão e drenagem combinadas com métodos adicionais, como o uso do cateter de Word ou a marsupialização. O cateter de Word consiste em inflar um pequeno balão na glândula, evitando a reobstrução do ducto. Na marsupialização, a glândula é aberta e as bordas do cisto são evertidas e suturadas, criando um novo ducto de saída para prevenir a recorrência.
Cisto de Glândula de Bartholin

Abscesso de Glândula de Bartholin

Conceito: O abscesso da glândula de Bartholin é uma complicação resultante da obstrução e infecção do ducto da glândula de Bartholin, localizada na parte posterior da abertura vaginal. Essa condição ocorre quando a glândula, que normalmente secreta muco para lubrificação vaginal, desenvolve uma cavidade cheia de pus devido à infecção bacteriana, frequentemente causada por patógenos como Escherichia coli e Staphylococcus aureus

Quadro clínico: Clinicamente, o abscesso se apresenta como uma massa extremamente dolorosa, inchada e quente, geralmente acompanhada de vermelhidão local e, em alguns casos, febre. A dor pode ser tão intensa que interfere na capacidade da paciente de caminhar, sentar ou realizar atividades diárias. 

Tratamento: O tratamento do abscesso inclui drenagem cirúrgica, geralmente por incisão e drenagem, ou através da colocação de um cateter de Word para garantir uma drenagem contínua e prevenir a recorrência. Em casos de infecção, a antibioticoterapia é indicada para combater a infecção bacteriana.

Abscesso da Glândula de Bartholin

Carcinoma de Bartholin 

Conceito: o carcinoma da glândula de Bartholin é uma forma rara de câncer que surge nas glândulas de Bartholin, responsáveis pela lubrificação vaginal. Esse tipo de carcinoma representa menos de 1% dos cânceres vulvares e geralmente afeta mulheres com mais de 50 anos. 

Quadro clínico: o carcinoma de Bartholin pode se apresentar como uma massa vulvar indolor que pode ser confundida com um cisto ou abscesso de Bartholin crônico. Devido à sua localização e sintomas inespecíficos, o diagnóstico precoce pode ser difícil, sendo frequentemente realizado após biópsia de uma lesão persistente. 

Tratamento: o tratamento do carcinoma de Bartholin geralmente envolve cirurgia para remoção da glândula afetada, podendo incluir também a excisão de tecidos adjacentes, linfadenectomia, e, dependendo do estágio do tumor, radioterapia e quimioterapia. O prognóstico depende do estágio da doença no momento do diagnóstico, com as chances de cura sendo maiores quando o câncer é detectado precocemente.

Estratégia MED.

Cai na Prova 

Acompanhe comigo uma questão sobre o tema (disponível no banco de questões do Estratégia MED): 

SP – Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba – SMS 2023 As glândulas de Bartholin têm como principal função secretar muco para garantir a lubrificação vaginal e vulvar. Porém, elas são propensas a infecções, podendo resultar em dor vestibular e dispareunia. Assinale a alternativa que apresenta a melhor estratégia no tratamento da paciente com abscesso da glândula de Bartholin. 

A. Gelo e analgésicos. 

B. Antibioticoterapia, anti-inflamatórios e analgésicos. 

C. Drenagem e antibioticoterapia. 

D. Antibioticoterapia e remoção cirúrgica. 

E. Compressa morna, assepsia local e controle em 2 a 3 dias.

Comentário da Equipe EMED: Correta a alternativa C: todos os abscessos, independentemente do tamanho, necessitam de tratamento. O tratamento inicial deve ser a incisão e drenagem local, com coleta do material purulento para cultura e testagem para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Para evitar recorrência, a drenagem deve ser seguida de colocação de cateter de Word ou marsupialização. A necessidade de uso de antibióticos varia na literatura, mas, para sua prova, considere sempre o uso de antibióticos nos abscessos. Quando indicados, devem ter cobertura de amplo espectro: • Sulfametoxazol-trimetroprima associado ao metronidazol ou a amoxicilina + clavulanato; • Doxiciclina associada ao metronidazol ou a amoxicilina + clavulanato;

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Referências Bibliográficas 

  1. SARWAR, S.; HUSSAIN, N. Anatomy, Function, and Pathology of the Bartholin Gland. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK557803/. Acesso em: 3 set. 2024.
  1. ABBASI, A. N.; HASSAN, S. Management of Bartholin’s Cyst and Abscess. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK532271/. Acesso em: 3 set. 2024.
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